Comitiva do Governo da Inglaterra conhece Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA)
O Centro Integrado de Monitoramento Ambiental esteve no roteiro de visitas da comitiva, que também já foi ao município de Tucumã
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) recebeu na tarde desta sexta-feira (11) representantes do Governo da Inglaterra para apresentar as ações que já vêm sendo realizadas pelo Estado do Pará no combate aos crimes ambientais, com destaque para o enfrentamento ao desmatamento. O encontro ocorreu no Centro Integrado de Monitoramento Ambiental (Cimam) e foi conduzido pelo secretário adjunto de Gestão de Recursos Hídricos e Clima, Raul Protázio, e pelo secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental, Rodolpho Zahluth Bastos.
Foram expostas as políticas centrais de desenvolvimento sustentável do Estado contidas no Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), como as estratégias do Cadastro Ambiental Rural (CAR) - Banco de Servidão Ambiental (cruzamento de compensação ambiental entre quem possui ativos e passivos ambientais), CAR Coletivo e mutirões de capacitação do CAR; a plataforma Selo Verde, que garante rastreabilidade e avaliação do desmatamento nas cadeias de soja, milho e carne; o Plano Estadual de Bioeconomia e a Política de Atuação Integrada Territórios Sustentáveis.Comitiva conheceu o trabalho realizado no Cimam
De acordo com o secretário adjunto Raul Protázio, o interesse da comunidade britânica e os esclarecimentos proporcionados pelo encontro poderão resultar em ações concretas e positivas ao Pará. “Eles ficaram muito interessados em ver que no Estado há um plano tão claro, tão objetivo e já em implementação. A comunidade internacional, e principalmente os ingleses, têm muito interesse em entender melhor como o plano de desenvolvimento econômico que o Pará vem liderando pode receber ajuda e apoio dos países do hemisfério norte, para que a gente ganhe mais velocidade na obtenção dos resultados. Desta forma, poderemos garantir que todos os objetivos que a gente tem dentro do Amazônia Agora possam ser atingidos”, informou.
Richard Ridout, chefe do Departamento de Clima, Energia e Baixo Carbono do Governo Britânico no Brasil, afirmou estar encantado com as belezas naturais do território paraense, e disse que seu papel é contribuir para as políticas de preservação do meio ambiente.
“Eu passei os últimos dois dias conhecendo alguns dos desafios sobre como podemos proteger um pouco da natureza fantástica que o Pará possui. Aqui você tem a floresta amazônica e, ao mesmo tempo, deve dar a oportunidade de sustento rural e urbano para alcançar uma economia benéfica a todos sem desmatamento”, frisou Richard Ridout, acrescentando que “a primeira coisa que posso dizer é que o Pará é um estado lindo. Tem uma abundância de natureza e uma abundância de oportunidades, e por isso faz parte do meu papel como diretor de mudanças climáticas no Brasil, que aconselha sobre onde o Governo Britânico procura desenvolver políticas de colaboração, tentar olhar para alguns dos desafios e dialogar sobre como conseguimos dar seguimento aos compromissos que foram feitos em Glasgow”.
COP 26
A iniciativa do encontro e a viabilização de um futuro apoio financeiro por parte da comunidade britânica ainda é resultado da COP 26, realizada em Glasgow, na Escócia, em novembro do ano passado, onde compromissos foram elencados e medidas já começaram a ser elaboradas para a concretização dos deveres firmados, o que poderá ocasionar resultados mais rápidos e eficazes.
O fato de o Pará já possuir ações voltadas ao objetivo em comum, o desenvolvimento sustentável, é um diferencial para a concretização da parceria.
Entre as metas apresentadas pelo Governo do Pará presentes no PEAA estão a redução de 37% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) provenientes até 2030, e 43% das emissões de GEE provenientes até 2035. Para isso, ações contidas nos eixos “comando e controle”, regularização ambiental e fundiária, além de desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono já estão sendo realizadas.
“Não é um ponto de partida do zero. Já existe uma série de ações, inclusive não só delineadas, como o Plano de Bioeconomia que está em processo de construção, mas também várias ações já implementadas, alinhadas com o Plano Estadual Amazônia Agora. O alinhamento entre a nossa visão e a visão que eles possuem de solução, de possibilidades de apoio que o Governo do Reino Unido pode dar, justamente com as estratégias já definidas pelo Estado do Pará, até 2036, pode causar um aceleramento dos resultados que beneficia a todos”, reiterou Rodolpho Zahluth Bastos.
Monitoramento
A comitiva conheceu a estrutura física do Cimam, obtendo informações acerca do trabalho realizado. No espaço, uma equipe técnica monitora e analisa os dados gerados de alertas de desmatamento, entre outros instrumentos que são utilizados para direcionar as operações de fiscalização ambiental.
Ainda durante a semana de visitas ao Pará, a comitiva, acompanhada pelo secretário adjunto de Gestão de Recursos Hídricos e Clima, já esteve no município de Tucumã, na região Sudeste, conhecendo projetos de desenvolvimento rural sustentável, com ênfase em sistemas agroflorestais, como o cultivo de cacau, que geram renda aos produtores e possuem capacidade de restaurar a vegetação.