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Adepará participa do 4° Fórum do Plano Estratégico sobre a erradicação de Febre Aftosa

O plano estratégico visa criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de área livre da febre aftosa

Por Lilian Guedes (PC)
15/12/2021 11h38

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adepará) participou, na última terça-feira (14), do 4° Fórum do Plano Estratégico da Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA), que tem como estratégia principal a discussão entre os atores envolvidos no processo de avanço e a sensibilização para a execução do Plano, que objetiva a manutenção de zonas livres da doença e a ampliação progressiva de áreas livres sem vacinação, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

O encontro foi organizado pela Equipe Gestora do Plano Estratégico Estadual (EGE), por meio de uma plataforma virtual. A abertura contou com a presença e pronunciamento dos representantes das instituições que compõem a Equipe Gestora Estadual, como a Adepará, Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA), Sedap, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Pará (CRMV). As palestras buscaram atingir o público-alvo, que são as partes interessadas: setor produtivo, profissionais da medicina veterinária (público, privada e autônomos), serviço oficial,  acadêmicos e membros da cadeia de carne bovina e bubalina com a divulgação de ações, estratégias e medidas a serem adotadas. 

A Adepará foi representada pela médica veterinária e gerente de Defesa Animal, Melanie Castro, que iniciou destacando as ações e os investimentos que a Adepará tem realizado para que o estado do Pará alcance o status de área livre de Febre Aftosa.

“A Adepará, nesses dois anos de gestão, vem incentivando e intensificando as ações de defesa animal. Visando o plano estratégico, nós precisamos comprovar um sistema de vigilância veterinária eficiente, em função disso, uma série de ações precisam ser realizadas para conseguirmos conquistar o título de livre de febre aftosa sem vacinação. Para isso, foi realizada uma série de capacitações. Mesmo tendo a pandemia entre 2020 e 2021, foram adquiridos e distribuídos no estado, 105 carros, no modelo 4x4 e várias escritórios e gerências regionais foram reformadas, inclusive a sede da Agência que vai ser concluída para a nossa mudança no primeiro semestre de 2022. Essas são ações que visam alcance o principal objetivo do plano estratégico do PNEFA, que é justamente alcançar o status de livre sem vacinação”, pontuou Melanie. 

Diego Viali dos Santos, especialista em Defesa Sanitária Animal, representou a Divisão de Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apresentando o cenário do Plano Estratégico e os avanços e andamento das ações realizadas de 2017 para o período atual e ressaltou a importância das instituições responsáveis e envolvidas estarem em constante diálogo, principalmente com os produtores rurais, para que as estratégicas continuem dando certo. O especialista reforçou, ainda, que o Plano não termina após a retirada de 100% da vacina e é preciso continuar trabalhando. 

Articulação

A união entre as esferas pública e privada, para que o plano avance, foi o ponto em comum entre os palestrantes, uma vez que a comunicação é fundamental para que os envolvidos estejam em consonância para a consolidação do projeto. A gerente do Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa da Adepará, Samyra Albuquerque, frisou a necessidade de todos pensarem no bem comum e destacou o avanço da Agência com o setor dos produtores rurais e a importância da realização do Fórum.

“O Fórum busca fortalecer a intersetorialidade, visando o interesse comum, ou seja, a manutenção da condição de livre da febre aftosa. Por isso, o processo de execução e gestão do Plano, numa visão intersetorial, precisa ser sobretudo coletivo, participativo e realizado em diferentes espaços e instâncias. 
A execução do Fórum Estadual do Plano Estratégico está muito além de um mero evento realizado apenas para contabilizar dentre as ações concluídas, tem por objetivo sensibilizar os envolvidos para a união de esforços, valorizando e dando destaque à importância das ações de defesa para o agronegócio paraense. A interação entre as partes interessadas é fundamental para o sucesso do Plano, visto que é necessária a união de esforços em prol de um objetivo comum, o qual trará benefícios a todos os envolvidos”, disse a gerente. 

Após as palestras, foi aberta uma mesa redonda para cada representante expor a sua consideração final sobre o tema. 

Ações

A iniciativa do Planejamento Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção de Febre Aftosa (Pnefa 2017-2026) é criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de País livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres de febre aftosa sem vacinação e a sua elaboração foi baseada  em estudos científicos, análises de riscos de introdução, disseminação do vírus e também visa benefícios econômicos ao país.

Melanie Castro, gerente de Defesa Animal da Adepará, enfatiza a importância da vacinação contra a Febre Aftosa que segue até quarta-feira (15) e as ações de fiscalização que a Agência tem intensificado em todos os municípios paraenses, além do trabalho realizado junto aos produtores rurais, cadeia da carne, entre outros. 

“O plano estratégico envolve vários setores, o setor privado é fundamental nesse processo, então todos precisam interagir, de que forma a gente consiga conquistar o título, só o serviço público, só a Adepará, não tem como alcançar esse objetivo final. Então todos os outros atores do processo, como a Federação de Agricultura - representando o setor produtivo,  Sedap, Conselho de Medicina Veterinária, Emater, todas essas instituições fazem parte do nosso grupo do plano estratégico do Estado do Pará, que faz parte do bloco II e que tem objetivo de alcançar o plano e substituir a vacina por um sistema de vigilância veterinário eficiente reconhecido pelo Ministério da Agricultura e pela Organização Internacional de Saúde Animal”, finalizou a gerente.

O Pnefa é composto pelos setores público e privado, cujos governos estaduais são representados pelas secretarias de Agricultura e instituições vinculadas, responsáveis pela execução do Programa no âmbito estadual. No Pará, integram o Programa Nacional a Adepará, Sedap, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Ministério da Agricultura, Sindicato da Carne e Derivados do Estado do Pará e Federação de Agricultura, esta última representante do setor produtivo. O produtor rural também participa das discussões, a fim de que todos os grupos de interesse do setor agropecuário possam contribuir e avaliar o cenário para a tomada de decisão.

No Plano Estratégico, o Brasil foi dividido em blocos: Bloco I – região amazônica: Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte do Mato Grosso; Bloco II – região amazônica: Amazonas, Amapá, Pará e Roraima; Bloco III – região Nordeste: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte; Bloco IV – região central: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins, e Bloco V – região sul: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Esse agrupamento busca favorecer o processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação de forma regionalizada, com início em 2017 e conclusão em 2026, quando todo o País alcançaria a condição de livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

O encontro realizado na tarde desta terça-feira (14), é uma das ações da Adepará junto às partes responsáveis em cumprimento às exigências do Plano Estratégico. O próximo Fórum será realizado em 2022, com data a ser definido pela Equipe Gestora.