Prêmio inscreve projetos de experimentação e pesquisa artística
A Fundação Cultural do Pará (FCP) iniciou as inscrições para o edital do Prêmio Pesquisa e Experimentação 2017. As inscrições vão até o dia 16 de fevereiro. O edital tem como objetivo premiar até 20 projetos inéditos de pesquisa e experimentação artística que expressem a cultura paraense, apresentados nas linguagens visual, cênica, musical, design e literária, objetivando identificar, valorizar e dar visibilidade às atividades artístico-culturais existentes nas diferentes regiões do território paraense.
Os prêmios estão divididos da seguinte maneira: 7 contemplados em linguagem visual; 6 em linguagem cênica; 5 em música; 1 em design e 1 em arte literária. Os projetos serão avaliados de acordo com os seguintes critérios de avaliação: de 0 a 30 pontos no quesito “conteúdo estético e simbólico”; de 0 a 30 pontos no quesito “exeqüibilidade do projeto”; de 0 a 30 pontos no quesito “criatividade e inventividade”; e de 0 a 30 pontos no quesito “trajetória profissional comprovada”.
Cada projeto premiado receberá R$ 20 mil, assim divididos: parcela inicial de R$ 5 mil, na assinatura do contrato; parcela de R$ 10 mil, após a primeira avaliação técnica; e parcela de R$ 5 mil, após a entrega de relatório, apresentação dos resultados esperados e avaliação técnica final.
Expressões - Este ano, as linhas de premiação estão mais amplas, possibilitando uma variedade maior de opções. Com isso, a Fundação Cultural do Pará quer aumentar o número de inscrições do interior do Estado, ainda bem menor do que o da capital. “A diversidade cultural que existe no Pará é muito grande e isso faz diferença no cenário cultural brasileiro. Esse Prêmio de Pesquisa e Documentação reflete essa diversidade. É quando o artista tem espaço para discutir a própria arte, a sua linguagem e seu ofício como artista”, disse a diretora de artes da Fundação Cultural do Pará, Célia Jacob.
Nos últimos dois anos, 60 projetos foram contemplados com o Prêmio Pesquisa e Experimentação. No ano passado, um dos premiados foi a arquiteta Ninon Jardim. Há 12 anos ela trabalha em uma comunidade de São João da Boa Vista, no Marajó, desenvolvendo projetos e produtos junto aos artesãos do local, utilizando produtos como cerâmica, madeira e fibra.
Ninon foi uma das duas premiadas em design, com um projeto para uma linha mobiliária inspirada no cotidiano e memórias dos artesãos de São João da Sebastião da Boa Vista. Foram desenvolvidas 12 peças, em três linhas diferentes, contando um pouco da história e costumes atuais da comunidade, em um processo de criação coletiva.
O artesanato produzido durante o projeto esteve ao alcance do público no final do ano passado, na Casa das Artes, em uma exposição denominada “Entre rios e ruas”. As 12 peças já foram vendidas, estimulando e aperfeiçoando a produção local e também gerando renda.
“Achei maravilhoso ter conquistado esse prêmio ofertado pelo Governo do Estado, através da Fundação Cultural do Pará, porque além de conseguir executar o meu projeto, ainda ajudei a comunidade local, que hoje melhorou o processo produtivo deles, que antes era completamente manual’, comemorou a design premiada.
Quem quiser seguir os passos da arquiteta Ninon Jardim pode se inscrever e concorrer ao fomento, através do site da Fundação Cultural do Pará. “Incentivo todo mundo a se inscrever. Só posso dizer que dá certo. O processo é altamente democrático, transparente e simples. Assim que eu puder, vou me inscrever novamente com outro projeto”, disse Ninon.