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Ophir Loyola alerta para as características e os riscos de câncer do sistema linfático

O diagnóstico é feito através da biópsia e o HOL mantém serviço diário dedicado ao tratamento da doença. O acesso do paciente é via sistema de regulação.

Por Governo do Pará (SECOM)
16/09/2021 13h50

Mais de 14 mil pessoas devem desenvolver linfomas no Brasil em 2021, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Atualmente, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em oncologia no Estado do Pará, atende 92 pacientes com este tipo de câncer, sendo 49 masculino e 43 feminino.Paciente em consulta médica no Hospital Ophir Loyola, em Belém 

A cada 15 de setembro do ano, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas. A data tem o objetivo de orientar a população sobre a importância da identificação precoce dos sintomas da doença e do tratamento em fase inicial. O sistema linfático é formado pelo tecido linfóide, vasos linfáticos e linfa. Os órgãos mais facilmente reconhecidos são os gânglios linfáticos ou as ínguas, que são os aumentos dos linfonodos que podem aparecer no pescoço, axila ou região inguinal. 

Segundo o hematologista do HOL, Thiago Xavier, o câncer linfático, também conhecido como linfoma, se desenvolve principalmente nestes locais. “Como possuímos células de defesa em todo corpo, a doença pode surgir em qualquer local e existem mais de 40 tipos de linfomas. De um modo geral o linfoma não tem uma causa conhecida. Alguns fatores podem influenciar um maior risco como infecções por HIV ou hepatite C”, explicou. 

No final do ano de 2020, após ter o seu filho, Débora Raissa Nascimento, 19 anos, sentia dores de cabeça e fazia uso de medicamentos, no entanto, a dor não passava. Ela decidiu procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi encaminhada para o neurologista e descobriu que havia tumores no olho direito e próximo ao pulmão.

Ela realizou a cirurgia para a retirada do tecido que estava no local, sendo constatado o Linfoma de Burkitt, um tumor de crescimento muito rápido que se origina nos linfócitos B, onde são produzidos anticorpos essenciais para combater algumas infecções.O tratamento quimioterápico durou até março de 2021, no HOL. Hoje, a paciente faz acompanhamento de rotina a cada dois meses. 

“Todos os dias eu me perguntava como uma pessoa da minha idade tinha uma doença tão grave, principalmente porque o meu filho era recém nascido e eu não conseguia cuidar dele. Fiquei muito triste com a situação, mas hoje graças a Deus, estou curada. Sempre que venho às consultas, recebo os resultados dos exames e fico sabendo que está tudo bem, a felicidade é grande”, afirmou Débora Nascimento.

Os sintomas da doença, segundo os médicos, dependem da localização. Se ocorrer nos gânglios linfáticos superficiais do pescoço, axilas e virilha, forma-se gânglios linfáticos aumentados nessas áreas. Se a doença ocorrer na região do peito, podem ocorrer tosse, falta de ar e dor no local. Quando aparece na pelve ou abdomen, os sinais são desconforto e distensão abdominal. Outros sinais de alerta incluem febre, fadiga, suores noturnos, perda de peso sem motivo aparente, coceira no corpo, anemia, fraqueza e febre constante. 

O diagnóstico é feito através da biópsia, que consiste em uma pequena cirurgia para a retirada de uma fração do tecido para análise. Alguns linfomas podem ser diagnosticados apenas por meio de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, principalmente quando há sintomas sugestivos da doença.

O HOL é um centro de referência no tratamento do câncer e possui um ambulatório dedicado ao linfoma, o método utilizado em grande parte das vezes é a quimioterapia. “Novos medicamentos inteligentes e altamente eficazes já estão disponíveis e possuem menos efeitos colaterais, não há queda de cabelo e são altamente eficazes. Esses medicamentos têm melhorado muito as chances de cura e controle dos linfomas. Raramente a cirurgia é utilizada, quando ocorre é pequena e geralmente não possui efeitos colaterais significativos”, informou o hematologista do HOL, Thiago Xavier. 

Não há forma de prevenção, o mais importante é o diagnóstico precoce. Gânglios aumentados, com crescimento progressivo e endurecidos devem ser avaliados por hematologista para pesquisar um possível linfoma. Tratamentos em fases precoces estão associados a excelente resposta e cura.

A neoplasia maligna linfática pode aparecer em qualquer faixa etária. O Linfoma de Hodgkin é comum em jovens, tem a característica de se espalhar de forma ordenada, de um grupo de linfonodos para outro grupo, por meio dos vasos linfáticos. Outros linfomas são de um modo geral mais frequentes com o passar da idade.

O serviço dedicado ao câncer linfático funciona todos os dias. Para dar início ao tratamento no Hospital Ophir Loyola, o paciente deve ser encaminhado pela Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Secretaria de Saúde do município de origem, via sistema de regulação.