Hospital Abelardo Santos usa telecaptação para ampliar doação de sangue

A fim de aumentar o número de doadores de sangue e medula óssea em Belém, a Agência Transfusional do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, está captando voluntários por ligações telefônicas. A iniciativa alcançou metas recordes para a Unidade. Em dezembro de 2021 a captação própria representou 11% do total de transfusões realizadas.

Em janeiro deste ano foram repostos aos estoques da Fundação Hemopa, órgão responsável pela captação de sangue e distribuição de hemocomponentes para unidades de saúde do Estado, 95,5% das bolsas usadas em transfusões de sangue no HRAS. Neste mês, a telecaptação continua, visando ao abastecimento durante o Carnaval, período que tradicionalmente os hemocentros esvaziam e os estoques atingem níveis críticos em todo o País.

Em média, no HRAS são realizadas 250 transfusões de sangue para atender pacientes internados nos leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), adulto e infantil da unidade. Deste total, o “Abelardo Santos” precisa encaminhar, no mínimo, 50% do quantitativo usado em transfusões para ajudar a manter os estoques da Fundação Hemop. É uma tarefa desafiadora para a unidade nos últimos meses, em decorrência da pandemia de Covid-19, do surto de doenças respiratórias e dos feriados prolongados - como as festas de final de ano.

Campanhas - “Desde o início do surto sanitário, os bancos de sangue vêm sofrendo redução no número de doadores. Em consequência disso, o Hospital Abelardo Santos desenvolve diversas ações para atrair pessoas à doação. São campanhas internas e externas, caravanas, gincanas e, agora, a telecaptação. A ferramenta trouxe um resultado memorável: houve um aumento de quase nove vezes no número de doadores em um mês”, informou Marcos Silveira, diretor Executivo do Hospital Abelardo Santos.

O gestor ressaltou a importância do fortalecimento de campanhas antes de períodos festivos. “Em épocas como o Carnaval muitas pessoas viajam, se ausentam de suas atividades corriqueiras, e, assim, acabam não indo aos hemocentros para fazer a doação. Em paralelo ao esvaziamento, há registros de acidentes, com destaque nas estradas, e as pessoas continuam adoecendo e precisando de sangue. Por isso, é muito importante que as unidades de saúde somem esforços para conscientizar a população da importância de doar, sobretudo em feriados prolongados”, observou Marcos Silveira.

A enfermeira Evani Moraes, que atua na Agência Transfusional do HRAS, destacou os resultados da iniciativa. “Em dezembro do ano passado, tivemos 18 doações encaminhadas pelo HRAS, o que correspondeu a 11% dos transfundidos. Em janeiro de 2022, com o uso da telecaptação, esse número deu um salto para 219 doadores, com 95,5% do total que a unidade transfundiu. Em fevereiro, estamos também intensificando a telecaptação, sobretudo para mantermos os estoques no período do Carnaval”, informou.

Desafios - A hematologista do HRAS, Iê Bentes, frisou o quanto é desafiador realizar esse tipo de mobilização e provocar a conscientização das pessoas para essa causa. "Precisamos encaminhar mensalmente para o Hemopa pelo menos 50% do que usamos. Parece fácil, mas não é. Em janeiro, por exemplo, fizemos 263 transfusões no HRAS, e tivemos de encaminhar pelo menos 131 doadores. Lembrando que uma bolsa de sangue pode salvar até quatro pessoas", acrescentou.

A médica também reforçou o apelo para os períodos festivos. “No Carnaval, pela evasão na cidade, há habitualmente uma diminuição das doações e, consequentemente, do estoque de hemocomponentes. Doar sangue é um ato de solidariedade. Existem muitos pacientes que realmente precisam da doação de sangue: politraumatizados, oncológicos em quimioterapia, cirúrgicos, dentre outros”, disse a especialista.

Para doar em nome do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, o doador deve informar à Fundação Hemopa o código da unidade: 2105. A pessoa precisa ter entre 16 e 69 anos, estar bem de saúde e pesar mais de 50 quilos. Se o doador teve Covid-19, ele precisa estar há pelo menos 10 dias assintomático. Se houve o contato com alguém com a doença, deve estar há pelo menos sete dias do último contato.

Texto: Roberta Paraense – Ascom/HRAS