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Projeto Taboquinha beneficiou mais de 1.800 famílias em Icoaraci

Por Redação - Agência PA (SECOM)
24/11/2018 00h00

“Hoje o carro para na porta da minha casa”, comemora Silvana Araújo, moradora da área do Taboquinha, localizada no distrito de Icoaraci, em Belém. A recepcionista foi uma das mais de mil pessoas beneficiadas com casas pelo projeto, que levou o nome da comunidade, executado pela Companhia de Habitação do Pará (Cohab). O investimento do Governo do Estado no que é considerada sua maior obra de intervenção urbana foi de quase R$ 44 milhões.

O trabalho de reestruturação na área envolve ainda a entrega de Cheques Moradia; a recuperação do canal do Taboquinha; a construção da Ponte do Cruzeiro, para que os barcos dos pescadores da região possam voltar a atuar; sistema de tratamento de esgoto; rede de abastecimento de água; e ainda pavimentação de ruas, beneficiando mais de 1.800 famílias. O conjunto Taboquinha ganhou ainda um centro Comunitário e áreas de lazer.

“Ninguém queria me ver. Quando falava que morava no Cubatão, as pessoas diziam ‘ih, muito perigoso’, e agora não é assim. Há três anos posso receber as pessoas na minha casa porque minha moradia mudou”, continuou Silvana, que morou 14 anos em uma área de ocupação irregular de casas construídas em palafitas, conhecida como Cubatão, no distrito de Icoaraci.

O imóvel, entregue com sala, cozinha, banheiro, dois quartos e área externa, já nem é o mesmo de três anos atrás. Ao lado do marido, com quem tem três filhos, ela realizou obras na cozinha, fez a laje, uma entrada individual, uma lavanderia, trocou o forro, construiu uma lojinha e até mesmo um kitnet, que está alugado e serve de renda para a família.

As lembranças da vida de antes não são muito boas. “Morava do lado de um bar, que funcionava de segunda a segunda. Eu não podia estudar, ver televisão, ou tinha que ser no volume mais alto. O estresse era muito grande, porque não tínhamos sossego. Morávamos mesmo em cima do canal, e a casa um dia começou a estalar, entortar, aí começou a tombar”, conta.

Foi quando a Companhia de Habitação do Pará (Cohab) mandou uma equipe fazer uma vistoria, e então os técnicos informaram que a família precisava sair do imóvel o mais rápido possível, devido aos riscos de desabamento.

Vida nova no Taboquinha

Mas com a mudança, Silvana enumerou alguns ganhos para a população, entre eles, o acesso à água com qualidade. Antes, muitos precisavam ir até o igarapé pegar água e carregar de debaixo da ponte até em casa. Outro fator que ela ressalta como um grande diferencial na qualidade de vida da população é a segurança.

“Aqui a viatura passa constantemente. Mudou o nosso ambiente, né? Lá as fossas eram a céu aberto, aqui não. A estrutura que temos no imóvel é outra. Lá por ser de madeira, quando chovia molhava tudo. Tinha que andar na ponte para chegar em casa”, lembra.

A recepcionista, que hoje estuda Serviço Social porque se interessa em trabalhar com a comunidade, diz que se sente muito grata por hoje poder garantir aos filhos um bem que, mesmo juntando sua renda com a do marido, não poderia proporcionar.

“Hoje eles têm o conforto, moram numa casa boa. Tenho gratidão pelo que o Governo fez. A gente pensava que era um sonho, mas foi um sonho que eu pude contemplar a realidade, não só comigo, mas com outras pessoas que hoje não estão mais na palafita”, finaliza. 

O projeto também prevê a recuperação do Igarapé do Cubatão, com dragagem e construção de margens dos Lagos 2 e 3, onde estão sendo construídos diques, praças e outros equipamentos que irão revitalizar totalmente a área, antes bastante degradada. O primeiro Lago será entregue ainda esse ano.

Investimento em habitação

A presidente da Cohab, Lene Farinha, destaca que o órgão conseguiu, nos últimos quatro anos, atender a diversos segmentos da sociedade. “Devido à grande demanda junto ao Ministério Público, conseguimos adaptar casas com barras para pessoas com deficiência. Também atendemos necessidades de pessoas idosas e com doenças graves”, destacou.

De 2003 a 2018, foram entregues mais de 80 mil Cheques Moradia, o que representa um investimento de R$ 703 milhões do Governo do Estado. Nesses quatro anos, o número de famílias atendidas com o projeto do órgão chega a 6.500. A Cohab também entregou casas relacionadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na comunidade da Pratinha – 1.645 famílias beneficiadas; do Pantanal – 1.692 famílias beneficiadas; do Fé em Deus – 1.689 famílias beneficiadas, entre outros. O número de famílias contempladas até outubro de 2018 foi de mais de 16 mil.

No Taboquinha, Lene afirma que foram entregues mais unidades do que estava previsto. “Revertemos uma paisagem muito feia. Estamos na fase de conclusão, estamos entregando os últimos apartamentos. Não ficou ninguém sem atendimento. Antes, o Taboquinha era um lugar que ninguém queria morar, que tinha um índice de violência alto, e foi transformado em uma área urbana valorizada”, analisou.

A presidente da Cohab acredita que a parceria com outros órgãos é fundamental para garantir políticas públicas voltadas para garantir melhorias de vida para a população. “Projetos como o ‘Minha Casa, Minha Vida’ precisam vir agregados a projetos de infraestrutura urbana. Não é um ganho só para a comunidade, mas para a cidade em si”, concluiu.

Lene informou, também, que a Companhia recebe ainda demandas de vulnerabilidade social do Pro Paz, Fundação Papa João XXIIII (Funpapa), Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) e Secretaria de Estado de Saúde (Sespa). Indígenas e quilombolas também são atendidos por meio de solicitação do Núcleo de Apoio às Populações Indígenas e Quilombolas (Nupinq), entidade vinculada à Casa Civil do Governo do Pará.

Até outubro de 2018, o Governo do Estado investiu mais de R$ 133 milhões em obras do PAC.