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Hospital Galileu usa recurso do cinema para contribuir com a saúde mental dos pacientes 

"Cine Galileu" transforma enfermaria em sala de cinema com filmes que auxiliam no controle das emoções

Por Luana Laboissiere (SECOM)
17/01/2022 16h29

Como forma simples e lúdica de abordar a temática da saúde mental, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, transformou suas enfermarias em salas de cinema, na manhã desta segunda-feira (17). Em alusão à programação do Janeiro Branco, o Projeto "Cine Galileu" este mês traz para o ambiente hospitalar, lições de como trabalhar com as emoções, através de filmes com enredos divertidos, de autoconhecimento e de encorajamento diante das situações adversas da vida.  

Foi com a história de um menino de 11 anos, o Riley, que os pacientes do Galileu aprenderam lições que perdurarão para o resto da vida. O personagem principal do longa ‘Divertida Mente’ aprende, na prática, a lidar com a raiva, a tristeza, a alegria, o medo e o nojo. 

“Escolhemos essa animação para que os nossos pacientes reconheçam cada uma de suas emoções, através de uma mensagem alegre, divertida e comovente”, disse a coordenadora de enfermagem do Galileu, Kamila Rosa. “O filme escolhido pela equipe trata da inteligência emocional de um menino, e essa história, dentro de um ambiente hospitalar, é de total relevância para a elevação da autoestima de quem está internado”, completa Kamila. 

 

Inspiração

 Aos 53 anos, o artesão Joel da Costa e Silva foi paralisado em suas atividades por conta de um acidente de motocicleta, no município de Vigia de Nazaré, no nordeste paraense. Internado no Galileu há cinco dias, ele reflete sobre sua saúde mental e fala da importância do Projeto dentro de um hospital. 

“Sempre fui muito ativo. Fico ligado o dia inteiro. Com o acidente, fraturei o osso da minha perna e estou sem andar, no leito de um hospital. Me deparar com uma programação como um cinema dentro de uma enfermaria é revigorante para a recuperação e para as nossas emoções. A gente se sente acolhido, pois só quem permanece em um leito, sabe o quanto são importantes as ferramentas para nos distrair desse ambiente hospitalar. Todos da equipe fizeram um excelente trabalho”, parabenizou o paciente. 

Recorrente de outras internações, em função de uma infecção no fêmur, Maikon Pereira Pinheiro já passou por 14 cirurgias e, desde 2015, está sem andar. Mesmo travando diversas batalhas para sua recuperação, ele não deixa a depressão o abater. “Um filme, um presente, um agrado que seja, quando se recebe em um hospital, é uma forma de trabalhar com as emoções de um paciente. Comer uma pipoca, ver um filme, é uma forma de distrair a mente, ver novos horizontes. Essa iniciativa é muito importante e mostra o cuidado com os pacientes”, observou Maikon. 

Saúde Mental

A psicóloga clínica e hospitalar, Aline Pereira, explica que estar hospitalizado é um fator estressante, e ações como a do Cine Galileu fazem com que os pacientes, os acompanhantes e até mesmo os profissionais de saúde mudem o conceito de sofrimento e dor. “A psicologia tem infinitas possibilidades de enfrentamento para esse período. Não é porque estamos em um ambiente hospitalar, que será um período caótico. No contexto, desenvolvemos várias atividades para tirar o foco da hospitalização, como o cinema e o bingo do autocuidado. Essas são atividades dinâmicas e de interação, para enfrentar a hospitalização”, explicou a profissional. 

 

Humanização

A ação foi idealizada pelo setor de Humanização da unidade. Ela se encaixa no Projeto Cine Galileu, que leva sessões de filmes, com direito a pipoca e suco, para usuários e acompanhantes nas enfermarias da unidade, periodicamente. “O filme foi uma forma de emocionar e conscientizar os nossos pacientes que é possível trabalhar de forma inteligente a nossa saúde mental. A proposta da humanização, é trazer ao contexto hospitalar ações que minimizem esse período de internação. Além do Cine Galileu, durante o mês de janeiro, vamos ter várias programações voltadas à saúde mental dos pacientes e colaboradores”, adiantou Anny Segóvia, coordenadora da Humanização do Galileu. 

 

Missão

Gerenciado pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a unidade é retaguarda para pacientes com traumas e tem como balizador de suas ações, a humanização.

“A administração do Hospital Galileu tem como primazia o investimento em ações humanizadas para efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Pará e incentivando trocas solidárias entre os gestores, colaboradores e usuários. O Cine Galileu vem reforçar a nossa missão”, elucidou Alexandre Reis, diretor executivo do Galileu.

Texto: Roberta Paraense/Ascom Hospital Galileu