COP 26: Pará passa a integrar grupo de estados globais comprometidos com o clima
Estado foi anunciado como membro efetivo da coalizão durante a Conferência Climática da ONU, neste domingo (07)
O governador Helder Barbalho participou na manhã deste domingo (07), da Assembleia Geral da Under 2º Coalition, iniciativa de governos subnacionais que visa a redução de emissões de gases de Efeito Estufa até 2050. O Pará foi anunciado como membro efetivo da coalizão durante a Conferência Climática da ONU, a COP 26, na cidade escocesa de Glasgow.
O estado foi aprovado no comitê gestor da coalizão em setembro, após a entrada do Pará na Campanha Race To Zero. O Pará passa a integrar um novo nicho de oportunidades para estados subnacionais. Durante a assembleia, os estados e regiões-membro da Coalizão Under2, liderada pelo Reino Unido, compartilharam ações de combate às mudanças climáticas.
“Nós estamos comprometidos com essa meta, inclusive com intenções mais ousadas com o Plano Amazônia Agora e do Fórum Paraense de Mudanças Climáticas, para que possamos construir soluções sustentáveis para a nossa sociedade”, afirmou o governador do Pará.
A Assembleia Geral da Coalizão Sub2 e a COP26 são importantes plataformas para que os governos subnacionais sejam ouvidos sobre as mudanças climáticas. É uma oportunidade não só para compartilhar conhecimentos e experiências, mas para mostrar as leis e políticas que os estados têm implementado, além de desafiar a comunidade internacional a desempenhar seu papel.
Para o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, o ingresso do Pará na coalização é uma consequência de todos os esforços que o estado vem fazendo ao longo dos últimos três anos. “O Pará vem construindo uma trajetória de descarbonização, ainda neste ano passamos a integrar, a campanha da ONU, Race to Zero. O estado passa a integrar um novo ambiente global de estados que discutem mudanças climáticas como centro das suas prioridades”, reforçou Almeida.
A Under 2º Coalition é uma iniciativa de governos subnacionais que visa a redução de emissões de GEE. Fundada em 2015, na Califórnia, a partir de um Memorando de Entendimento (MoU) assinado entre 12 jurisdições. Hoje engloba 260 jurisdições (estados, províncias, municípios), onde estão 1,75 bilhão de pessoas no mundo e PIB agregado de US$ 34 trilhões.
"Amazônia Agora"
O Plano Estadual Amazônia Agora, lançado na COP25, é o grande plano de ação do Pará que visa integrar a redução das taxas de desmatamento ilegal e queimadas, o incentivo à produção e ao consumo sustentáveis, o reflorestamento de áreas degradadas e a captação de investimentos para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.
O PEAA traz uma visão estratégica de longo prazo. Tem como meta promover a redução de, no mínimo, 37% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) provenientes da conversão de florestas e do uso da terra, até 2030 – em relação à média entre os anos de 2014 a 2018 – e, a partir de então, com apoios adicionais, ampliar esta performance, para 43% de redução até dezembro de 2035. A pretensão maior é elevar o estado do Pará, a partir de 2036, ao estágio de emissão líquida zero, ou carbono neutro no setor Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF).
Para a diretora de Mudanças Climáticas, Bioeconomia e Serviços Ambientais da Semas, Camille Bemerguy, a adesão ao Under 2 efetiva as ações do governo para garantir que esses compromissos assumidos possam ser reais.“ Demonstramos nosso claro compromisso em seguir com ações de redução ao desmatamento nos próximos anos. Além de reduzirmos o desmatamento, identificamos as ações que são necessárias para estruturar o estado institucionalmente e juridicamente rumo à uma política ambiental e climática robusta e em consonância para uma transição econômica de carbono neutro”, destacou.
Ao passo em que busca reduzir o desmatamento de maneira progressiva, o PEAA visa também intensificar a regeneração vegetal em 5,65 milhões de hectares até o ano de 2030, e, com parcerias e apoio adicional ao esforço doméstico, ampliar a performance para 7,41 milhões hectares até dezembro de 2035, valor que representa, sozinho, 61% da meta alçada pelo Brasil no âmbito de sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).