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Ophir Loyola retoma atividades do projeto Quartas Musicais

Por Leila Cruz (HOL)
16/03/2022 17h05

Além de transformar ambientes, despertar lembranças e sentimentos, a música traz diversos benefícios, como o alívio de dores, melhora da memória e até mesmo serve de estímulo para a prática de exercícios. Mas foi com a finalidade de reduzir os efeitos negativos da hospitalização que a Divisão de Equipe de Terapia Ocupacional criou o projeto “Quartas Musicais” em 2020 e que, após uma pausa ocasionada pela pandemia, retomou as atividades, nesta quarta-feira (16), com a apresentação da cantora paraense Yanna Cardoso.

Yanna tem um relacionamento de longa data com o hospital que iniciou em 2009 ao acompanhar a visita de uma outra artista ao público infantil assistido pela autarquia à época. Tornou-se voluntária no projeto musical, e desde então usa a voz e o violão para trazer um repertório repleto de Música Popular Brasileira (MPB), pop rock, samba, música paraense e proporcionar  alegria através da arte.  Não muito diferente de apresentações externas, ela diz que procura sentir o público e sempre pergunta o que deseja ouvir. A interação propicia familiaridade, motivação, afetividade e legitimidade do elemento humano dos participantes.

A idealizadora do projeto é a coordenadora da Divisão de Terapia Ocupacional, Márcia Nunes, que analisa os benefícios da criação de um cenário de acolhimento e humanização por meio da música para pacientes que enfrentam doenças complexas, como as oncológicas e as neurológicas. “A música torna-se um elo que marca momentos, envolve as emoções, aproxima pessoas e promove lembranças que marcam a linha do tempo. Percebe-se também que trazer a ludicidade durante os momentos de internação ou espera pelo atendimento, ameniza a angústia e o estresse ocasionado pela realidade do adoecimento”, informa a terapeuta.

Uma vez na semana, os usuários poderão apreciar a intervenção musical como um recurso de cuidado, promoção do bem-estar, conforto e momentos de socialização entre equipe assistencial e usuários. Hoje, a programação foi direcionada aos pacientes das clínicas de neurologia e neurocirurgia. O trabalhador rural Wanderson Ferreira, 20 anos, veio do município de Medicilândia e deve ser submetido a uma segunda cirurgia para tratar um tumor na hipófise - uma glândula localizada na base do cérebro. Internado há dois meses no HOL, ele vê na programação uma maneira de romper com a rotina de exames e procedimentos. “É um momento de lazer e distração, certamente injeta uma dose de ânimo e contribui com a nossa recuperação”, diz.

A terapeuta ocupacional Gabriela Alvares atende pacientes acometidos com esclerose múltipla, neuromielite óptica, síndrome Guillain-Barré, dentre outras enfermidades neurológicas que impedem os pacientes de realizar as atividades laborais e do cotidiano. Segundo ela, são pessoas que devido ao adoecimento sofreram perdas afetivas, econômicas e sociais ocasionando um abalo emocional significativo e, geralmente, passam por um longo período de internação. 

“Muitos são diagnosticados com doenças crônicas que terão de lidar pelo resto da vida, mas são controladas com acompanhamento regular nos consultórios, uso de medicamentos e reabilitação com fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional, e assim conseguem ficar bem por um longo período. Buscamos sempre trabalhar os aspectos físicos e cognitivos, a fim de garantir a autonomia para que fiquem cada vez menos dependentes de terceiros e sintam-se inseridos na sociedade”, afirma.

Para esses pacientes, o projeto Quartas Musicais ameniza a irritação e a ansiedade. E ainda restaura funções inerentes à musicalidade como o relacionamento, mobilização, relaxamento, expressão, organização e aprendizagem, dos pacientes internados e ambulatoriais.