Policiais civis e militares serão capacitados para atender vítimas de violência doméstica
Convênio entre a Segup e o Instituto de Desenvolvimento Social (Ideso) estenderá aos 144 municípios paraenses a formação de combate à violência contra a mulher
Convênio entre Segup e Ideso garante capacitação a policiais militares e civis para o atendimento de vítimas de violência domésticaNesta sexta-feira, 22, um termo de cooperação celebrado entre a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) e o Instituto de Desenvolvimento Social (Ideso) permitirá a capacitação de agentes das polícias Militar e Civil, com objetivo de garantir direitos às mulheres que sofrem violência doméstica.
Na assinatura, ocorrida na sede da Segup, estiveram presentes os representantes do Tribunal de Justiça do Pará, Ministério Público do Pará, Defensoria Pública do Pará, Polícia Militar do Pará, Polícia Civil do Pará e das instituições de ensino superior Faculdade Integrada Brasil Amazônia (Fibra) e Faculdade Adventista da Amazônia (FAAMA).
A deputada federal Elcione Barbalho articulou a apresentação do projeto ao secretário Ualame Machado após o êxito em BenevidesA iniciativa surgiu após os resultados positivos obtidos na formação ofertada pelo Ideso aos policiais da 2ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), de Benevides. Com apoio e articulação da deputada federal Elcione Barbalho, o projeto foi apresentado ao secretário titular da Segup, Ualame Machado, e ampliado para o contingente das duas forças policiais e deve ser executado em todo o Estado.
Para a deputada federal, o envolvimento e o compromisso dos órgãos no combate à violência doméstica devem ser parabenizados. “Deve haver humanidade no acolhimento dessas mulheres já sofridas e que se submetem por causa da família. Ficamos felizes por esta iniciativa e quero parabenizar os envolvidos pela disposição”, disse.
A formação deve somar com outras ações que a segurança pública já vem desenvolvendo, a exemplo da operação “Maria da Penha”, aplicativo SOS Maria da Penha, Patrulha Maria da Penha e canais de denúncia como a Inteligência Artificial Rápida e Anônima (IARA), mencionou Ualame Machado.
Secretário de Segurança Pública, Ualame Machado: capacitação representa mais um avanço no combate à violência contra a mulher“Os cursos devem contribuir para esse entendimento de combate a esse tipo de violência e contará com o olhar da sociedade civil e daí a importância. Mais essa contribuição para que possamos avançar neste processo”, destacou o secretário de Segurança Pública.
EMPENHO
O Delegado-Geral da Polícia Civil, Walter Resende, destacou o empenho do órgão, que através da delegacia especializada realiza o atendimento das mulheres quando estas comunicam o crime. “A Polícia Civil trabalha rigorosamente para que a lei seja cumprida, além de estarmos dedicados em campanhas e ações. Este convênio merece nossos aplausos”, parabenizou.
Outro público atendido com a formação, a Polícia Militar, que possui grande capilaridade no Estado, trabalha para que a revitimização da mulher seja coibida, ressaltou o comandante-geral da corporação, coronel Dilson Júnior. “A pessoa é duplamente violentada na sua casa e às vezes no atendimento. Então trabalhamos para que ela seja acolhida, ouvida e bem atendida. Esta parceria só vem somar com o atendimento humanizado”, ressaltou.
Coronel Dilson Júnior, comandante da PM, diz que capacitação é fundamental para evitar a revitimização das mulheresPRÓXIMA ETAPA
As formações serão alinhadas com cada segmento da segurança pública, de acordo com a logística e dinâmica de cada uma. Realizado nos 144 municípios paraenses, o trabalho será específico para cada força, explica Luciane Ferreira, presidente do Ideso.
Para a Polícia Militar ocorrerá o “Curso de Abordagem Policial para atender as mulheres vítimas de violência doméstica” e para a Polícia Civil haverá a “Capacitação para o Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Doméstica”. O Tribunal de Justiça, o Ministério Público do Pará, a Defensoria Pública e as faculdades participarão como instrutores nos cursos.
“Eles têm essa vivência da rotina, da necessidade e vão falar com propriedade de conhecimento do dia-a-dia para que possamos realinhar as necessidades dessa abordagem específica que é para a mulher vítima de violência”, enfatiza a presidente do Instituto.
* Texto de André Macedo (Ascom/Segup)