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Cabanagem recebe roda de conversa do TerPaz sobre violência contra mulher 

A iniciativa é voltada à conscientização e orientação de moradoras dos bairros atendidos pelo TerPaz, por meio de oficinas de empreendedorismo e diálogos sobre a violência contra a mulher

Por Paulo Garcia (SEINFRA)
16/08/2021 15h16

O projeto “De Menina a Mulher, Tortura que Ela Não Atura” chegou na Cabanagem, em Belém, um dos bairros atendidos pelo programa do Governo do Estado, Territórios Pela Paz (TerPaz). Para iniciar o projeto no território, foi realizada, na manhã desta segunda-feira (16), uma roda de conversa para debater temas acerca da violência contra a mulher.

Moradoras da Cabanagem receberam informações sobre formas de violências e quais canais podem denunciarA programação começou com uma palestra realizada pela juíza da Vara de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Pará, Reijjane de Oliveira. “Estamos aqui orientando essas mulheres sobre as formas de violência, como elas podem perceber que estão sofrendo uma violência, porque as vezes pode ser uma violência moral ou psicológica, e também orientações de como a mulher pode pedir ajuda e o que ocorre quando elas fazem essa denúncia, como as medidas protetivas de urgência a um juiz, por exemplo”, informou a magistrada.

De acordo com a Lei nº 13.641/2018, conhecida como a Lei Maria da Penha, estão previstos cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher; veja quais:

- Física: entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher;

- Psicológica: considerada qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima, prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher;

- Violência moral: considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria;

- A sexual: qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força;

- Patrimonial: entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.

Segurança e proteção

O primeiro passo para coibir casos de violência é a denúncia. No Estado, desde o início da atual gestão, o número 181 (Disque Denúncia) foi ampliado e passou a atender em todo o território paraense, e não mais apenas na Região Metropolitana de Belém. Por meio de ligação convencional, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP) recebe informações e garante o anonimato.

As denúncias podem ser feitas também pelo canal de comunicação "Iara", que é a inteligência artificial rápida e anônima da secretaria, a qual atende pelo número de whatsapp (91) 98115-9181.

Conhecimento

Para a professora e figurinista, Ivete Souza, que participou da roda de conversa, ampliar esse debate se faz necessário dentro da comunidade.

“Para nós mulheres, que vivemos nessa sociedade capitalista e machista, que crescemos nesses territórios vermelhos, já nascemos dentro de uma situação complicada, então descobrir os nossos direitos como nessas rodas de conversa, é um passo muito importante para sair dessa condição, que eu costumo chamar de marginal. Então, todos esses paradigmas precisam ser quebrados, nós temos que começar a nos desconstruir e nos enxergar como mulheres de direito”, pontuou Ivete.

A professora Ivete Souza participou do debate e parabenizou a iniciativa

Parceria

A realização do projeto “De Menina a Mulher, Tortura que Ela Não Atura” é do Grupo de Teatro Palha, em parceria da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), com patrocínio da Embaixada da França no Brasil. E, na Cabanagem, recebe o apoio da Associação Cristo Redentor.

“Nós abraçamos esse projeto, como parceiros porque vai muito na linha do trabalho que a gente já desenvolve aqui na associação, então é um impacto que vai se multiplicando porque cada pessoa que vai se beneficiando dessas ações, vai repercutindo na comunidade”, contou o presidente da associação Cristo Redentor, Guilherme Cruz.

O presidente da Associação Cristo Redentor, Guilherme Cruz, abraçou o projetoDurante os meses de agosto e setembro, o projeto vai oferecer de forma gratuito diversas oficinas de empreendedorismo e capacitação as mulheres do bairro.

“Essa palestra de hoje é uma abertura de uma série de oficinas que o Grupo Palha, em parceria com a Seac, está promovendo no território da Cabanagem, depois teremos uma oficina de grafite, durante três dias, em seguida teremos oficina de confecção de bolsas, estamparia em tecido e finalizando com maquiagem”, contou a gestora do TerPaz na Cabanagem, Ivanilda Vieira.

Cronograma de oficinas do projeto “De Menina a Mulher, Tortura que Ela Não Atura”, no TerPaz Cabanagem:

Local: Rua dos Comerciários S/N.

17, 18 a 19/08 – 1ª Oficina de Grafite

24, 25 e 26/08 – 2ª Oficina de Bolsas

08, 09 e 10/09 – 3ª Oficina de Bonecas Abayomi

14, 15 e 16/09 – 4ª Oficina de Estamparia de Tecidos

21, 22 e 23/09 – 5ª Oficina de Maquiagem

24/09 - Culminância das oficinas - Feirinha Empreendedora com os produtos das oficinas e apresentação do Espetáculo 180: A Mulher do Fim do Mundo, em formato digital.