Delegação paraense faz últimos treinos em preparação às Paralimpíadas Escolares 2021
Vão representar o Pará na competição, que será realizada em São Paulo, 85 estudantes-paratletas
O paratleta Lucas Costa (de óculos ) e seu guia, Alexandro Lopes, intensificando o treinamentoCom o objetivo de estimular a participação dos estudantes com deficiência física, visual e intelectual em atividades esportivas de todas as escolas do território nacional, de 22 a 27 de novembro será realizado em São Paulo (SP) a 12ª edição das Paralimpíadas Escolares. A iniciativa visa, também, promover uma ampla mobilização em torno do esporte de caráter educacional, como importante instrumento de inclusão social.
Nesta quinta-feira (18), parte da delegação paraense que vai participar da competição se reuniu no Campus III da Universidade do Estado do Pará (Uepa), em Belém, para um treinamento geral e definição das últimas estratégias voltadas à competição. Na próxima segunda-feira (22), 85 paratletas (sendo 71 alunos da rede estadual) e 51 representantes - membros da comissão técnica -, seguem para a cidade que sediará os jogos.Delegação paraense espera bons resultados na 12ª edição das Paralimpíadas Escolares
O evento é uma realização do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e do Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Especial de Esporte, tendo como responsabilidade exclusiva a realização da Etapa Nacional. No Pará, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio do Núcleo de Esporte e Lazer (NEL), oferece todo o incentivo necessário aos representantes, seus familiares e aos profissionais que trabalham na preparação dos paratletas.
Expectativa - Quem está ansiosa para o início das competições é a estudante Emilly Costa, 17 anos. Ela garantiu que vai batalhar para conquistar um bom resultado na sua modalidade desportiva (bocha), em São Paulo. “Esta é a quinta vez que participo das Paralimpíadas Escolares, e agradeço muito ao governo do Estado por todo o incentivo. Sou muito grato, também, à minha mãe, que sempre me apoia, motiva. É minha amiga e parceira, e não mede esforços em prol do meu bem-estar”, contou a paratleta.Paratletas treinam e contam com o apoio do governo do Estado
A professora e treinadora dos paratletas da bocha, Kaellen Machado, disse que as expectativas para o torneio são as melhores possíveis, e que este é o ano com o maior número de estudantes paraenses na competição. “Temos um grupo bem heterogêneo, uma representatividade bem legal. Mesmo com a pandemia (de Covid-19) a gente conseguiu dar andamento aos treinamentos, ajustar o que foi preciso. Os alunos fizeram o trabalho em casa, seguindo as nossas orientações, e a gente conseguiu estruturar um local para poder treinar com eles de forma contínua”, ressaltou a educadora.
O pai do aluno Davi Alves, 12 anos, informou que por conta da pandemia o paratleta continua estudando em casa, e tem se preparado intensamente para o torneio. “Ele faz os exercícios aos sábados, na Tuna, e nos dias de semana as atividades são realizadas em nosso próprio condomínio, na quadra de esportes. Percebo a satisfação do meu filho em participar dessa modalidade esportiva, porque ele consegue desempenhar muito bem, apesar das suas limitações. Isso faz com que ele fique muito feliz, por conta dessa autonomia que ele tem, por intermédio da bocha”, acrescentou Daniel Alves.
Incentivo - A secretária de Estado de Educação, Elieth de Fátima Braga, ressaltou que “esta iniciativa é muito importante para os nossos estudantes, independentemente da rede de ensino. Há pouco tempo, realizamos em Belém a nossa etapa estadual, e foi um sucesso. Neste momento, quero parabenizar todos que não medem esforços para a realização deste evento e desejar aos nossos alunos, que vencem diariamente suas adversidades, os quais são fontes de inspiração para todos nós, que possam ir lá, representar e abrilhantar o Pará”, reiterou.
Segundo o coordenador de Esporte e Lazer do NEL e chefe da delegação paraense na competição, Marcley Lima, a preparação para o evento foi a melhor possível, apesar das limitações impostas pela pandemia de Covid-19. Estudantes de 12 municípios paraenses vão participar do campeonato, o que, para o coordenador, demonstra que o incentivo ao esporte é descentralizado e abrangente.
“Estamos recebendo todo o apoio do governo do Estado, por meio da Seduc, para que pudéssemos levar a melhor equipe possível a São Paulo. No total, estaremos viajando com uma delegação de 136 pessoas que, na última edição dos jogos, conquistou o 3º lugar geral em número de medalhas. Portanto, a expectativa de todos é a melhor possível. Sabemos que o importante é se divertir, adquirir experiências, mas não tenho dúvidas de que os nossos estudantes vão conseguir bons resultados e, consequentemente, voltar ao Pará com muitas medalhas no peito”, destacou o dirigente.
Competição - Na edição deste ano, 13 modalidades esportivas fazem parte das Paralimpíadas Escolares. De 11 a 17 anos (atletismo, bocha, judô, natação, tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas; 12 a 17 anos (taekwondo); 13 a 17 anos (futebol PC, goalball, basquete em cadeira de rodas 3x3 e parabadminton); 13 a 18 anos (futebol de 5 e voleibol sentado).
A competição desportiva teve sua primeira edição em 2009. Desde então, se consagrou como o maior evento mundial para crianças com deficiência em idade escolar. Diversos talentos do paradesporto já passaram pelo torneio, como o velocista paraense Alan Fonteles, que alcançou a medalha de ouro nas Paraolimpíadas de Londres (2012).
Podem participar das Paralimpíadas Escolares 2021 equipes masculina e feminina, com deficiência física, visual e intelectual, e idade mínima de 11 anos (nascidos em 2010) e máxima de 18 anos (nascidos em 2003), conforme as modalidades previstas para o torneio, e desde que estejam regularmente matriculados e frequentando escolas de ensino fundamental, médio ou especial, pertencentes à rede pública ou particular de ensino.
Texto: Vinícius Leal - Ascom/Seduc