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Biólogo do Jardim Botânico de Goiânia estuda borboletas no Mangal

O Parque, em Belém, abriga grande diversidade de espécies, e Jailton Castro veio para observar a reprodução delas

Por Fernanda Scaramuzini (Pará 2000)
31/03/2022 16h58

Por sua grande atratividade a reserva José Márcio Ayres é um dos espaços mais visitados do Parque Zoobotânico Mangal das Garças. O local abriga uma diversidade de espécies, sendo também referência de laboratório vivo para instituições de pesquisa interessadas na biodiversidade amazônica, como é o caso do biólogo Jailton Castro, que veio de Góias a Belém para observar o trabalho realizado pela equipe técnica do Mangal na reprodução de borboletas.

Com o objetivo de adquirir conhecimentos para aplicar em um futuro borboletário a ser inaugurado no Jardim Botânico de Goiânia, o pesquisador está na capital desde a última terça-feira (29 de março), e tem realizado um processo educativo de treinamento, por meio do acompanhamento do trabalho realizado em cada etapa metamórfica dos insetos. 

“Em de novembro de 2021, vislumbramos a possibilidade de criar o borboletário no Jardim Botânico de Goiânia. A partir de então, começamos a pesquisar por criatórios de borboletas no Brasil, até que chegamos ao trabalho realizado no Mangal das Garças, que é uma grande referência nacional neste sentido”, declara Jailton Castro.

O biólogo conta que entrou em contato com a gerência do Parque, que de prontidão aceitou recebê-lo. Castro revela que após estes primeiros dias de observação pôde notar que, a equipe técnica do Parque Mangal das Garças não apenas tem o cuidado necessário à reprodução, como buscam também proporcionar a melhor forma de adaptá-las considerando a sazonalidade da região, uma vez que as incidências das borboletas estão ligadas às condições climáticas.

“É admirável o trabalho realizado por aqui. Algumas das espécies que ocorrem aqui no Estado do Pará, também ocorrem em Goiás, então é mais fácil de aprendermos a operar o manejo delas por meio da observação do borboletário do Mangal. Nós só vamos apenas adaptar a questão da temperatura, pois os estados possuem climas consideravelmente diferentes e isso influencia no ciclo de criação da borboleta”, discorre o biólogo.

Jailton diz que, com estas espécies e com estas informações em mãos, a implementação delas no futuro borboletário de Goiás, bem como o processo de adaptação delas às condições da região será mais efetivo. O biólogo elogiou a estrutura do parque, que considerou ampla e apropriada para toda a logística necessária na criação das borboletas, e revela que deseja uma estrutura nos mesmos parâmetros para o Jardim Botânico de Goiânia, onde está planejando implementar no futuro borboletário a ser inaugurado.

Basílio Guerreiro, biólogo do Mangal das Garças, destaca a importância do trabalho realizado no Parque com diversas espécies da fauna e flora amazônica e o reflexo positivo que o serviço traz para o Estado do Pará. 

“É inegável que o Pará, por meio do Mangal das Garças, tem destaque nacional e internacional em se tratando da reprodução de borboletas. É um trabalho que exige muita dedicação. Estarmos sempre testando novas espécies, pois o clima da nossa região é peculiar e algumas borboletas incidem em tempos chuvosos e outras em tempos secos, o que define a abundância dos insetos. Podermos realizar a soltura de dezenas de exemplares quase diariamente demonstra que estamos no caminho certo”, afirma Basílio.

Guerreiro destaca ainda, que o interesse de outros estados pela pesquisa e trabalhos realizados na capital, por meio do Mangal das Garças, é muito interessante, já que, além de ofertar os conhecimentos adquiridos, é possível  aprender e cruzar novas técnicas, além de denotar a possibilidade de parcerias futuras, como exemplo por meio de um intercâmbio entre espécimes. 

“Sempre que pesquisadores entram em contato, o parque zoobotânico está aberto para recebê-los, tanto para ensinar quanto para aprender. Ter esta troca de informações e de bancos genéticos é muito importante para a sobrevivência de parques naturalísticos, zoológicos e museus de todo o Brasil e do mundo”, frisa o biólogo.

Atualmente, o borboletário do Mangal das Garças tem sete espécies de borboletas, entre fixas sazonais. As mais conhecidas são as julias (Dryas iulia), que se caracterizam pela cor laranja e as olho-de-coruja (Caligo illioneus), como o próprio nome sugere, elas têm olhos parecidos com os das aves noturnas.

Além da reprodução, a equipe técnica do Parque faz a condução da visitação pública, fomentando a educação ambiental e explicando como funciona o laboratório natural, a reprodução das borboletas e como as espécies vivem no ambiente natural. A soltura das borboletas na reserva José Márcio Ayres (borboletário) ocorre diariamente, nos horários de 10h e 16h. 

Programação diária no Mangal das Garças:
– Alimentação das Iguanas no caminho para o farol – 8h30
– Alimentação das Tartarugas e peixes no lago – 10h30
– Passeio com a coruja Nairóbi: de terça a sexta, às 9h
– Soltura das borboletas no Borboletário: 10h e 16h (monitorado)
– Passeio da coruja Olívia – 17h

SERVIÇO
Para entrada e permanência no local, é obrigatório usar máscara e apresentar, na entrada do espaço, a carteira de vacinação com as duas doses em dia e um documento com foto.

A entrada no Parque Zoobotânico Mangal das Garças é gratuita, exceto nos espaços de visitação monitorada, para os quais o ingresso custa R$ 5, 00 (cinco reais) cada. 

*Texto de Gabriel Nascimento (Ascom Pará 2000)