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HOL alerta sobre o Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla

Hospital mantém há 13 anos um Ambulatório de Doenças Desmielinizantes, especializado em disfunções ocasionadas por uma inflamação na bainha de mielina

Por Luana Laboissiere (SECOM)
30/08/2021 10h09

Nesta segunda-feira (30) é comemorado o Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla, data instituída pela lei de nº11,303/2006 com o objetivo de dar visibilidade à doença, alertar e informar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

De acordo com Federação Internacional de Esclerose Múltipla e Organização Mundial da Saúde, estima-se que no Brasil, existam 40.000 casos da doença. A Esclerose Múltipla (EM) é a mais comum doença autoimune, inflamatória, desmielinizante e crônica do sistema nervoso central (SNC), com uma evolução imprevisível, complexa e heterogênea devido ao envolvimento de vários processos fisiopatológicos, que causam alterações funcionais no corpo, ou seja, a doença faz com que o corpo ataque o próprio sistema nervoso central, causando danos aos nervo. Desta forma, o cérebro não consegue enviar e receber adequadamente sinais, comprometendo funções importantes como equilíbrio, controle muscular e visão.

É uma doença que acomete principalmente mulheres jovens entre 20 a 40 anos, e também pode acometer crianças e idosos, mas é necessário rigorosa investigação para afastar outras doenças. É mais prevalente em regiões de clima temperado, longe do Equador, muito frequente no Canadá, Estados Unidos e norte da Europa. Alguns estudos mostraram que o Brasil, tendo região de diferenças étnicas, regionais e com características muito próprias de formação da população que se miscigenou durante várias gerações de populações européias, africanas e indígenas, apresenta diferentes incidências regionais e observa-se maior prevalência da doença no Sul e no Sudeste.

Segundo o chefe do serviço de neurologia do Hospital Ophir Loyola, Dr. Hideraldo Cabeça, não existe uma causa específica para o aparecimento da doença. Estudos apontam que a EM seja a conjunção de uma determinada predisposição genética e um fator ambiental desconhecido que ao se apresentarem num mesmo indivíduo, originaria uma disfunção do sistema imunológico, que desenvolveria uma ação autolesiva, ocasionando um defeito na condução dos impulsos nervosos e condicionaria o aparecimento dos sintomas.

Cabeça explica que conforme o local da lesão, os sintomas são diferentes. "Quando acontece no nervo óptico, o paciente apresenta baixa visão e dor ocular, já na medula espinal, surge a dificuldade de andar, de urinar, queimação nos membros inferiores , queimação da barriga e dorso, ainda pode surgir fraqueza de um lado do corpo, paralisia facial, dor na face e outras manifestações".

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é estabelecido através da história clínica do paciente, exame neurológico apurado e exames complementares como a ressonância magnética, que tem papel fundamental para se evidenciar as lesões no cérebro e medula. Outro exame importante é o liquor, que faz a avaliação do líquido cefalorraquidiano. Também são realizados exames de sangue para afastar outras doenças como lúpus, doenças da tireoide, hepatites, deficiência de vitamina B12, além de outros exame pertinentes à situação clínica. O médico deverá avaliar caso a caso, dependendo da queixa do paciente e do exame físico, podendo envolver além do neurologista outros especialistas.

Quando a esclerose múltipla é confirmada, o tratamento é realizado através da avaliação global do paciente e resultado dos exames complementares. São utilizados medicamentos para fase aguda da doença, como os corticóides e para controle, estes medicamentos podem ser de forma oral, intramuscular, endovenosa e subcutânea.

A empresária Suelem Lima, 28 anos, apresentou o primeiro sintoma em 2017. Surgiu como um formigamento no polegar que durou aproximadamente 10 dias. Após esse episódio, em 2019 a empresária teve um surto que a fez perder a força nos membros superiores e inferiores, foi quando resolveu buscar ajuda de um especialista para saber o que estava acontecendo. " Fiz inúmeros exames para excluir outras doenças e por fim, chegamos ao diagnóstico de esclerose múltipla. Em outubro de 2020 fui encaminhada para o serviço do HOL. Hoje a doença está estabilizada, sem novas lesões, tenho a forma mais branda e consigo ter uma vida normal dentro do que é me permitido", esclarece.

Em Belém, o Hospital Ophir Loyola (HOL) mantém há 13 anos um Ambulatório de Doenças Desmielinizantes, que são disfunções ocasionadas por uma inflamação na bainha de mielina - substância que ajuda na condução dos impulsos nervosos - dentre elas, a esclerose múltipla. O serviço oferta atendimento tanto na fase aguda quanto na investigação.

Os pacientes com suspeita são encaminhados via sistema pela Unidade Básica de Saúde. No HOL ele passará pela neurotriagem para avaliação, quando serão solicitados exames de ressonância, exames de sangue, exame oftalmológico, análise do líquido cefalorraquidiano e outros conforme o caso. O acompanhamento será periódico, até a conclusão do diagnóstico e início do tratamento. A assistência faz interface com as outras especialidades, tais como oftalmologia, otorrinolaringologia, neuropsicologia, fisioterapia, dentre outras importantes nesse atendimento.

Texto: Lívia Soares/Ascom Ophir Loyola