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SAÚDE PÚBLICA

Atenção com saúde vocal exige autocuidado e visita ao especialista, dizem fonoaudiólogos

Eles ressaltam a importância do Dia Mundial da Voz, nesta sexta-feira (15), para a conscientização da população em favor de vozes saudáveis

Por Governo do Pará (SECOM)
14/04/2022 13h07

Josiléia Teixeira, 43, diagnosticada com câncer de boca há dois anos, fez cirurgia e tem atendimento da fonoaudióloga, Niele Medeiros “A Sua Voz Importa”. Esse é o atual tema do Dia Mundial da Voz - 16 de abril -, campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) e que atenta para a conscientização quanto a presença de disfunções vocais. Especialistas do Hospital Ophir Loyola (HOL) abraçam a ação e ressaltam que qualquer sintoma persistente na voz é sinal de alerta para buscar um especialista, a fim de identificar alterações e realizar um diagnóstico precoce.

A voz é produzida na laringe, órgão tubular cuja estrutura é formada por ligamentos, cartilagens e dobras de músculos conhecidas como pregas vocais. A celebração do 16 de abril iniciou no Brasil em 1999, e ganhou expressão internacional três anos mais tarde. O principal objetivo segue o mesmo: informar e fomentar a prevenção e identificação de doenças vocais. A exemplo da rouquidão persistente, problemas comuns podem estar relacionados ao câncer de laringe. Diagnóstico médico que, se tardio, reduz a chance de cura e compromete a preservação da voz e da respiração.

Quinze dias é o período razoável para lidar com ardência, rouquidão, tosse, dificuldades de engolir, falhas e cansaço para falar. Passado esse intervalo, é indicada a consulta com especialista para que os sinais de alerta sejam investigados. Sintomas que surgem sem motivo aparente exigem cautela. Contudo, o receio em procurar um especialista é um desafio recorrente nos consultórios.

Fonoaudiólogas do Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém Para a chefe da Divisão de Fonoaudiologia do HOL, Brena Habib, é importante atentar para problemas vocais pré-existentes. Ignorar sintomas como a rouquidão pode postergar diagnóstico e retardar o tratamento.

“A voz é um instrumento importantíssimo para a comunicação e as orientações promovidas com a campanha são necessárias para que as pessoas atentem mais para os cuidados necessários para ter saúde vocal. Infelizmente, o que constatamos é que as pessoas só procuram o profissional quando já estão com alguma alteração vocal, ou quando são afastadas do ambiente de trabalho, por uma disfonia ocupacional ou por doenças que acarretam a alteração vocal”, afirma a especialista.

Josiléia Teixeira, 43 anos, foi diagnosticada com câncer de boca há dois anos. Após intervenção cirúrgica, segue com tratamento, que inclui visitas regulares à fonoaudióloga, Niele Medeiros. “Realizo exercícios para comer melhor, beber água e para a voz. Com os atendimentos, me sinto mais segura”, relata a dona de casa.

A profissional explica que, com a cirurgia, a paciente teve parte do céu da boca retirada, dando lugar a uma prótese. Durante o processo de adaptação ao novo recurso, exercícios visam a melhorar a qualidade de vida da paciente. 

“Por uma questão alimentar, trabalhamos, prioritariamente, para que ela retirasse a sonda. Agora, nosso foco é no vocal, que também é uma demanda de impacto para a paciente. O processo de recuperação envolve musculatura, mudança de hábito e condicionamento. A paciente apresenta pouca precisão e nasalidade da voz. Como ela sofreu impacto direto na comunicação, os exercícios visam trazer a voz para a cavidade oral para que não tenha tanta interferência nasal. Com o treinamento, deixaremos a voz mais forte, condicionando o fluxo aéreo para boca, obtendo voz mais natural”, explica Niele Medeiros.

Peculiaridades - Fonte de reconhecimento, identidade, emoções, personalidade, a voz é qualificada por especialistas como aveludadas, ásperas, metálicas, dentre outras especificidades. Mais do que classificações, Brena afirma que a atuação da equipe multidisciplinar da instituição atua diretamente na melhoria da qualidade de vida dos pacientes oncológicos.

“Todas as vozes importam e o nosso trabalho é proporcionar a melhora da qualidade de vida dos usuários. Se o paciente usa sonda, nos empenhamos nos exercícios para devolver a alimentação pela boca. O trabalho de fortalecimento preventivo também é importante para os pacientes que fazem radioterapia na região da cabeça e pescoço. A deglutição com eficiência e segurança é importante para que eles voltem a ter o prazer de viver, sentir o sabor dos alimentos, engolindo com segurança, sem risco de broncoaspiração ou de problemas maiores”, explica Brena.

Cuidados - Para manter a saúde vocal em dia, recomenda-se:

Fale no seu tom habitual de voz;

Evite hábitos como os de tossir, pigarrear, gritar ou falar por tempo prolongado;

Beba bastante água e priorize o líquido em temperatura ambiente;

Evite bebidas gasosas, alcoólicas e pastilhas, pois anestesiam a voz;

Respire pelo nariz e não pela boca;

Consuma maçã, pois o alimento tem funções adstringente e auxilia na limpeza da boca e faringe; evite fumar;

Evite alimentos achocolatados e processados; e ao notar qualquer sintoma persistente, procure atendimento médico. 

*Texto de Ellyson Ramos (Ascom Hospital Ophir Loyola)