Música traz alegria para crianças que fazem tratamento contra o câncer
O garoto Artur Levy, de 3 anos, faz tratamento de combate a leucemia no Hospital Oncológico Infantil Octavio Lobo, que uma vez na semana, recebe um grupo de músicos voluntários com o objetivo levar os benefícios da música para auxiliar no tratamento conta o câncer. A visita leva aos pacientes – crianças e adolescentes – a oportunidade de cantar, tocar instrumentos e interagir com os voluntários.
A importância disso, segundo uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Cochrane – uma rede global independente de pesquisadores, profissionais, pacientes, cuidadores e pessoas interessadas em saúde que conta com mais de 37 mil voluntários – é a melhora dos níveis de ansiedade, dor, fadiga, batimentos cardíacos, respiração e pressão arterial em quem tem que passar por sessões de quimioterapia ou de radioterapia.
Para a estudante Marta Lima, 23 anos, mãe de Levy, a música significa um momento de descontração e alegria na vida do filho, que tem entre suas músicas preferidas à sertaneja “Dona Maria”. “Ele sempre gostou de música e tudo que toca ele canta e isso faz muito bem pra ele”, ressalta.
O Auxiliar administrativo Josiney Pereira, 29 anos é pai do Josué, 3 anos, paciente do hospital. Ele é evangélico da Igreja Adventista e fala que utiliza muito a música para trazer conforto e alegria para Josué que é muito tímido. “Nossa família tem um contato grande com a música e, por isso, ela faz muito bem para ele”, comentou.
De acordo com a psicóloga Thais Pinheiro, coordenadora do Programa de Humanização do Hospital Oncológico, as crianças têm espontaneidade e, por isso, varia muito de uma para outra aquilo que pode despertar o seu interesse e criar um vínculo com ela.
“Algumas interagem através de desenhos, pinturas e, outras, através da música. Às vezes, a crianças não fala nada com você, mas através de uma canção se abre para este vínculo. A música é uma espécie de linguagem universal. Mesmo que a gente não entenda a letra, podemos ser tocados por ela”, explica.
Ela destaca que o hospital conta com vários grupos de voluntários que passam por um cadastro e por uma avaliação e entrevista para saber se eles se encaixam no perfil. “Além dos voluntários da música, temos outros grupos voltados para a leitura, contação de histórias, sorrisoterapia entre outras coisas”, ressalta.
Doação e Música
O grupo de músicos voluntário formado pelos estudantes Joseana Vale, 25 anos, Victor Machado, 19 anos, e Nikholas Kosminnky, 20 anos, que também é violoncelista e guitarrista, é um dos que visita semanalmente o hospital. Eles fazem parte do Instituto Aster que ajuda crianças e adolescentes em tratamento conta o câncer.
“A música faz com que as crianças relaxem, sintam uma calmaria e levam ânimo para elas. Tocamos todos os tipos de música. O que faz com que eles se divirtam e esqueçam onde estão e pelo que estão passando’, comenta a voluntária, Joseana.
Para Victor, a música transmite muitos sentimentos e toca diretamente na alma. “É muito bom levar alegria para que elas possam sair um pouco dessa rotina do tratamento”.
Ele ainda comenta que algumas crianças ficam aguardando durante a semana para receber a vista do grupo. “Elas gostam, a gente brinca, canta, toca as músicas que elas pedem, por isso se sentem felizes”, diz Victor.
Para Nikholas, a música também ajuda a desenvolver a infância dos pacientes. Para ele, muitas perdem um pouco dessa fase devido à rotina do tratamento. A música, então, surge com o poder e a capacidade de enriquecer tanto a imaginação, quanto o dia a dia da criança, assim como desenvolver o sistema cognitivo.
“Ser voluntário me fez crescer muito como cidadão e como pessoa e me deixou muito atento às necessidades de outras pessoas. Enriquece muito ambos os lados, é uma via de mão dupla muita rica. Em resumo a música significa alegria na vida dessas crianças”, conclui.