Polícia Ambiental orienta cuidados com cobras em áreas urbanas e reforça o resgate adequado
O Batalhão reitera que o salvamento ou recolhimento de animais silvestres é missão das equipes do BPA, que devem ser acionadas pelo número 190
Com o período chuvoso e cheias de rios, igarapés e canais que entrecortam a Região Metropolitana de Belém (RMB), aumenta a presença de animais silvestres em áreas urbanas. Na última terça-feira (1º), uma cobra surpreendeu moradores de uma residência no bairro do Jurunas, na capital.
Assustadas, as pessoas tentaram imobilizar o exemplar da espécie sucuri, que me media cerca de dois metros de comprimento. Uma guarnição do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) foi enviada ao local e encontrou o animal dentro de um saco.
Entretanto, de acordo com o comandante da corporação, major Jeremias Moura, a recomendação é acionar o resgate e se manter longe do animal para prevenir acidentes tanto com pessoas quanto para o próprio bicho.
“A sucuri não é peçonhenta, mas poderia ser uma espécie venenosa. Não aconselhamos de forma alguma que a população faça o resgate, pois geralmente não sabem qual a espécie e podem se machucar. O primeiro passo é ligar para o 190 e não se aproximar de forma alguma do animal. O Centro Integrado de Operações (Ciop) aciona o BPA para deslocar uma guarnição, que fará o resgate, em seguida uma avaliação das condições de saúde do animal para depois soltá-lo ao habitat natural”, informa o comandante.
O major Moura também acrescentou que a cobra encontrada não apresentou nenhum ferimento e foi solta em seguida. “Na semana passada, fizemos um resgate na perimetral de uma jararaca, que é peçonhenta. Há episódios em que o BPA chega ao local e a população acaba ferindo e levando o animal a óbito, com lesões graves”, pontua.
Nesta época do ano, os animais procuram áreas alagadas, um dos fatores que ocasionam a incidência de ofídios. “No período da chuva é quando o BPA é mais acionado pois os rios são interligados com os canais, a rede de esgoto. As cobras são predadoras de ratos e procuram na beira de canais e adentram as residências”, comenta o major Moura.
Não houve registro de pessoas vítimas de acidentes com cobras na Região Metropolitana de Belém. Entretanto, ao ser picado por um animal, a orientação é procurar uma unidade básica de saúde para a aplicação de soro antiofídico, além dos cuidados iniciais e possível encaminhamento para o Hospital Universitário João de Barros Barreto.
Em 2021, o BPA resgatou 1.572 animais silvestres na região metropolitana de Belém, dos quais foram 640 aves, 341 ofídios e 215 répteis. A maioria dos animais foi devolvida à natureza e/ou receberam os devidos cuidados até a reinserção em seu habitat.
O Batalhão também apreendeu 14.385 animais, sendo quase a totalidade de caranguejo-uçá (13.850), em operações realizadas em conjunto com Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), principalmente nas feiras livres da RMB.