Emater e Sedap oferecem suporte sustentável para o desenvolvimento da agricultura familiar
No Dia do Agricultor, nesta quarta, 28, o órgão e a secretaria estaduais destacam a força dos pequenos produtores rurais para a economia e segurança alimentar
Produção da agricultura familiar aquece a economia paraense; o cultivo de frutas regionais, como a pupunha, é uma das atividades Do café da manhã à sopa do jantar está presente o toque de trabalhadores e trabalhadoras do campo, homenageados neste 28 de julho, quando se comemora o Dia do Agricultor. A atividade realizada por eles é imprescindível para a alimentação humana, assim como contribui para o desenvolvimento econômico. Mais do que um ofício, a agricultura simboliza um modo de vida próprio, no qual a sustentabilidade ganha cada vez mais força no cultivo.
Maria Leocádia Siqueira do Espírito Santo criou os filhos com a renda da plantação de jambu, espécie que integra a culinária regional paraense. “Fui casada com um agricultor faz 16 anos, desde que ele faleceu e eu fiquei no meio da agricultura. Criei meus filhos plantando jambu. Eu tenho (parceria com) uma ‘tacacazeira’ desde a infância dos meus filhos e forneço 150 maços por semana para ela. O meu foco é o jambu, mas trabalho com alface americana, crespa, normal, que é a amarelinha; cariru; chicória; cebolinha; cheiro verde; manjericão; hortelã; espinafre várias folhagens”, enumera a agricultora.
Maria relata as parcerias que estabeleceu ao longo da vida, entre elas com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). “Gosto de fazer o que eu faço, que é plantar, colher e vender. Tem muitas clientes, pessoas que são fiéis há anos ao meu trabalho. Eu só tenho que agradecer muito a Deus e à Emater que abriu as portas para mim, na verdade um portão”, brinca.
O projeto Vitrine Artesanal, desenvolvido pela Emater, valoriza e contribui para a geração de renda de agricultores familiares Além de participar de feiras e vitrines artesanais, Maria recebe o atendimento de extensionistas rurais. “Em todos os locais que eles marcam para a gente participar, eu estou lá. E os agrônomos me acompanham na minha horta, eles vêm verificar como é que está o meu plantio e dessa forma que eles me ajudam”, cita Maria.
O órgão atua nos 144 municípios paraenses com cerca de 1.000 profissionais das áreas de ciências agrárias, veterinários, agrônomos, zootecnistas, engenheiros florestais, técnicos em agropecuária de nível médio, além de assistentes sociais, sociólogos, pedagogos, entre outros. “O trabalho do extensionista é pegar aquelas técnicas ensinadas pela pesquisa ou pela academia, técnicas de cultivo, técnicas de criação e transpassar através de metodologias educativas, transpassar para aquele agricultor, agricultora que porventura esteja querendo iniciar uma atividade ou esteja querendo aprimorar, melhorar aquela sua dada produção”, explica Ricardo Barata, supervisor Regional das Ilhas na Emater.
Além de buscar o desenvolvimento rural, por meio do incentivo ao homem e à mulher do campo, para que produzam cada vez mais para tirar o alimento e o sustento da sua propriedade, a Emater prioriza técnicas não agressivas ao meio ambiente. “A não utilização de agrotóxicos e insumos químicos, por exemplo, tendo em mente que precisamos produzir para gerações futuras e levando sempre em consideração também a nossa saúde”, acrescenta Ricardo.
Os pequenos produtores rurais contam o apoio institucional da Sedap e Emater, em políticas públicas, assistência técnica e extensão rural A Emater também auxilia na aplicação de políticas públicas, como a legalização ambiental, crédito rural para investir na ampliação da produção. “Nós somos o órgão responsável pelo fortalecimento do setor produtivo, que é o grande precursor do PIB, que movimenta o Brasil, e, como consequência, é uma das maiores parcelas da economia do Estado do Pará. Com isso você acaba proporcionando a sucessão dos familiares naquela atividade, bem como resulta em um menor abandono de propriedades rurais e nós conseguimos proporcionar o aquecimento do comércio local, contribuindo com a comercialização destes produtos oriundos da agricultura familiar”, completa o supervisor.
Carlos Roberto Gomes Pereira é produtor rural em Benevides, na Região Metropolitana de Belém. “Há 10 anos eu mexo com agricultura familiar, comprei uma área de um pouco mais de um hectare, e trabalho, forneço para um supermercado da região. A Emater me acompanha todos os meses, os técnicos, dão medicamentos, assistência, todo mês é uma visita ao produtor. A única renda é essa na agricultura familiar que eu tenho, estou esperando um investimento, para pegar uma outra entrega, tenho várias propostas mas ainda não tenho uma estrutura suficiente para atender o mercado, mas eu creio que o governo nos dará este apoio, assim esperamos”, desejou o agricultor.
Para celebrar o mês de julho, cujo dia da agricultura familiar foi comemorado no dia 25, a Emater participa de programações nos municípios. No dia 30, será realizada a Ecofeirarte Familiar de Irituia, com estandes de produtos e de instituições ligadas ao setor, na praça do Mercado Central.
Emater e Sedap orientam sobre o manejo de açaizais nativos em áreas de várzeas e o plantio de açaí irrigado em terra firme Em Mojuí dos Campos, o destaque vai não apenas para aqueles com potencial de produção de larga escala, mas também para produtores orgânicos. “Com todas as medidas de seguranças resguardadas eu acho que é muito válido não deixar de lado esse reconhecimento, fazer um brinde com alimentos da terra para a gente homenagear essa figura tão importante na nossa economia”, frisou o engenheiro de alimentos Marcelo Jares, da Emater local.
O Pará é o estado da região Norte com o maior Valor Bruto da Produção (VBP). De acordo com os dados elaborados pelo Núcleo de Planejamento/Estatísticas da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário da Pesca (Sedap), o VBP paraense em 2020 foi de quase R$ 22 bilhões. Até final do ano, de acordo com as projeções do estudo, o Pará pode atingir um VBP de R$ 25,06 bilhões, ou seja, um aumento de 16,02%.
De acordo com a diretora de Agricultura Familiar da Sedap, Antônia Aleixo, a secretaria desenvolve uma série de ações e projetos para fomentar a atividade produtiva. “Fazemos a aquisição de patrulhas mecanizadas destinadas aos municípios para o preparo de área para os plantios (tratores, grades, roçadeiras, etc.); conjunto para produção de farinha (forno, triturador, cocho, prensa); capacitação de agricultores em produção de hortaliças, apicultura, boas práticas na produção de alimentos, piscicultura, gestão da propriedade; apoio ao transporte da produção”, cita a diretora.