Agência de Defesa Agropecuária do Pará capacita veterinários no sudeste paraense
Treinamento prático e teórico se volta para o atendimento de notificações de suspeitas de síndromes hemorrágicas dos suínos, conforme plano nacional
Veterinários da Adepará são treinados para participar de Inquérito Soroepidemiológico de Peste Suína Clássica em 58 municípios do Pará A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) promoveu, de 9 a 10 deste de mês de agosto, um treinamento prático para o Inquérito Soroepidemiológico de Peste Suína Clássica para os médicos veterinários da Agência.
O estudo será realizado em 58 municípios localizados nas regiões do Baixo Amazonas, sul e sudeste do estado, os estados do Amazonas e Roraima também realizarão o estudo. O objetivo deste estudo soroepidemiológico é verificar se existe a circulação do vírus da Peste Suína Clássica na Região III do Plano Estratégico Brasil Livre de PSC.
O treinamento foi ministrado pelos médicos veterinários e auditores federais agropecuários do Mapa, Guilherme Takeda e Newton Galvão, ocorrendo em duas etapas. O módulo prático, de 9 a 10 de agosto; o módulo teórico, por via remota, de 27 a 28 de julho de 2021.
Equipe da Adepará participante dos módulos prático e teórico ministrados pelo Ministério da Agricultura, em julho e em agosto de 2021 A capacitação com aulas teóricas e práticas (em modo virtual e en campo) priorizou o desenvolvimento do raciocínio epidemiológico, através do domínio das ferramentas básicas do trabalho da vigilância. O curso destacou o sistema de vigilância de síndromes hemorrágicas dos suínos, aspectos clínicos e epidemiológicos do agente etiológico da Peste Suína Clássica (PSC), atendimento à notificação de síndromes hemorrágicas, eutanásia, necropsia, colheita e envio de amostras para o laboratório.
“Esse treinamento é fundamental para capacitar os fiscais estaduais agropecuários (médicos veterinários e técnicos agropecuários) do Serviço Veterinário Estadual para que eles estejam aptos ao atendimento de notificações de suspeitas de síndromes hemorrágicas dos suínos, para colheita e envio de amostras para diagnóstico, orientações quanto Plano Estratégico Brasil Livre de Peste Suína Clássica. Além disso, para a seleção de propriedades que participarão do estudo de inquérito que realizaremos aqui no Pará”, detalhou a gerente do Programa Estadual de Sanidade Equídea e Suídea da Adepará, Elaine Serrão.
Plano - As atividades previstas nessa capacitação estão no Programa Nacional de Sanidade dos Suídeos (PNSS), que propõe o fortalecimento do serviço veterinário oficial e a institucionalização do Plano Estratégico Brasil Livre de PSC.
Objetivo do treinamento é fortalecer o serviço veterinário e o serviço de vigilância para erradicar a Peste Suína Clássica em todo o País O objetivo do Plano Estratégico é erradicar a PSC na Zona não livre do Brasil, reduzindo as perdas diretas e indiretas causadas pela doença e gerando benefícios pelo status sanitário de país livre da doença. Como base de sua estratégia, o Plano proposto visa promover o fortalecimento do SVO e do sistema de vigilância para as doenças dos suínos, incluindo a implantação de um programa de vacinação sistemática contra a PSC de forma regionalizada.
“Para este ano está prevista a realização de um inquérito soroepidemiológico para PSC em parte do Pará, como parte do processo para suprir a deficiência de informações e ações de vigilância, além da necessidade de melhor caracterização do sistema produtivo de suínos e da condição epidemiológica da PSC”, informou o médico veterinário, Guilherme Zaha Takeda, chefe da divisão de Unidade de Suídeos do Mapa, que ministrou o curso.
De acordo com a Adepará, o estudo será realizado por meio de uma amostragem em municípios do Pará e a veracidade das informações contribuirá para a base nacional de dados sobre a doença no Brasil. A intenção da proposta é decretar o Pará como área livre da doença e esse plano subsidiará esse pretenso status.
O Brasil é o quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína, com uma produção de aproximadamente 4,5 milhões de toneladas em 2020, representando cerca de 3,5% do total mundial. As exportações de carne suína representam cerca de 23% da produção nacional e o Brasil atingiu um recorde de 1,024 milhão de toneladas exportadas em 2020, alta de 26,75% em relação ao ano anterior.
A concentração regional da produção de carne suína está na região Sul do Brasil, responsável, em 2020, por 70,91% dos abates sob inspeção oficial. A região Sudeste respondeu, naquele ano, por cerca de 12,94%, e o Centro-Oeste, por 16,06%. As regiões Norte e Nordeste responderam pelo restante. Dentre os estados, destacaram-se os de Santa Catarina, com 30,73% do total de abates, Rio Grande do Sul com 19,08% e Paraná com 21,10% (Fonte: Relatório Anual 2021 ABPA).Guilherme Takeda, veterinário do Mapa, um dos instrutoresAinda na ocasião, os participantes foram orientados quando ao correto preenchimento de seus formulários específicos, que são necessários quando realizam atividade em campo. A capacitação foi realizada pela Gerência de Defesa Agropecuária (GEDA) e Coordenação do Programa Estadual de Sanidade dos Suínos (PESS) e contou com a parceria do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Foi uma iniciativa muito importante a subsidiar nós veterinários que vamos participar do estudo de inquérito. Foi um momento no qual tiramos várias dúvidas, realizamos a prática na fazenda e trocamos experiencias de campo. Foi um momento bem relevante pra nós”, avaliou o médico veterinário – fiscal estadual agropecuário Giovani Luidy Girardeli, um dos participantes do curso.
Devido a pandemia da Covid-19 a capacitação do módulo prático respeitou as orientações propostas pelo Ministério da Saúde, e os profissionais serão distribuídos em grupos de até 10 pessoas, mantendo todas as medidas de proteção e distanciamento recomendadas, com a obrigatoriedade do uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a exemplo de máscaras, luvas, proteção facial, com a regular desinfecção das mãos.