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Escola Indústria do Chocolate completa um ano valorizando produtores no Baixo Tocantins

O investimento do Estado, em parceria com o Senar, já permitiu a entrega de três indústrias fixas em Igarapé-Miri, Altamira e Medicilândia

Por Carol Menezes (SECOM)
09/11/2021 21h42

Equipe técnica envolvida na qualificação e produtores de cacauHá pouco mais de um ano, em outubro de 2020, o Governo do Pará entregou ao município de Igarapé-Miri, no nordeste paraense, a Escola Indústria do Chocolate, a fim de incentivar a produção local de cacau e sua verticalização, fazendo do Pará o maior produtor de cacau, e do cacau e da amêndoa uma fonte de riqueza a partir da produção de derivados, como manteiga, chocolate e polpa.

Por meio dessa estrutura, o pequeno produtor passa a conhecer a potencialidade da sua produção, além de fomentar a geração de emprego e renda na região. A verticalização da cadeia produtiva de cacau amplia seus benefícios socioeconômicos, por meio do conhecimento, agregando valor ao cultivo do fruto no Pará.

Os produtores aprendem a beneficiar o próprio cacauIvaldo Santana, coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura (Procacau), ligado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), citou a parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), para um investimento de R$ 711 mil na instalação de cinco indústrias fixas, nos municípios de Igarapé-Miri, Altamira, Medicilândia, Tomé-Açu e Castanhal, sendo que as três primeiras já foram inauguradas, e uma será móvel. 

"Em Igarapé-Miri já foram capacitados produtores e empreendedores para produção de chocolate artesanal. Esta unidade, assim como as demais, tem sua importância na medida em que verticalizam a produção, agregando valor às amêndoas de cacau produzidas no Estado", detalha o coordenador.

Fábrica Escola - Darlene Pantoja, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, explica como os produtores são ensinados a beneficiar seu próprio cacau. "Já tivemos turma no Acará, em Igarapé-Miri e Mocajuba, e teremos uma turma em Baião no mês que vem. Houve uma redução do número de alunos. Muitas turmas só estão retornando agora. Nosso objetivo é que os produtores de várzea do Baixo Tocantins venham ter a noção, venham compreender a importância da Fábrica Escola, pois com pequenas técnicas eles podem triplicar o valor do cacau orgânico", informa.

A sindicalista confirma que, após a criação da Escola Indústria, os produtores têm procurado mais o Senar em busca de capacitação, de melhorar suas produções. "Umas das coisas mais importantes que a Escola Indústria proporciona é a possibilidade de abrir a visão do produtor de ilha, para que ele se torne um pequeno empresário. Também ajuda muito na cadeia alimentar nessas ilhas, porque a Escola ensina como fazer o seu próprio pó de chocolate, suas geleias, para consumo da família", acrescenta Darlene Pantoja.Entrega da Escola Indústria do Chocolate, no ano passado

Funcionamento – Segundo Luciano Murakami, coordenador da Escola Indústria do Chocolate, as aulas são compostas de dois módulos, 40 horas cada, sendo o primeiro módulo de Gestão e Empreendedorismo, quando os alunos começam a ter uma base de como desenvolver a própria empresa. O segundo módulo é Chocomiker, quando é mostrada toda a verticalização do cacau, desde a amêndoa até o produto final e suas variantes - chocolate, bombons etc.

Amêndoas de cacau em uma das fases de processamento"Mostramos toda a cadeia do cacau, toda a verticalização, desde a seleção, a análise do cacau, porque para ter um chocolate bom tem que ter uma boa seleção. Todo o processo de torrefação, descascamento, o que vai virar um nibs, que já é um primeiro produto verticalizado. A partir daí ensinamos também a fazer a extrusão do nibs com a manteiga de cacau, que também já se torna um segundo subproduto. Em seguida, vêm o chocolate e seus derivados, sendo que no processo da manteiga de cacau já sai a torta de cacau, e dela o chocolate em pó", explica.

A partir daí vem todo o processamento do chocolate, a parte da conchagem, do refino, da temperagem, da moldagem, até chegar à barra. Dela barra vem toda a parte de mercado, desde a parte de tabletes para food service, que serão vendidos em confeitarias e outras lojas do gênero. "Existe uma gama enorme na parte do tablete em barra, e depois o tablete para consumo direto e para utilizar na fabricação de bombons, recheios. Assim que ocorre na aula”, completa Luciano Murakami. O coordenador reforça que o aprendizado depende de cada aluno, da perspicácia, da habilidade, da vontade de absorver todo o conhecimento.