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CARDIOPATIAS

Hospital de Clínicas adota tecnologia tridimensional para correção de arritmias cardíacas

Novo equipamento é capaz de fazer o mapeamento eletroanatômico tridimensional do coração, o que facilita o diagnóstico sobre o tipo e o local da arritmia dos pacientes

Por Marcelo Leite (COSANPA)
04/02/2022 12h05

Presente entre as doenças cardíacas mais comuns, as arritmias cardíacas atingem atualmente mais de 20 milhões de brasileiros e estão entre as principais causas de mortes súbitas do país, segundo dados Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac). Caracterizadas pelo batimento desordenado do coração, as arritmias alteram a frequência e o ritmo cardíaco. Com o tempo e associado à falta de um tratamento adequado, esse descompasso pode levar ao colapso do coração. 

Referência em cardiologia no Pará, a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC) vem ampliando sua infraestrutura tecnológica para o tratamento desse tipo de cardiopatia. Entre os investimentos mais recentes está a implantação de um novo equipamento capaz de fazer o mapeamento eletroanatômico tridimensional do coração, o que facilita o diagnóstico sobre o tipo e o local da arritmia. 

Para fazer o mapeamento tridimensional, eletrodos são colocados na superfície do tórax e no dorso do paciente. O campo eletromagnético gerado entre esses eletrodos vai reconhecer o cateter e as manobras de posicionamento dele na face interna do coração. A diferença de impedância gerada no campo eletromagnético durante essas manobras resulta em mais de 5 mil pontos de imagem que reconstroem a anatomia cardíaca, o tipo, o local e o circuito da arritmia. 

O primeiro coração mapeado com a nova tecnologia foi do jovem Alan Patrick da Silva, de 27 anos. Natural de Belém, ele foi diagnosticado com dois focos de arritmia. No entanto, Alan trazia consigo um histórico de cardiopatia congênita e duas cirurgias no coração aos nove anos de idade, o que fazia do seu caso mais complexo do que outras arritmias solucionadas com técnicas mais convencionais.

Responsável pelo procedimento realizado em Alan, o médico eletrofisiologista Fabio Klemz explica como a nova tecnologia foi fundamental no caso. “Intervenções cirúrgicas na infância podem deixar cicatrizes no coração. Na medida que esse paciente chega à fase adulta e uma nova cardiopatia se desenvolve, há uma tendência para que o caso seja complexo”, detalha o médico.

Diante do resultado positivo na correção da arritmia de Alan e da possibilidade de uso do mapeamento eletroanatômico em outros casos complexos, Fábio Klemz destaca como a nova tecnologia será importante para a linha de tratamento do hospital.

"Como referência em cardiologia no Pará, temos uma grande demanda de pacientes que chegam com arritmias mais simples e que conseguimos atender com técnicas mais convencionais. Por outro lado, recebemos muitos pacientes que necessitam de procedimentos mais complexos e é extremamente importante termos a tecnologia necessária para esses tipos de casos também, o que aumenta em até 70% as chances de sucesso do tratamento”, complementa o especialista.