Ideflor-Bio completa 15 anos preservando as riquezas naturais do Pará
O Instituto é responsável pela gestão de 27 Unidades de Conservação Estaduais e tem um histórico de estudos, pesquisas e ações de proteção ambiental
A missão de preservar o meio ambiente e o desenvolvimento florestal sustentável do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) completará 15 anos, neste sábado (16). O órgão estadual tem um histórico de estudos, consultas públicas e elaboração das minutas que norteiam a criação das Unidades de Conservação (UCs), no Pará, que são guardiãs das amostras representativas dos ecossistemas terrestres, aquáticos e mistos, e da biodiversidades contida na porção paraense do bioma amazônico.
O Instituto é responsável pela gestão de 27 Unidades de Conservação Estaduais que somam 21.036.398,55 hectares, compreendendo a 16,88% do território do Estado, área maior que alguns estados brasileiros e até países. Dentre as Unidades de Conservação, destacam-se 11 de Proteção Integral, com 5.533.759,54 hectares ou 4,44% do território paraense, equivalente ao Estado do Rio de Janeiro; a Estação Ecológica do Grão-Pará, com 4.245.819,11 hectares, considerada uma das maiores Unidades de Conservação (UC) de proteção integral do planeta, tendo como limite a Reserva Biológica Maicuru, com 1.151.760,95 hectares e Terras Indígenas na Calha Norte do Estado do Pará.
Na presidência do órgão, há três anos, Karla Bengtson, enfatiza que o Instituto tem muitas realizações a comemorar e desafios a vencer: “O Ideflor-Bio, ao longo de sua trajetória, consolidou parcerias com instituições públicas, privadas e sociedade civil para realização de pesquisas, projetos e ações ambientais, somando-se ao compromisso profissional dos servidores e colaboradores. Ao longo desses 15 anos foi construída uma história de dedicação e compromisso, superação de desafios e fortalecimento de ações voltadas à gestão das florestas públicas a partir do manejo de florestas para a produção de madeira, recuperação de áreas alteradas, desenvolvimento de projetos de conservação da biodiversidade, criação, gestão e monitoramento de (UCs) estaduais", disse.
"Todo esse trabalho foi e continua sendo desenvolvido por meio das diretorias do Instituto, que respondem pela Gestão das Florestas Públicas de Produção (DGFLOP), pelo Desenvolvimento da Cadeia Florestal (DDF), pela Gestão da Biodiversidade (DGBIO) e pela Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação Estaduais (DGMUC)”, afirmou Karla Bengtson.
A presidente destacou ainda as principais ações ambientais do Governo do Estado, nos últimos anos, que visam à promoção do uso dos recursos naturais existentes em perfeito equilíbrio nas florestas públicas do Estado do Pará, com garantia plena da sustentabilidade, dentre as quais:
- Criação da Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) dos rios São Benedito e Azul, respectivamente, nos municípios de Jacareacanga e Novo Progresso, em 21 de outubro de 2021;
- Conclusão do Plano de Manejo do Mosaico do Lago de Tucuruí, contendo três Unidades de Conservação de Uso Sustentável;
- Conclusão da minuta do Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC-PA);
- Implementação da nova metodologia de revisão e elaboração de Planos de Manejo das UCs, garantindo a participação da sociedade civil organizada e órgão vinculados às UCs;
- Implementação da Instrução Normativa (IN) nº 07/2019, em conjunto com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que trouxe segurança jurídica aos produtores que almejam recompor a reserva legal de suas propriedades rurais, com plantio de cacau em Sistemas Agroflorestais (SAFs);
- Participação efetiva do Ideflor-Bio no Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), como forma de promover a recomposição florestal produtiva de áreas alteradas em propriedade de agricultores familiares, além de outras ações nas UCs estaduais.
Essas ações foram implementadas por meio das diretorias, entre elas, a de Gestão de Florestas de Produção (DGFLOP/Ideflor-Bio), que tem à frente Gracialda Ferreira. “Nossa Diretoria, alinhada à missão institucional do Ideflor-Bio, têm buscado seguir caminhos que lhe permitem agregar conhecimento e fortalecer as parcerias estabelecidas. Seguimos as diretrizes e as novas perspectivas socioambientais da economia mundial, que visa à preservação não apenas da floresta, mas também de seu povo, proporcionando um meio ambiente digno para todos e a continuidade para as futuras gerações”, enfatiza a diretora.
Socorro Almeida, diretora de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do (DGMUC), destaca que durante 15 anos o Ideflor-Bio, tem promovido ações ambientais, como forma de incentivar a preservação e a conservação da biodiversidade do Estado do Pará. As ações ambientais da DGMUC são realizadas pela nove Gerências responsáveis pelas 27 (UCs), divididas por regiões administrativas (Belém, Xingu, Marajó, Nordeste, Mosaico do Lago de Tucuruí, Araguaia e as três Gerências da Calha Norte: I, II e II “ DGMUC, através de suas gerências e equipes técnicas realizam trabalhos de campo; com ações educativa, monitoramento da biodiversidade; ecoturismo de base comunitária, ações de prevenção contra incêndios florestais; capacita atores da sociedade para atuarem como conselheiros e cogestores das UCs, que se somam às providências necessárias que visam manter a floresta em pé e garantir vida saudável no Planeta., entre outras. Nossas ações visam atender, localmente, a finalidade e os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODSs”, enfatiza Socorro Almeida.
Conquistas - Entre as principais conquistas do Instituto, merecem destaque a implementação do Projeto Ararajuba, que já reintroduziu cerca de 37 animais no seu habitat natural, além do reconhecimento do Parque Estadual Monte Alegre (PEMA), único Patrimônio Cultural Material brasileiro selecionado pelo Programa Internacional "World Monuments Watch", como um dos 25 monumentos mundiais de valores Culturais inestimáveis.
Outra ação importante foi a publicação do Edital de Chamamento Público para o Procedimento de Manifestação de Interesse - PMI para seleção de estudos de viabilidade, para acesso ao mercado de Crédito de Carbono, realizado em 2021. O edital será norteador para a elaboração e implantação de projetos de redução de emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, reforçando o compromisso do Governo do Estado, em zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050, assumido com rigidez pelo Ideflor-Bio.
Destacamos ainda o desenvolvimento do Projeto de Sistema Agroflorestal (PROSAF), importante metodologia própria do Ideflor-Bio utilizada para consolidar as ações de fomento agroflorestal na recomposição florestal produtiva de áreas alteradas em propriedades de agricultores familiares, por meio de ações integradas do governo do estado.
Vicente Neto, responsável pela Diretoria de Desenvolvimento da Cadeia Florestal (DDF), destaca que durante os 15 anos de atuação do Ideflor-Bio foram realizadas parcerias com agricultores e suas representações, além de órgãos das esferas municipais, estaduais, federais, entidades afins e o setor privado, “como forma de promover a escalada da recomposição florestal produtiva de áreas alteradas em propriedades relacionadas à agricultura familiar nos municípios do Estado, como forma de promover a diversificação da base produtiva, melhoria a segurança e soberania alimentar, com a geração de emprego e renda, bem como a redução do passivo ambiental por meio do PROSAF”, relata.
O diretor de Biodiversidade do Ideflor -Bio, Crisomar Lobato, destaca que o Instituto ao longo de seus 15 anos de existência, é o órgão estadual responsável pelos estudos, consultas públicas e elaboração das minutas para a criação das (UCs) estaduais. Além disso o Ideflor-Bio também presta grande apoio aos municípios para a criação de Unidades de Conservação municipais.
O Instituto contribuiu com o projeto de recuperação de áreas alteradas na Terra Indígena Alto Rio Guamá, e em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e a instituição WWF, bem como desenvolveu o Projeto Pro-Espécie, que visa a proteção de espécies ameaçadas de extinção na bacia do rio Xingu e no Meio Norte. Recentemente foram dados passos importantes para a criação da Estação Ecológica Mamuru com 106.890,00 ha, que abrange os municípios de Juruti e Aveiro, e deverá favorecer um Mosaico de Áreas Protegidas. De acordo com Crisomar Lobato, essa ação “objetiva a preservação da floresta e dos recursos hídricos existentes para que se processe o desenvolvimento natural da flora e fauna, dando condições aos pesquisadores para realizarem estudos, visando o conhecimento e perpetuação das espécies existentes nesse ecossistema, assim como colaboração mútua na proteção efetiva dessas áreas protegidas e na garantia da proteção dos povos indígenas e de sua cultura, além de garantir a biodiversidade”, ressalta o diretor.