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BELÉM 401 ANOS

Parque do Utinga, a casa da natureza

Por Redação - Agência PA (SECOM)
11/01/2017 00h00

O Parque do Utinga é um espetáculo de resistência da natureza cravado nos labirintos de uma grande metrópole. O lugar, hoje, é uma reserva de vida delimitada na divisa entre Belém e Ananindeua. Uma franja de 1.340 hectares, apenas um recorte da grande área de mata nativa que dominava o cenário onde nasceu Belém e agora é cercada pela grande cidade de 401 anos.

Mesmo assim, contido nas suas coordenadas, o Parque do Utinga permanece selvagem e imponente, abrigo da biodiversidade que o torna essencial. Reabilitado para receber visitantes sem risco de danos ambientais - e isso está claro no projeto das obras de prolongamento da avenida João Paulo II, planejadas para se integrarem à área e atravessá-las sem causar impactos, com pistas aptas a se converterem, para além do decisivo esforço pela mobilidade na capital, num cinturão de proteção ao bolsão verde -, o Parque também será um endereço de integração entre o homem e a natureza, onde se pode enxergar Belém por outros ângulos.

A atmosfera serena criada pela fauna e flora da reserva ambiental acalma o visitante. Acolhe-o em silêncio. Nas árvores, macacos pulam de galho em galho, enquanto um lagarto corre entre as raízes fincadas na terra e, no céu, pássaros planam sobre quem os observa, como quem vigia o lar.

Iluminados por réstias de luz que varam entre as folhas molhadas de chuva, os caminhos que percorrem a reserva como veias levam seus visitantes de um ponto ao outro, sempre guardados pelas sombras da floresta. Na área, o esquecimento da cidade faz com que a lembrança da importância da biodiversidade venha à tona, assim como as flores que desabrocham em busca do Sol ao longo do caminho. O cheiro de terra molhada anuncia a sensação de que, a partir dali, o concreto, o ferro e o combustível da cidade não pulsam como em suas avenidas.

Cada trilha da reserva, cada rocha dos paredões de rapel, cada curso dos lagos Bolonha e Água Preta são conhecidos pelo sargento da Polícia Militar Volgleidson da Silva Nunes, 51 anos - sendo 30 deles dedicados à corporação, e 27 só ao Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), responsável pela vigilância do local. “Essa água turva é sinônimo de vida. Nela há alimento, conhecimento e história”, diz o sargento ao navegar pelas águas do lago Água Preta, que faz parte do Parque do Utinga.

Em terra, enquanto caminha, o sargento aponta para a mata e reflete sobre a coexistência do homem com a natureza. “Qualquer pessoa pode vir aqui e meditar, se exercitar ou apenas contemplar como tudo se encaixa como uma extensão da gente. Esse lugar não é uma reserva ecológica, apenas; é um laço entre nós e a terra”.

Em silêncio entre os cantos que vêm da floresta, “Nunes”, como é chamado pelos amigos de farda, pensa no futuro. “Vou me aposentar em breve, mas não vou me afastar daqui. Foi aqui, fazendo trilhas, rapel e navegações, que minha filha cresceu. Hoje ela tem 12 anos e faz questão de viver esse lugar, porque tem valor sentimental, assim como ele para ela e ela para mim, por causa dele”, revela sorrindo.

Obras

O Parque do Utinga compreende uma área equivalente a 1.340 campos de futebol (1.340 hectares), que com o investimento de cerca de R$ 36 milhões em obras, passará a ter um circuito de quatro quilômetros de pistas, preparado para caminhadas e passeios de bicicletas, patins e skates, além de um grande estacionamento de 500 lugares para veículos e de um centro de recepção aos visitantes, equipado com auditório para 50 lugares e café. Estima-se que cerca de 140 mil pessoas visitem a reserva a cada ano após a conclusão das obras, que está prevista para o primeiro trimestre de 2017.

Serviço:
As trilhas no Parque do Utinga podem ser feitas pelo período da manhã e da tarde, por grupos privados (com cobrança de taxa) e públicos, mediante agendamento e obediência aos critérios de segurança. Grupos privados devem solicitar a condução pelo endereço trilhasecaminhadas.peut@gmail.com, a partir do envio do formulário - respondido - disponibilizado no site do Ideflor-bio. Grupos públicos devem enviar o formulário respondido para o endereço bpaseapmpa@gmail.com.