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CULTURA E LAZER

Cineasta Jorge Bodanzky é homenageado em exposição na Casa das Artes, em Belém

Mostra traz fotografias e registros de imagens de um dos maiores cineastas do Brasil e pode ser conferida pelo público até o mês de fevereiro de 2022

Por Governo do Pará (SECOM)
17/11/2021 14h00

A Galeria Ruy Meira, na Casa das Artes, foi palco de um importante momento para cinéfilos e apaixonados por fotografia de Belém. Na abertura da exposição “Bodanzky: Notas de um Brasil Profundo”, inédita no País, o premiado cineasta Jorge Bodanzky, cujo trabalho é o tema da mostra, esteve presente para receber a homenagem da produção e conversar com o público.

A curadoria da mostra é assinada pela cineasta paraense Jorane Castro e pelo artista Orlando Maneschy, e reúne fotografias e filmes sobre a obra do diretor, um dos mais importantes da filmografia documental do Brasil. A exposição é parte integrante do III Festival do Filme Etnográfico do Pará, e teve seu vernissage na segunda (15), às 19h30.

Fotografias intercaladas com fragmentos de filmes Super 8 compõem a exposição. Também há registros de filmagens realizadas como referência para seus filmes, como o clássico “Iracema, Uma Transa Amazônica” – cuja protagonista, Edna Souza, também participou do evento. Para Orlando Maneschy, estudar o acervo “foi um mergulho, em que a gente teve que olhar uma quantidade enorme de imagens pra tentar entender esse universo e perceber o olhar do Bodanzky pro Brasil”.

Revelando o Brasil - Segundo Orlando Maneschy, o filme mais famoso do cineasta serve de fio condutor para a montagem, que se concentra no período entre o final dos anos 1960 e meados dos anos 1980. “Na exposição, a gente traz um extrato disso tudo a partir de ‘Iracema...’. É como se a ‘Iracema’ nos conduzisse para adentrar e revelar esse Brasil; um Brasil que é apagado, esquecido, das pessoas pobres e humildes, que lutam para existir”, informou.

Composta por imagens que não receberam nenhum processo de restauro, a exposição apresenta as marcas do tempo nos registros, o que chamou a atenção do próprio cineasta. “Ficou muito bonito. Apesar de o assunto ser muito diverso, deu uma unidade – já que as fotos foram feitas conservando a qualidade do tempo, sem correções. O tempo é quem dá a unidade para o que estamos vendo aqui”, disse Jorge Bodanzky, que também destacou a colaboração do Instituto Moreira Salles para que a exposição ocorresse. “É um período que eu trabalhava com material analógico, hoje depositado no IMS, que gentilmente cedeu e digitalizou esse material para poder ser exposto aqui. É um material raro do meu arquivo que, em grande parte, nunca foi exibido para o público”, ressaltou.

Serviço: A exposição “Bodanzky: Notas de um Brasil Profundo” fica aberta para visitação até fevereiro de 2022, na Galeria Ruy Meira, na da Casa das Artes – na Rua Dom Alberto Gaudêncio Ramos, ao lado da Basílica Santuário de Nazaré.