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Poli Metropolitana conta com suporte para investigar Doença de Chagas

Infecção, que pode levar à morte, pode ocorrer pela transmissão vetorial, oral e transfusional. Policlínica conta com suporte para detecção da doença e recursos médicos para tratamento gratuito

Por Luana Laboissiere (SECOM)
14/04/2022 09h11

Indisposição, pouco apetite e febre alta. Os sintomas, que podem se assemelhar a um quadro de virose, escondem também a doença de Chagas. A infecção pode ocorrer pela transmissão vetorial, oral e transfusional. Atualmente, existem grandes preocupações pela transmissão oral, principalmente, na região Norte, uma das áreas mais afetadas pela doença transmitida pelo barbeiro. No Pará, a Policlínica Metropolitana, em Belém, conta com recursos médicos e testes clínicos para investigar a doença até fechar um diagnóstico preciso. 

 A médica Lorena Martins, coordenadora de infectologia da unidade, explica que a população paraense com suspeita da enfermidade, pode contar com a Poli Metropolitana para a investigação da doença.

“Os pacientes que apresentam sinais, sintomas sugestivos da doença e epidemiologia podem ser encaminhados para investigação na Poli que temos condições de fazer o diagnóstico, através de coleta de sangue com especificação para pesquisa de hematozoários em sangue periférico ou ainda pela sorologia específica para doença”, detalhou a médica.

A Doença de Chagas pode levar à morte quando não é tratada. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que menos de 10% das pessoas infectadas são diagnosticadas a tempo e apenas 1% recebe o tratamento adequado.

“Os sinais e sintomas são variados dependendo da fase a que o paciente está acometido (aguda ou crônica), podendo apresentar febre, mal-estar, inchaço localizado no local da picada do barbeiro; inchaço ao redor dos olhos; dor no corpo; dor de cabeça; cansaço e prostração; náusea e vômito, vermelhidão pelo corpo, entre outros sintomas”, alertou a infectologista.  

Apesar de o Brasil ter recebido da Organização Mundial da Saúde (OMS) a certificação de interrupção da doença pelo principal vetor, em maio de 2006, ainda sim, há registros de casos provocados pelo mal. A estimativa é que cerca de 80% da transmissão se dá por via oral. A doença causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi, que é transmitido pelo inseto (triatoma) conhecido como barbeiro, que mantém hábitos noturnos, e vive nas frestas das casas de pau-a-pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos de árvores e embaixo de pedras.

“A doença pode ser evitada impedindo que o inseto 'barbeiro' forme colônias dentro das residências. Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, pode-se usar mosquiteiros ou telas”, orientou Lorena Martins. A especialista também observa quanto às medidas de proteção individual. “É importante o uso de repelentes, roupas de mangas longas, principalmente, durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata”, observou. 

A doença pode ainda estar relacionada ao consumo do açaí em alguns lugares, e para evitar a exposição ao inseto, basta manter os cuidados necessários para o consumo.

“Outra medida preventiva é consumir alimentos de origem vegetal preferentemente pasteurizados, uma vez que já se conhece a transmissão oral da doença pelo consumo do açaí e caldo de cana”, ressaltou a infectologista Lorena Martins. 

As pesquisas e os dados epidemiológicos demonstram que o produto processado termicamente, seja pasteurizado ou esterilizado acima de no mínimo 80°C por 10 segundos, torna-se seguro, enquanto o produto in natura ou apenas resfriado ou congelado poderá não ser.

A médica infectologista lembra que após a enfermidade ser comprovada, há tratamento feito com recursos farmacológicos. “O tratamento é realizado com medicação específica, chamado benzonidazol. O qual é prescrito pelo médico e liberado pela Vigilância Sanitária após recebimento de receita e ficha de notificação da doença”, frisou.

 Serviço

Além da Doença de Chagas, a Poli conta com outros serviços na infectologia voltados às doenças causadas por vírus, bactérias, fungos e parasitas, como “tuberculoses, neurotoxoplasmose – também chamada por toxoplasmose cerebral, linfonodos cervicais, enfermidades no trato gastrointestinal.

“Por mês, temos a capacidade de atender até 300 pacientes na infectologia. Possuímos uma série de exames para otimizar o tempo para o diagnóstico de doenças infecciosas e parasitárias que podem ser causadas por microrganismos. Desta forma, a Poli rastreia essas enfermidades de forma rápida e assertiva, e encaminha o paciente para os postos de saúde ou centros especializados onde farão o tratamento”, pontua Liliam Gomes, diretora executiva na Policlínica Metropolitana. 

Agendamento

Os serviços de especialidades na Poli são referenciados pela Unidades de Atenção Básica em saúde, inseridas no Sistema Nacional de Regulação (SisReg) ou por meio de interconsultas. “A Poli Metropolitana é uma central de diagnóstico com atendimento de mais de 20 especialidades, entre elas, a infectologia, onde mantém infraestrutura para o rastreio de diversas doenças, como a de Chagas”, enfatizou o secretário de saúde do Pará, Romulo Rodovalho. 

O atendimento na Poli Metropolitana é com hora marcada, devendo o paciente comparecer apenas com 40 minutos de antecedência para cadastro e procedimentos necessários, conforme instruído no comprovante de agendamento emitido pelo sistema de regulação da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sespa). No dia e horário agendado, o paciente deverá comparecer à Policlínica com o comprovante de agendamento; documento de identificação com foto; comprovante de residência com CEP e Cartão Nacional SUS. 

Os especialistas reforçam que dentre as medidas que ajudam a prevenir o contato com o "barbeiro" estão: melhorar a habitação, através de reboco e tamponamento de rachaduras e frestas; usar telas em portas e janelas; impedir a permanência de animais como cão, gato, macaco e outros no interior da casa; evitar montes de lenhas, telhas ou outros entulhos no interior e arredores da casa; construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro, depósitos, afastados das casas e mantê-los limpos; retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas; fazer limpeza periódica nas casas e em seus arredores; difundir junto aos amigos, parentes, vizinhos, os conhecimentos básicos sobre a doença, transmissor e sobre as medidas preventivas; encaminhar os insetos suspeitos de serem “barbeiros” para o serviço de saúde mais próximo.

 Texto: Roberta Paraense/Ascom Policlínica Metropolitana