Financiamento Sustentável é último tema debatido antes do Fórum Mundial de Bioeconomia
O evento promovido pela Semas abordou a Bioeconomia como estratégia para o desenvolvimento sustentável
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) promoveu, na noite desta quinta-feira (30), o último Webinar que antecede o Fórum Mundial de Bioeconomia. Com o tema “Bioeconomia e Finanças Sustentáveis”, em parceria com a The Nature Conservancy Brasil (TNC), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e do GCF Brasil, o objetivo foi discutir o futuro da Bioeconomia, a fim de gerar sugestões de estratégias estaduais de financiamento para um desenvolvimento sustentável a partir dos insumos naturais. O evento encerrou a fase de preparação para o Fórum Mundial de Bioeconomia
“Vale a pena estabelecermos um entendimento comum entre o que é Biodiversidade, Bioeconomia e Finanças Sustentáveis. Como princípio, a gente precisa destacar a conservação da biodiversidade biológica, o uso sustentável de seus componentes e a repartição justa dos benefícios recorrentes da utilização de recursos genéticos, por meio do avanço tecnológico e financiamento apropriado. Tendo em vista isso, a gente precisa valorizar a economia através de recursos naturais e do apoio governamental, a partir de novas políticas públicas, para avaliar e fornecer um investimento sustentável adequado”, destacou o professor de Economia na Crummer Graduate Scholl of Business Rollins College, Dan Biler.
Atualmente, a população brasileira está cada vez mais atenta ao impacto socioambiental dos negócios no País. Segundo dados divulgados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 87% dos entrevistados consideram esse compromisso importante para reforçar as práticas de sustentabilidade.
Setor financeiro - Para Nabil Moura Kadri, chefe de Departamento de Meio Ambiente e Gestão do Fundo Amazônia no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), esse tema é importante para as ações bancárias que estão avançando de forma rápida e cada vez mais integradas aos assuntos da Bioeconomia. “Do ponto de vista da biodiversidade, esse processo acelerou, e as instituições financeiras entraram junto aos órgãos ambientais para garantir o alcance das metas climáticas. O setor financeiro tem se movimentado para apoiar essas causas, para que consigamos criar regras comuns para cálculo dos impactos e dos resultados das ações vinculadas à biodiversidade, de maneira integrada. Esse esforço conjunto é fundamental para a implementação da Bioeconomia na mitigação dos problemas referentes às mudanças climáticas”, explicou Nabil Kadri.
O fundador da SITAWI Finanças do Bem, Leonardo Latelie, afirmou ser fundamental que os processos decorrentes da implementação do financiamento às estratégias de Bioeconomia partam de três pilares: implementação de programas territoriais na Amazônia; promoção de projetos filantrópicos e investimentos de impacto que visam ao impacto ambiental positivo. “As instituições financeiras abordam esse tema de maneira diferente. A gente precisa focar na medição do estoque da biodiversidade, para que ela possa ser inserida nas lógicas de mercado, para que seja possível avançar na Bioeconomia. Mas dentro das operações financeiras é fundamental que a gente observe os impactos. Na minha opinião, devemos acelerar a quantificação desse estoque, para que as monetizações façam sentido, mas sempre olhando os serviços ecossistêmicos para a sociedade como um todo , e não apenas para um único ator. Esse é o nosso desafio”, concluiu o CEO da SITAWI Finanças do Bem.
Fórum Mundial – Pela primeira vez na história, o Fórum Mundial de Bioeconomia (FMB) ocorrerá fora da Europa. Nos dias 18, 19 e 20 de outubro, Belém sediará o evento.
Porta de entrada para a Amazônia, com um ecossistema único e fundamental para o meio ambiente do planeta, a capital paraense reunirá palestrantes e especialistas de vários países em torno do desenvolvimento sustentável e das potencialidades regionais, sendo palco de um debate que é referência no planeta.