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DIA DA AUDIÇÃO

Saúde auditiva merece atenção especial em pacientes oncológicos

Pessoas que utilizam medicamentos ototóxicos durante tratamento são acompanhados por equipe de fonoaudiologia

Por Luana Laboissiere (SECOM)
04/03/2022 10h41

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, atualmente, há 500 milhões de pessoas com problemas auditivos em todo o planeta. Na última quarta-feira (03) é celebrado o Dia Mundial da Audição, em que é feito o alerta sobre a importância de manter a integridade auditiva para a manutenção da qualidade da linguagem e da vida social do ser humano. A perda de audição ou o zumbido podem ter várias causas, como fatores genéticos, diabetes, doenças na infância, exposição aos ruídos e medicamentos ototóxicos e o processo natural do envelhecimento. 

Em Belém, a cada três meses, o Hospital Ophir Loyola realiza monitoramento auditivo em pacientes em tratamento quimioterápico contra o câncer. Um cuidado necessário com aqueles que usam medicamentos ototóxicos, como os derivados da platina, que podem causar perda de audição ou zumbido, uma condição que pode ser definida como "um barulho de chuva", "cigarra", "apito", "grilo", "mosquito", "panela de pressão" entre outros, mas sempre algo muito indesejável, presente em um ou até nos dois ouvidos sem que haja uma fonte geradora deste som.

A fonoaudióloga Mayra Macedo explica que alguns dos problemas auditivos são evitáveis, entretanto, a intervenção ou detecção precoce asseguram uma melhor qualidade de vida aos acometidos pelo problema. “O tratamento para zumbido, tontura e perdas auditivas é a reabilitação fonoaudiológica e o uso de aparelhos de amplificação sonora individual, pois os sons do nosso meio estimulam o nosso cérebro a mudar o jeito que ele percebe os sons”, esclarece. 

Segundo Mayra, há um processo de remodelação da área de audição na nossa cabeça, fazendo com que o cérebro deixe de escutar o zumbido. “Além dos aparelhos convencionais de audição, hoje podemos acoplar outros sons junto a ele, fazendo com que essa estimulação possa ser ainda mais efetiva, o que chamamos de gerador de som e pode estar no mesmo aparelho de audição”, explicou a fonoaudióloga.

A moradora de Marituba, Andréia Santos, 45 anos, realiza tratamento no Hospital Ophir Loyola desde setembro de 2021, quando realizou a cirurgia contra o câncer de mama. Em outubro, ela iniciou as sessões de quimioterapia e apresentou descontrole glicêmico de diabetes, a partir daí surgiram outros problemas como visão turva e o zumbido. A perda auditiva é duas vezes mais comum em pessoas com diabetes que naqueles que não têm a doença.

“Eu fico o tempo todo escutando como se fosse uma buzina nos meus dois ouvidos, parece que fica mais alto nos dias de quimioterapia. Em dias comuns, quando estou em casa, vou para o jardim cuidar das minhas plantas. Isso me deixa relaxada e não sinto nada”, contou Andréia. 

Mayra Macedo explica que o estresse e a ansiedade também são causadores do zumbido. “Quando o paciente relaxa, faz o que gosta, os sons do zumbido são ignorados, por isso, é importante ficar tranquilo durante todo o tratamento e também no dia a dia, para poder conseguir ignorar o som que incomoda”, orientou.

Texto: Viviane Nogueira/Ascom Ophir Loyola