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Mulheres ocupam mais de 80% dos postos de trabalho no Abelardo Santos

Em cargos e funções diversos, elas se destacam no cenário de saúde pela competência, determinação e múltiplas jornadas

Por Governo do Pará (SECOM)
08/03/2022 08h00

Principal força de trabalho no campo da saúde no Brasil, conforme atestam dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Pará as profissionais da área mantêm uma liderança de destaque na maior unidade hospitalar da Rede Estadual de Saúde, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, onde elas ocupam mais de 80% do quadro funcional. 

Entre os 1.096 trabalhadores diretos do HRAS, 887 são mulheres. Um número que cresce ao considerar o corpo médico que presta serviço à unidade. Dos 300 profissionais, 50% são mulheres, que atuam em 17 especialidades clínicas oferecidas pelo HRAS, localizado em Icoaraci, um dos distritos de Belém.

Hospital Abelardo Santos valoriza a força de trabalho das mulheresNo cenário nacional, os dados do IBGE mostram que as mulheres representam 65% dos mais de 06 milhões de profissionais que atuam no setor de saúde público e privado, desempenhando atividades diretas de assistência em hospitais e nas unidades de Atenção Básica.

Uma força de trabalho mais do que essencial em um dos maiores desafios enfrentados pela população mundial nos últimos anos: a pandemia de Covid-19. Milhares dessas profissionais se desdobraram, além da rotina diária, para cuidar de pacientes contaminados, consolar familiares, preservar a família e proteger a própria vida, em jornadas de trabalho que pareciam infinitas.

No “Abelardo Santos”, uma mulher é responsável pela gestão do maior setor do hospital. Renata Oliveira, 34 anos, coordena 775 trabalhadores da assistência, composto por técnicos e auxiliares de enfermagem, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos e nutricionistas.

Com uma carreira iniciada aos 22 anos, a atual diretora Assistencial do HRAS gerencia o setor de Enfermagem, o que avalia como um enorme desafio profissional, que vem enfrentando com criatividade e determinação. “O maior desafio da profissão foi iniciar alguns projetos hospitalares de alta complexidade no Estado, como UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal, UTI Pediátrica, Serviço de Obstetrícia e Serviço de Oncologia. Ter uma visão holística, mitigando riscos, executando as legislações vigentes e captando recurso humano para o serviço exige muito, sem falar de metas ousadas pré-estabelecidas. Isso me move”, garante a gestora.

Em várias frentes 

Áreas como Enfermagem e Psicologia, segundo o IBGE, são dominadas por profissionais femininas, que mantêm um índice acima de 80%. Entre esse contingente está a coordenadora de Enfermagem Adrileia Brito, 42 anos, que se desdobra para dar conta das tarefas diárias, que incluem a coordenação de setores espalhados por quatro andares do “Abelardo Santos”, revenda de semijoias, cuidado com o filho e a casa, e ainda a prática de esportes, como tênis de quadra, beach tênis e muay thai.

“Além de ser mãe há 11 anos, filha, irmã e esposa. Tendo de conciliar tudo ao mesmo tempo: trabalho 44 horas semanais. Chego as 7 h ao hospital, pois entendo que paciente é mais importante, assim como o bem-estar da equipe”, conta a profissional, que também encontra tempo para o cão da família, um pitbull.

A pandemia, apesar do esforço que exige de todos os profissionais da saúde, acabou se tornando uma oportunidade de valorização do trabalho da enfermeira. “Na primeira onda, eu atuava em Oncologia Pediátrica e coordenei as áreas Covid. Foi desafiador. Na segunda, já estava no HRAS e atuei supervisionando o trabalho da Pediatria, UTI Covid e Clínica Médica Covid. Este período trouxe uma certeza: nós podemos tudo com dedicação”, afirma Adrileia Brito.

Desafios

Outra profissional que mantém uma rotina intensa é a pediatra do HRAS, Mary Ferraz. Na pandemia, também se deparou com um de seus maiores desafios. “Coordenei uma Unidade de Terapia Intensiva infantil específica para covid e no apoio para adulto, junto a outros pediatras. Lembro de tentar garantir ao máximo alguns insumos para o meu time. Até hoje, tenho guardado em casa aventais descartáveis, óculos, sacos de proteção para o pé. Tive de dividir minha casa. Isolei os meus filhos para um lado, e entrava por outro. Coloquei uns plásticos dividindo o corredor”, conta a médica.

Pediatra intensivista, Mary Ferraz é formada há 24 anos e trabalha das 08 às 12 h, diariamente. Versátil, ela administra o tempo entre o hospital, o cuidado dos filhos de 20 e 14 anos, e a franquia de fast food waffle. “Sempre me achei uma pessoa empreendedora. A ideia inicial foi o trabalho em família, onde minha filha seria também gestora, e assim conseguiria estar mais próximo a ela, e em alguns momentos do meu outro filho. Hoje, como empresária, profissional da saúde e empreendedora do ramo de alimentos, me sinto feliz por fazer o que eu gosto, que é empreender”, acrescenta Mary Ferraz.

Mudanças de rota 

Entre as muitas consequências da pandemia de Covid-19 está a mudança de rumo na vida de muitos profissionais. Uma pesquisa da Pearson, líder mundial no mercado de aprendizagem, realizada em seis países para entender os reflexos da Covid-19 na vida pessoal e profissional das mulheres, mostra que no Brasil 84% das mulheres afirmaram usar este período como uma oportunidade para rever suas vidas e carreiras.

“Historicamente, a saúde é uma área em que as mulheres são protagonistas. Elas se sobressaem pelos cuidados ao próximo, pela dedicação, responsabilidade e competência. A pandemia colocou ainda mais esses atributos em evidência. Hoje, o ‘Abelardo Santos’ conta com um time de mulheres sem igual. São verdadeiras guerreiras, que desempenham um trabalho exitoso”, ressalta Marcos Silveira, diretor Executivo do Hospital Abelardo Santos, uma unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e administrada pelo Instituto Mais Saúde.

Texto: Ascom/HRAS