Pará tem 71 atletas nas Paralimpíadas Escolares 2017
Foram abertas no Pavilhão Oeste do Anhembi, em São Paulo, na última terça-feira (21), as Paralimpíadas Escolares 2017, que chegam a sua 11ª edição, com a participação de mais de 900 atletas dos 27 estados brasileiros. Eles vão disputar dez modalidades diferentes nos próximos três dias, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro. A delegação do Pará, que conta com 71 atletas, com idades entre 12 e 17 anos, está sob a coordenação do Núcleo de Esporte e Lazer (NEL), vinculado à Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
A responsável pelo projeto das Paralimpíadas no NEL, professora Conceição Felgueiras, explica que a equipe paraense é composta não apenas por alunos da rede estadual de ensino, mas também de estudantes das redes municipais, privada, conveniada e de associações que trabalham pessoas com deficiência. Todas essas entidades podem participar, com os seus estudantes, das seletivas estaduais – neste ano elas aconteceram em junho – e, de lá, são escolhidos os alunos mais bem colocados nas diferentes modalidades para representarem o Estado na disputa nacional, considerada como a principal porta de entrada para as seleções brasileiras paralímpicas juvenil e adulta. “O que a gente faz é inclusão mesmo, por isso, é aberta a possibilidade de participação de todos, não apenas de alunos da rede estadual. Hoje, já temos 13 municípios do interior que participam das seletivas regionais e isso é muito importante. Neste ano, temos, por exemplo, atletas de cidades como Barcarena, Tailândia, Acará, Tucuruí, entre outras”, pontuou.
Esse aspecto também é ressaltado pela coordenadora do NEL e gestora dos jogos escolares olímpico e paralímpico do Pará, professora Ana Glória Guerreiro. Para ela, os bons resultados que o Pará vem alcançando na competição – inclusive com a revelação de atletas que acabaram alcançando a seleção brasileira – são fruto de um trabalho integrado que o Estado vem desenvolvendo em prol das pessoas com deficiência. “A deficiência física ou intelectual não pode ser um obstáculo para inserir o aluno no esporte e esse evento mostra exatamente o quanto esse trabalho vale a pena. E o Estado do Pará, hoje, já tem como política pública para a juventude tanto o esporte olímpico como paralímpico. É um esforço de toda uma equipe, tanto que aqui, nas Paralimpíadas, não está só a Secretaria de Educação, mas também o trabalho do NAC (Núcleo de Articulação e Cidadania), que foi fundamental para a nossa participação, além, claro do esforço de todos os professores de educação física do nosso Estado, que hoje já preparam os seus alunos para as Paralimpíadas”, frisou.
É este o caso do professor Maycle Mendes, da cidade de Barcarena. Ele conta que o município já fornece atletas para as seleções paraenses desde 2012. Nesta edição das Paralimpíadas, são doze atletas que vieram de Barcarena, sendo três da bocha, modalidade que o professor Maycle coordena. “Para nós, professores, é um grande privilégio trabalhar com pessoas que nos dão, diariamente, fortes exemplos de superação e alegria. Estamos todos muito felizes com essa participação, pois sabemos o quanto isso é importante para os nossos atletas”, avaliou.
Já a nadadora Lucilene Sousa, de 17 anos, representará, neste ano, pela última vez, o Estado do Pará na competição, pois chegou ao limite de idade permitida pela organização. No entanto, em breve será muito provável vê-la na seleção brasileira paralímpica da modalidade. “Hoje, detenho o segundo lugar no ranking nacional e a minha pretensão é continuar no esporte, até alcançar resultados ainda melhores”, revelou a jovem, que tem baixa visão.
Durante a cerimônia de abertura das Paralimpíadas Escolares, o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Misael Conrado, parabenizou todas as delegações dos 27 estados brasileiros pela participação nos jogos e ressaltou o fato de este ser o maior evento escolar para jovens com deficiência em todo o mundo. “O entusiasmo de vocês é que tem levado o Brasil a protagonizar os melhores resultados vistos nos últimos tempos no esporte paralímpico”, disse.
As delegações foram representadas por atletas que exibiram as respectivas bandeiras de cada Estado. A porta-bandeira paraense foi a nadadora Sandriely Fontenele, de 16 anos, aluna do segundo ano do Ensino Médio da Escola Estadual Honorato Filgueiras, localizada no distrito de Mosqueiro, em Belém.
Na ocasião, foi realizada ainda uma homenagem especial ao professor e ex-atleta Antônio Façanha de Sá, de 89 anos, um dos maiores expoentes do atletismo brasileiro de todos os tempos e o idealizador da primeira competição nacional de estudantes brasileiros, ocorrida em 1969, em Niterói, no Rio de Janeiro.
Também houve uma apresentação de dois ex-atletas paralímpicos escolares, que, hoje, são referências mundiais nas modalidades que praticam, tornando-se grande exemplo para os alunos que disputam as competições escolares: a paulista Verônica Hipólito, do atletismo, e o velocista alagoano Yohansson do Nascimento.
Durante a noite, o atleta deficiente visual Pablo Borges, do judô, natural do Rio Grande do Norte, apresentou números musicais, que animaram ainda mais a plateia.
As dez modalidades que envolverão as disputas a partir desta quarta-feira (22), são: basquete em cadeira de rodas; futebol de 5; atletismo; bocha; futebol de 7; goalball; judô; natação; tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas.