Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
PARCERIA

Indígenas da etnia venezuelana Warao ganham espaço para educação

Por Redação - Agência PA (SECOM)
19/12/2018 00h00

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Belém (Semec), inaugurou nesta quarta-feira (19) um espaço dentro da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marechal Cordeiro de Farias, na capital paraense, para escolarização de refugiados indígenas da etnia Warao, da Venezuela.

Desde o início de 2018, as autoridades estaduais e municipais vêm desenvolvendo projetos para viabilizar o atendimento aos indígenas refugiados, incluindo ações na área de educação. Daí a criação de um espaço para atender todas as famílias Warao. A Semec será responsável pela educação infantil, que atenderá cerca de 80 crianças. A Seduc vai atender a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Hoje, já estão matriculados 150 indígenas.

A coordenadora da Educação de Jovens e Adultos da Seduc, Nulcia Azevedo, explica que o espaço será compartilhado para diversas atividades de familiarização. “É importante que esses indígenas tenham a garantia dos direitos assegurados”, acrescenta.

A coordenadora de Atendimento Escolar da Semec, Manuella Porto, informa que desde outubro vem desenvolvendo atividades nos abrigos onde os indígenas estão morando. “Iniciamos o atendimento por meio de uma pedagogia utilizada nos campos de refugiados, chamada Pedagogia da Emergência”, explica.

Relação familiar - Os indígenas Warao têm uma relação familiar própria. O processo de formação educacional da família será feita em conjunto, podendo ser identificadas algumas dimensões afetivas e os perfis das crianças, considerando a trajetória que fizeram para chegar a Belém, e o entendimento do idioma.

O espaço terá atividades de motricidade, cromoterapia (utilização da cor na cura de doenças) e especificidade cultural.

Indígena refugiado, o professor Jesus Nunéz disse que o projeto está sendo estruturado para que todos os indígenas tenham educação digna. “É uma troca de conhecimento entre Warao e os brasileiros”, acrescenta.

Oportunidades - O indígena Fredy Cardona afirma que em Belém os venezuelanos estão tendo oportunidades que nunca tiveram em seu país. “Criaram um espaço onde a gente pode aprender a ler e escrever, para darmos uma vida digna a nossa família”, reitera Fredy Cardona.

Atualmente, Belém tem cerca de 470 indígenas Warao, entre homens e mulheres de todas as faixas etárias, atendidos no Abrigo Estadual Domingos Zaluth, na Casa de Autogestão e em alguns bairros da Região Metropolitana.

Em novembro deste ano, a Seduc realizou um processo seletivo para contratação de professores de língua espanhola e professores mediadores, que falam a língua Warao.