Torneio Leiteiro de Cachoeira do Arari incentiva a pecuária bubalina
Com o apoio da Sedap, o torneio é uma vitrine para os criadores do Marajó, região de destaque na produção de leite de búfala
Durante três dias, 12 propriedades de Cachoeira de Arari, município do Arquipélago do Marajó, recebem a visita de técnicos especializados para o acompanhamento da produção de leite. A visita faz parte do I Torneio Leiteiro de Cachoeira do Arari, iniciado na quarta-feira (28) e com encerramento no próximo sábado (31). A programação recebe o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).
Gerson MotaO coordenador do torneio, Gerson Cota Mota, disse que se trata de uma prova de zootecnia, que começa com a “esgota das búfalas”, que são ordenhadas em diferentes propriedades no mesmo dia e hora. Nesse processo é feita a secagem do leite, para posterior produção do líquido. "Seguem três dias de pesagem. É somada depois a quantidade de leite obtida nesses dias e se estabelece uma média de parâmetro, para ser a média do torneio", explicou Gerson Mota.
A primeira pesagem é feita 24 horas após a ordenha. "Elas são colocadas numa sala própria, onde os fiscais fazem o apojo, que é o procedimento que consiste em aproximar o bezerro da mãe. Isso a estimula a arriar leite, e quando o ordenhador entra para tirar o produto, a gente faz a pesagem do que a búfala produziu naquele dia. No outro dia, fazemos o mesmo processo", informou o coordenador.
Com a pandemia de Covid-19 houve necessidade de buscar alternativas para garantir a segurança de todos contra o novo coronavírus, inclusive dos animais. "As equipes de fiscais visitam ao mesmo tempo as propriedades dos criadores participantes, e lá é feita a pesagem. A pandemia obrigou a nos reinventarmos", acrescentou.
Os técnicos que avaliam a produção leiteira entre os competidores, disse Gerson Mota, são alunos acadêmicos de Zootecnia e Medicina Veterinária, e profissionais que fazem pós-graduação. São 28 fiscais treinados. Segundo ele, a coordenação da programação estima que no sábado seja divulgado o resultado do torneio.
Estímulo
O coordenador de Produção Animal da Sedap, Ronnald Tavares, informou que o apoio da Secretaria aos torneios ou feiras agropecuárias é um estímulo ao aumento da produção e comercialização do leite de búfala, produto que é referência do Marajó. "O papel fundamental da Sedap é fomentar o desenvolvimento das cadeias agropecuárias no Estado. Um evento dessa natureza é ótimo para o produtor expor tudo aquilo que vem acontecendo na sua propriedade. O torneio leiteiro serve como uma vitrine para todo o trabalho dele ao longo dos anos, como manejo alimentar, melhoramento das instalações e genético. Valoriza os animais e a produção de leite. A bubalinocultura é um cartão postal do Marajó e do Estado", ressaltou.
João RochaRonald Tavares destacou ainda que diversas iniciativas, como os programas de melhoramento genético desenvolvidos pela Sedap, com apoio de parceiros, melhorou a produtividade dos animais. Capacitação dos produtores locais e assistência técnica também são algumas das ações da Sedap para melhorar a produção bubalina no Pará.
João Rocha, proprietário da Fazenda Paraíso e presidente da Associação Paraense dos Criadores de Búfalos, disse que o torneio “veio para ficar”, devido à grande adesão. No mês passado foi realizado o torneio estadual, com a participação de 16 criadores. O torneio realizado em Cachoeira do Arari tem quase o mesmo número – são mais de 40 búfalas participando.
O torneio é importante para fomentar a produtividade e a organização da pecuária bubalina em Cachoeira do Arari. "É um estímulo e um avanço à cadeia produtiva, além de ser a união e organização, para atender todos os queijeiros de Cachoeira do Arari e adjacências, como os municípios vizinhos que compram aqui na nossa região", frisou João Rocha.
O I Torneio Leiteiro também é uma grande oportunidade de aprendizado aos acadêmicos das instituições de ensino. A estudante Larissa Teixeira, aluna do quarto semestre de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), contou que já havia “ouvido falar bastante” na Universidade sobre a grandiosidade da bubalinocultura do Marajó, "mas aqui a gente vivencia e acompanha todo o processo de produção até o produto final, que é o leite. A gente aprende com os produtores todo o processo. E ir para o mercado do trabalho com essa vivência é um abraço". (Texto: Rose Barbosa – Ascom/Sedap).