IDEFLOR-Bio instala Unidade Demostrativa-UD de Sistema Agroflorestal em área próxima a sede do Instituto
A Diretoria de Desenvolvimento da Cadeia Florestal (DDF) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade – IDEFLOR-Bio, por meio do seu corpo técnico, cultivam uma Unidade Demonstrativa – UD de Sistemas Agroflorestais (SAF's), nas imediações da sede do instituto localizado no Parque Estadual do Utinga "Camillo Vianna", na Avenida João Paulo II, em Belém, em área com aproximadamente 55x55 metros (3025 m²) correspondente a 0,3 ha. No arranjo proposto, a cultura da banana tem papel de destaque no SAF's. O Sistema rende frutos que servem de alimento para os animais e também aves do parque, a exemplo as Ararajubas (Guaruba guarouba) no viveiro do Parque.
O Sistema Agroflorestal – SAF consiste no plantio de anuais, frutíferas e espécies florestais diversas em uma mesma área, beneficiando o desenvolvimento das culturas e contribuindo com a recuperação de áreas alteradas/degradadas, promovendo não só a reconstituição das características do solo, assim como todos os elementos naturais que favorecem, e dão condições para a manutenção da biodiversidade local.
"O sistema agroflorestal visa à diversificação das espécies cultivadas, produção sustentável, recuperação de áreas degradadas e implementação econômica para a agricultura familiar. O IDEFLOR-Bio fomenta a produção de mudas florestais e frutíferas, estruturação de viveiros, mecanização da terra, capacitação e acompanhamento regular por meio da equipe técnica da Instituição", destacou a presidente do IDEFLOR-Bio, Karla Bengtson.
Os Sistemas Agroflorestais - SAF's foram escolhidos pelo Instituto como estratégia para a recuperação dos passivos ambientais de áreas alteradas com desenvolvimento produtivo e incremento de renda nas propriedades de agricultores familiares organizados. Para facilitar o entendimento dos projetos desenvolvidos pela diretoria do instituto em municípios de todas as regiões de integração do Estado. Na Unidade implantada no Parque do Utinga, os técnicos do instituto identificaram as características ambientais do solo e promoveram a limpeza da área onde a unidade seria construída, depois foram realizadas as marcações dos arranjos, aberturas de covas, adubação e por último o plantio de mudas que compõe o sistema agroflorestal.
As primeiras mudas inseridas foram as de ciclo curto e anuais, a exemplo do milho, mandioca e abacaxi. Após 10 dias, foram cultivadas as frutíferas: banana, açaí, bacabi, cupuaçu, cacau, muruci e bacuri. Atualmente, após dois anos do início do plantio, as culturas anuais já saíram do sistema em substituição às frutíferas, seguindo um avanço planejado para um estágio sucessional intermediário, que consiste no processo de regeneração da vegetação.
O diretor de Desenvolvimento da Cadeia Florestal (DDF), do IDEFLOR-Bio, Vicente Neto, da diretoria responsável pela implantação da Unidade Demonstrativa de SAF, destaca que há cerca de 10 anos, o Instituto, desenvolve o projeto PROSAF, fomentando a implantação e o manejo de SAF's, em todas as regiões do Estado. "Importantes resultados já foram alcançados nos mais diversos municípios do Estado, contribuindo para a diversificação da produção, recuperação ambiental de áreas alteradas, incremento de renda e a segurança alimentar das comunidades.
As bananeiras são geralmente introduzidas nos SAF's em sua fase inicial, com a finalidade de sombrear as frutíferas introduzidas posteriormente, as quais suas mudas, recém-introduzidas, são mais sensíveis à incidência direta da luz solar. Fornecem também grande quantidade de biomassa e mantêm a umidade do solo, melhorando as suas propriedades químicas e físicas. Em função do solo empobrecido na área da unidade demonstrativa a cada dois meses foram realizadas adubações com minerais ricos em nitrogênio, fósforo e potássio como complemento à adubação orgânica e manejo do solo. Como resultado, se obteve grande produtividade do fruto demonstrando que, além dos benefícios ambientais, a espécie também oferece vantagens econômicas aos agricultores com a oferta de um produto de alto valor nutricional e grande aceitação nos mercados locais.
O biólogo do Instituto, Antônio Campos, destaca que após dois anos de introdução da banana na Unidade do Parque do Utinga, as frutíferas que compõem o sistema alcançaram um estágio de crescimento que já demanda maior quantidade de luz. Por este motivo, no último mês de outubro, foi realizado o manejo das bananeiras, deixando apenas três ou quatro pseudocaules por planta. Com isso, um grande volume de biomassa foi incorporado ao solo, favorecendo o aumento da fertilidade e maior entrada de luz. "Com a maior disponibilidade de luz solar e de nutrientes no solo, espera-se um ganho de produtividade e da qualidade dos frutos nos próximos meses", afirmou o técnico.