Profissionais da Educação recebem 2ª dose contra covid-19 em campi da Uepa, em Belém
Universidade do Estado do Pará (Uepa) disponibilizou vários campi, nesta sexta-feira (20), para a vacinação pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma)
Som na caixa, pessoas dançando, sorrisos no olhar e muitos cliques. Estes gestos e sinais refletem um pouco do clima de felicidade e confraternização que tomou o ambiente nos pontos que a Universidade do Estado do Pará (Uepa) disponibilizou, nesta sexta-feira (20), para a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) completar a vacinação contra a Covid-19, dos trabalhadores da Educação, em Belém.
Dentro da programação do plano "Belém Vacinada", a segunda dose da vacina para o citado público estava prevista para o dia 2 de setembro próximo. A antecipação foi motivo de comemoração para pessoas como a designer, Josi Mendes. Ela recebeu a aplicação da vacina pelas mãos da enfermeira e vice-reitora da Uepa, Ilma Pastana, como um presente de aniversário.
"Foi uma surpresa anteciparem e coincidir com o dia do meu aniversário. Fiquei feliz, porque foi um presentão", celebrou a trabalhadora Josi Mendes, que disse que a comemoração do aniversário com os amigos ficará para outro momento, "porque agora ainda é necessário manter os cuidados, principalmente, em razão dessas novas cepas, que nós sabemos estão em circulação", afirmou.
De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância à Saúde de Belém, Cláudio Salgado, que esteve na Reitoria e no Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) da Uepa, "até o final do ano, a vacinação deverá seguir este ritmo, graças ao trabalho de uma equipe que trabalha intensamente na Sesma e da ajuda de parceiros, que vão desde clubes até instituições de ensino, pesquisa e extensão, como a Universidade".
"Muitos estudantes estão atuando como voluntários e sem o trabalho de todas essas pessoas seria impossível nós conseguirmos fazer o que está fazendo até agora, chegando a mais de 1,2 milhão de doses aplicadas", declarou o diretro da Sesma, Cláudio Salgado, cuja graduação em Medicina foi realizada na Uepa.
Para o reitor da Uepa, Clay Chagas, "essa segunda dose é motivo de muita felicidade para nós. Eu tinha um medo triplo: por mim, pela minha família e pelos servidores da Universidade. Nós perdemos muitas pessoas da instituição e, hoje, essa segunda dose, nos traz um pouco mais de traquilidade", afirmou o professor que, desde a identificação dos primeiros casos de Covid-19 no Pará, esteve envolvido com pesquisas epidemiológicas e medidas de controle do avanço de casos. Na avaliação dele, vivenciar este momento na universidade tem ainda um valor simbólico, "porque é um lugar onde se realiza pesquisa, onde se produz ciência, além do ensino e a extensão".
A vice-reitora, Ilma Pastana, que aplicou a vacina em vários servidores, manifestava entusiasmo e alegria em frases como "parabéns" e "não pense na dor, pense apenas na alegria de se vacinar e brevemente poder viajar", que usava para encorajar aqueles com medo de agulha.
Vacinação no campus do Telégrafo tem forte simbolismo
O campus I, que abriga o Centro de Ciências Sociais e Educação, da Uepa, recebeu em sua maioria servidores, alunos e professores para tomar a segunda dose do imunizante. Para o diretor do Centro, Anderson Maia, vacinar no local carrega um grande simbolismo.
“O período pandêmico tem sido de muitas perdas, de adaptação e sobrevivência. O momento da vacina é o momento da esperança. Estar aqui no CCSE, local em que compartilhamos tantos bons momentos antes da pandemia, onde vivemos conquistas e festejamos, para mim, só acrescenta na emoção. Ficamos muito felizes e satisfeitos em ser um pólo fixo de vacinação e podermos ajudar a Prefeitura de Belém nessa campanha”, concluiu.
O estudante de Licenciatura em Química e monitor do Centro de Ciências e Planetário, Joel Palheta, também optou por se vacinar no campus do Telégrafo. O momento de concluir o esquema vacinal foi uma mistura de alívio e luto. “Perdi meu pai para a Covid-19 três meses atrás e ele não teve a oportunidade de ser vacinado. Todos nós perdemos muitas pessoas e isso vem com a gente nesse momento. Mesmo assim, estou feliz de tomar a segunda dose e adquirir essa proteção extra contra a doença”.
A servidora do curso de Matemática, Alessandra Oliveira, comemorava a segunda dose, mas pregou cautela. “Estamos em regime de escala, trabalhando três dias no presencial. A cada visita de alunos ou outros servidores, atualmente, fico preocupada, pois não sabemos quem está ou não está se cuidando. Vai ser muito bom estar 100% imunizada, mas prefiro manter as normas, como a máscara, o álcool gel e o distanciamento, até que a pandemia esteja controlada”, ponderou.
CCBS registra alta procura e mostra agilidade no atendimento
O Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), o campus II da Uepa, recebeu uma grande movimentação de profissionais da educação em busca de completar a imunização, com a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
A alta procura pelo imunizante estimulou a montagem de dois postos de vacinação no Centro, sendo um para os técnicos, funcionários terceirizados e professores da Uepa e outro para o público em geral. Segundo a representante da Sesma, Lidiane Vasconcelos, o objetivo é oferecer mais celeridade e agilidade ao processo de aplicação das doses dos imunizantes Astrazeneca e Pfizer, disponíveis nos postos. “Hoje vai ser um dia de alta demanda, pois há uma mobilização em busca do retorno às aulas presenciais nas escolas. Pensando nisso e nos profissionais da Uepa, organizamos dois postos para que a gente pudesse ter um melhor controle e também rapidez na movimentação das filas para que não haja aglomeração”, comentou.
A busca pelo retorno às atividades presenciais, no âmbito da educação, é um desejo de toda população. Mas para isso é necessário pensar na segurança de alunos e professores. Esse é o sentimento que move os educadores, como comentou a psicopedagoga Liliane Guapindaia, que desenvolve atividades em um instituto especializado em pessoas autistas. “Trabalho com um público que requer bastante tato para lidar e desde que a pandemia começou tive que pensar diversas alternativas para manter a conexão com meus alunos que têm Transtorno do Espectro Autista (TEA) e por segurança tivemos que remodelar essa convivência. Mas agora, depois da imunização, poderei retomar o acompanhamento a essas crianças e adolescentes que precisam de muito apoio, atenção e carinho. Vai ser um alívio voltar para o instituto depois dessa segunda dose”, afirmou.
Para o servidor da Uepa, lotado no Suporte de Processamento de Dados (SPD) do CCBS, Tiago Oliveira, receber a segunda dose para completar a imunização reacende a esperança no retorno das atividades de educação, e oferece a segurança necessária para que os profissionais possam realizar as atividades laborais sem receio. “A alteração no meu cotidiano de trabalho na Uepa foi cercada de muitos medos. Mesmo com o retorno gradual e em escala, seguindo todos os protocolos de segurança, o receio de ser infectado e expor a minha família eram grandes. Mas agora saio dessa sala segurando meu braço cheio de alegria e esperança que as coisas possam voltar ao normal”, disse.
*Texto de Daniel Leite Junior, Fernanda Martins e Guaciara Freitas (Uepa).