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CORONAVÍRUS

Hospital Ophir Loyola participa de estudo nacional inédito "Neurocovid"

Por Governo do Pará (SECOM)
17/09/2021 14h14

A diretoria do Hospital Ophir Loyola recebeu no início do mês de setembro, os coordenadores da pesquisa NeuroCOVID, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): Cristiane Bresani, Clarice Neuenschwander e Jurandy de Magalhães. A visita teve como objetivo acertar a participação do HOL nesse estudo inédito concebido pelas doutoras Cristiane Bresani, pesquisadora do Laboratório de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz (PE), e Lúcia Brito, neurologista do Hospital da Restauração (PE). 

A pesquisa consiste em  verificar se à forma mais branda do SARS-CoV-2, que não leva a internação por COVID-19, pode predispor o paciente a um acidente vascular cerebral (AVC) agudo.

No início da pandemia de COVID-19, estudos sobre o perfil dos pacientes afetados na China indicaram que grande parte dos casos apresentava idade acima dos 50 anos e possuía comorbidades crônicas prévias, tais como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e doença vascular cardíaca ou cerebral prévia. Desde então, cientistas na China, Europa e Estados Unidos vêm evidenciando que pessoas que já tiveram AVC são de fato propensas à forma mais grave da COVID-19, e também que esta pode provocar um AVC agudo durante a internação.

O AVC (acidente vascular cerebral) é uma lesão no cérebro causada por uma doença nas artérias cerebrais, ou seja, vasos que levam sangue para o cérebro, que assim evoluem com obstrução ou se rompem, provocando os sintomas que muita gente conhece: de fraqueza em um braço ou perna, fala embolada, perda de consciência (desmaio ou coma), convulsões e até a morte.

 "Diante da grande incidência das doenças cerebrovasculares, considerada a segunda causa de morte no mundo e terceira no Brasil, e do avanço do SARS-CoV2, com altas taxas de ataque e de transmissores assintomáticos, pretendemos compreender se a infecção aumentará silenciosamente a chance ou a gravidade dos AVCs no Brasil", ressalta  Bresani.

Rede - O Estudo está sendo realizado em 11 serviços de neurologia distribuídos de Norte a Sul do país. " Estamos estudando durante este e o próximo ano, dois grupos de pacientes: o de casos formado por pacientes com AVC agudo, e o grupo de controle, que inclui pessoas sem AVC . Estamos investigando e monitorando, entre esses voluntários, quantos estão com a infecção silenciosa pelo novo coronavírus ou tiveram a infecção recentemente. Para isso, são coletadas amostras de sangue e swab nasal, espécie de cotonete estéril  que serve para coletar secreções", explica Bresani.

No Pará, o Instituto de Neurologia do Hospital Ophir Loyola integra o grupo de serviços que irá participar da pesquisa. Segundo o chefe do serviço do HOL, Dr. Hideraldo Cabeça, a importância do trabalho vem em dois aspectos.

"Devido ao envolvimento do hospital em pesquisa multicêntrica, pois fomos os escolhidos como  centro coparticipante na perspectiva de observar casos relacionados a doenças cérebro vasculares e o vírus SARS-CoV2. Um outro aspecto está relacionado ao atendimento do paciente, em que protocolos rígidos de observação acabam ampliando o leque de possibilidades numa determinada situação, permitindo ao paciente um olhar estruturado dentro do contexto da doença cerebrovascular e correlação do  acidente vascular cerebral e do envolvimento do vírus em estudo.”

Hideraldo esclarece que nem toda instituição tem a facilidade desse tipo de avaliação. " No HOL, como centro de referência em  neurologia, com atividade acadêmica, com residência médica e  participando de projetos, mais recursos são encaminhados em prol do paciente.  Desta forma verificamos outras possibilidades diagnósticas e isso faz  com que possamos oferecer para população um série de benefícios, na avaliação especializada na neurologia, na investigação neurológica e nas medidas de terapia intensiva. Este cenário institucional, do Hospital Ophir Loyola,  favorece a  um amplificado leque de pesquisa, de observação, de exames complementares no intuito de se identificar a causa do acidente vascular do paciente, trazendo assim redução na internação, melhor reabilitação e retorno à sociedade".

A médica Cristiane Bresani enfatiza que  a pesquisa além  de diminuir as incertezas sobre as  consequências da COVID-19, vai ajudar a direcionar novas pesquisas sobre prevenção e tratamento nesse grupo de risco e propor recomendações para esta população.