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Ideflor-Bio instala viveiro florestal e realiza cursos na Terra Indígena Alto Rio Guamá

Ação estratégica estimulou a troca de saberes e contribuiu para a gestão dos recursos naturais, conservação da biodiversidade e o equilíbrio climático, além de garantir a soberania alimentar e nutricional

Por Patricia Madrini (IDEFLOR-BIO)
12/08/2021 09h54

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), por meio da Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBIO), concluiu a instalação de mais um viveiro agroflorestal e promoveu três cursos de produção de mudas na Terra Indígena Alto Rio Guamá, no município de Paragominas, no âmbito das ações do Projeto de Apoio à Restauração Florestal da Terra Indígena Alto Rio Guamá.

As ações, encerradas na primeira semana de agosto, contaram com o apoio da Associação das Mulheres Indígenas do Gurupi (AMIG) nas aldeias Canindé e Tekohaw e da Associação para o Fortalecimento de Todos (ZANE KAG HAW), na aldeia Cajueiro, como também da Fundação Nacional do Índio (Funai) na articulação com as lideranças indígenas; da Secretaria de Saúde Pública (Sespa), que viabilizou os exames RT-PCR de Covid-19 para a equipe do Ideflor-Bio, e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), que garantiu o transporte dos materiais e equipamentos para instalação dos viveiros. 

Segundo o engenheiro florestal do Ideflor-Bio, Pedro Simões, o projeto despertou grande interesse dos indígenas, somando 90 participantes de diversas aldeias, que receberam kits contendo material didático com os conteúdos ministrados e os certificados de participação.

Ações

Durante os trabalhos foi instalado um viveiro com capacidade para produção de nove mil mudas agroflorestais na aldeia Canindé e promovidos três cursos de produção de mudas e preparo de substratos nas aldeias Canindé, Tekohaw e Cajueiro, que já tinham sido contempladas com viveiros agroflorestais.

Nas aulas teóricas e práticas foram abordadas temáticas como coleta e beneficiamento de sementes, germinação e quebra de dormência, preparo de substratos, produção de mudas, organização e manejo de viveiros, entre outros.

Após a abordagem teórica, os indígenas realizaram a parte prática do curso preparando os substratos e sacos de mudas, que possuem diferenças importantes, e realizaram o plantio das sementes doadas em parceria com o escritório regional do Ideflor-Bio de Carajás/Eletronorte. Entre várias espécies florestais e frutíferas, foram plantadas sementes de açaí, cupuaçu, maranhoto, pupunha, paricá, cumaru, jatobá, entre outras.

Foram produzidas aproximadamente 8.600 mil mudas, que foram divididas nos viveiros das Aldeias Canindé, Tekohaw e Cajueiro. A partir dessa produção inicial de mudas, os indígenas assumem os cuidados com os viveiros e os plantios em áreas pilotos de Sistema Agroflorestal (SAF), mais uma ação do projeto a ser realizada em 2022. As áreas serão definidas em conjunto e as espécies terão arranjos específicos para cada aldeia de forma que a restauração florestal possa ser reproduzida em outras áreas da Terra Indígena Alto Rio Guamá.


Avaliação

A engenheira agrônoma do Ideflor-Bio, Rosigrêde Lima da Silva, pondera que a recuperação de áreas alteradas para fins de recomposição florestal em Terra Indígena é uma ação estratégica do Ideflor-Bio que visa estimular a troca de saberes e contribuir para a gestão dos recursos naturais, conservação da biodiversidade e o equilíbrio climático, além de garantir a soberania alimentar e nutricional e promover o aumento de geração de renda e qualidade de vida para o desenvolvimento local. Para a especialista, a relevância da recomposição florestal é indiscutível na busca pela sustentabilidade sociocultural da região.

De acordo com Emídio Tembé, presidente da Associação para o Fortalecimento de Todos (ZANE KAG HAW), “a ação de implantação dos viveiros é de extrema importância para nossa região, pois temos uma parte de nossa área que está bastante degradada e precisamos reflorestar uma parte dessa área para poder atrair bons frutos para o bem de nossa comunidade”.

A presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson, afirma que entre os projetos do Instituto, existem várias ações de grande relevância, dentre elas, a recuperação de áreas alteradas na Terra Indígena Alto Rio Guamá, no trabalho conjunto com os povos indígenas e suas respectivas aldeias. "No município de Paragominas já implantamos três viveiros e capacitamos aproximadamente 90 índios e no município de Santa Luzia do Pará, pretendemos implantar mais três viveiros para recuperar as áreas alteradas, produzir renda e melhorar a qualidade de vida dos povos indígenas do estado do Pará".