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"ENTRE ELAS"

Projeto abre as portas do mercado de trabalho a mulheres em situação de vulnerabilidade social

Fundação ParáPaz, executora do projeto, firmou parceria com a Seaster para apoiar o recomeço de mulheres, inclusive daquelas vítimas de violência

Por Giovanna Abreu (SECOM)
10/12/2021 10h51

“O ‘Entre Elas’ entrou na minha vida em um momento de muita dor, após o feminicídio sofrido pela minha irmã. Além de todo o suporte psicológico oferecido para mim, tenho a oportunidade de conseguir um emprego, que eu vejo como uma chance de mudar de vida e dar uma condição melhor para a nossa família. Esse projeto nos abraçou e acolheu de uma maneira muito especial. Mesmo com tanta tristeza, meu coração sai daqui mais leve e tranquilo”. O relato é de uma das mulheres assistidas pelo projeto, que prefere não se identificar por ser uma das vítimas de um caso de violência de grande repercussão em Belém. 

A Fundação ParáPaz, por meio do Projeto “Entre Elas”, firmou parceria com a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), via Programa 1º Ofício. O objetivo é atender mulheres em situação de vulnerabilidade, na faixa etária de 14 a 24 anos, para que sejam inseridas no mercado de trabalho. Além do atendimento jurídico e psicológico já realizado pelo “Entre Elas”, o projeto busca garantir suporte financeiro para um recomeço. 

Chefe da Procuradoria Jurídica da Fundação ParáPaz e coordenadora do projeto, a delegada Claudilene Maia explica que houve alteração na metodologia do “Entre Elas”, que começou atendendo mulheres vítimas de violência doméstica e passou a alcançar, também, mulheres em situação de vulnerabilidade social. A finalidade é garantir que outras demandas apresentadas pelas mulheres assistidas possam ser atendidas de forma intersetorial. A independência financeira é uma delas. 

“O projeto vem apresentando um avanço maravilhoso na vida de muitas mulheres. Não trabalhamos somente o acolhimento e a integração de uma mulher que sofre violência doméstica no eixo da segurança pública ou de uma mulher que não têm condição de prover a própria subsistência. Nós nos preocupamos com o cerne, que é a necessidade da inclusão social. Muitas mulheres não conseguem romper o ciclo de violência por serem dependentes financeiramente, e isso precisa mudar”, enfatiza a delegada.

Mercado de trabalho

O secretário adjunto de Trabalho, Emprego e Renda, Miriquinho Batista, vê na melhoria da qualidade de vida dessas mulheres um dos principais benefícios do Programa 1º Ofício, que dá oportunidade de inserção no mercado de trabalho. “Essa parceria com a ParáPaz é fundamental, porque as mulheres atendidas poderão ingressar no mercado de trabalho, participar de qualificações profissionais em panificação e confeitaria, embelezamento (design de sobrancelha, corte de cabelo, manicure e pedicure) e elaboração de alimentos, entre outros. Qualificar essas mulheres é dar oportunidade para que tenham sua própria renda, mais qualidade de vida e independência”, afirma o adjunto da Seaster. 

“O objetivo é romper o ciclo da violência doméstica e a preocupação do projeto é acolher essas mulheres de modo a fomentar a inclusão social e o acesso ao mercado de trabalho, proporcionando meios através de parcerias, como no caso da Seaster, que veio agregar de forma positiva, garantindo os direitos através de políticas públicas. Ainda que a mulher não seja vítima de violência doméstica ela está em condição de vulnerabilidade, por isso precisamos incluí-la no mercado de trabalho, mas o maior foco continua sendo o combate à violência doméstica”, disse Alberto Teixeira, presidente da Pará Paz.

Criado em 2020 pelo Governo do Pará, o Projeto “Entre Elas” conta com uma equipe multidisciplinar, que envolve psicólogas, assistentes sociais e advogadas. A iniciativa vai além do atendimento emergencial pós-violência, realizando uma busca ativa por mulheres em situação de vulnerabilidade social em rodas de conversa na Região Metropolitana de Belém e cidades do interior. Atendimentos domiciliares também são realizados. 

“O objetivo do projeto é o empoderamento dessas mulheres, é fazer um resgate da identidade e capacita-lás para que sejam protagonistas e possam reescrever as suas histórias.” Explica a primeira-dama e coordenadora voluntária do projeto, Daniela Barbalho. 

 

Acesso 

O principal meio de acesso ao “Entre Elas” é pelas rodas de conversa que a Fundação ParáPaz proporciona, principalmente nas Ações Cidadania que o governo do Estado realiza em todos os municípios. Em uma ação no bairro da Guanabara, em Ananindeua, Patrícia Nunes e sua filha, Isabela Monteiro, 18 anos, conheceram o projeto.

“Fiquei maravilhada com as oportunidades que o governo disponibiliza para as mulheres do Estado. As jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social, com baixa renda, como a minha filha, podem abrir novos horizontes, através do Programa 1º Ofício. Nesta quinta-feira (09), a minha filha fez o cadastro e, se Deus quiser, em breve, será inserida no mercado de trabalho. Quando você vê num projeto desse a oportunidade de ser incluída, tudo muda para melhor na vida de uma mulher. Só tenho a agradecer”, ressalta Patrícia Nunes.  

Além das rodas de conversas, a Fundação ParáPaz também recebe mulheres em situação de vulnerabilidade social em casos emergenciais. Mais informações pelo telefone: (91) 98510-8599 ou apelo e-mail entre.elas@parapaz.pa.gov.br. 

Entre os meses de maio e novembro deste ano, o Projeto “Entre Elas” atendeu 2.402 mulheres, ofertando 3.921 serviços, como orientação jurídica, emissão de carteira de identidade, entrega de cestas básicas, encaminhamentos e orientações psicológicas e sociais. Além da inserção no mercado de trabalho, o projeto investe em políticas públicas de acesso à habitação, ao empreendedorismo, à renda, à assistência jurídica gratuita, entre outros benefícios, e ainda auxilia demandas emergenciais com a Secretaria de Saúde Pública (Sespa) e de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).

“O objetivo é romper o ciclo da violência doméstica e a preocupação do projeto é acolher essas mulheres de modo a fomentar a inclusão social e o acesso ao mercado de trabalho, proporcionando meios através de parcerias, como no caso da Seaster, que veio agregar de forma positiva, garantindo os direitos através de políticas públicas. Ainda que a mulher não seja vítima de violência doméstica ela está em condição de vulnerabilidade, por isso precisamos incluí-la no mercado de trabalho, mas o maior foco continua sendo o combate à violência doméstica”.