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Ophir Loyola alerta para o diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço

Doença atinge mais de 40 mil brasileiros por ano, segundo dados do Inca

Por Leila Cruz (HOL)
27/07/2021 10h21

O dia 27 de julho foi instituído em 2014 pela Federação Internacional das Sociedades Oncológicas de Cabeça e Pescoço como o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. Durante todo mês é celebrada a campanha #julhoverde, em que entidades e especialistas da área de saúde conscientizam sobre a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento deste tipo de câncer.  Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, o tumor é o segundo mais incidente em homens, ficando atrás somente do câncer de próstata e o quinto nas mulheres, atrás do câncer de mama, tireoide, cólon e reto. Mais de 40 mil brasileiros são acometidos pela doença por ano. 

O câncer de cabeça e pescoço é um termo genérico que engloba uma série de tumores malignos que podem aparecer na boca, orofaringe, laringe (cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, órbita, pescoço e tireoide. Um dos principais entraves para o tratamento deste tipo de câncer é o diagnóstico tardio, que diminui as chances de cura e contribui para a necessidade de tratamentos invasivos que causam sequelas faciais e funcionais (deglutição, fala e voz) e afetam a qualidade de vida dos pacientes.

“Cerca de 60% dos casos são descobertos em fases avançadas, isso ocasiona a redução das chances de cura e o aumento na taxa de mortalidade dos pacientes”, destaca Deise Nunes, coordenadora da Divisão de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Ophir Loyola, referência estadual em oncologia.

Incidência

Em 2019, o Pará apresentou 472 casos novos e, em 2020, 387 casos novos, e até o dia 5 de julho deste ano, 107 casos novos foram registrados segundo os dados do Painel Oncologia, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).

Na capital paraense, o Hospital Ophir Loyola, Centro de Alta Complexidade em Oncologia, tem 1.338 pacientes em tratamento contra o câncer de cabeça e pescoço, 687 do sexo masculino e 651 do sexo feminino. Ao final do primeiro tratamento, o hospital conseguiu estabilizar 74% dos casos, ou seja, doentes fora do risco de óbito.

A capacitação dos profissionais da atenção básica na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de cabeça  e pescoço é imprescindível para a atenção aos sinais e sintomas da doença. “As lesões iniciais têm um melhor prognóstico, porém a taxa de sobrevida cai para menos de 50% em 5 anos, quando a neoplasia maligna é diagnostica em estágios avançados, segundo o Inca ”, informa a especialista.

Deise Nunes orienta para os sintomas, como caroço no pescoço, dificuldade/dor para mastigar ou engolir, dentes moles ou dor em torno deles, mancha avermelhada ou esbranquiçada na boca, mudança na voz ou rouquidão, irritação ou dor na garganta e mau hálito frequente, que durem por duas semanas ou mais. “Caso sejam identificadas essas alterações, um médico ou um dentista deve ser consultado, tais manifestações também podem ser ocasionadas por outras condições clínicas”, alerta.

Em adultos, mudanças nos estilos de vida ajudam a reduzir as chances de desenvolvimento da doença. O tabagismo associado ao alcoolismo é responsável de 80% dos casos. A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), devido à prática de sexo oral sem proteção, ocasiona de 30 a 40% dos tumores da cavidade oral e de garganta e está cada vez mais frequente em indivíduos jovens, menores de 45 anos.

“É preciso manter uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes, bons hábitos de higiene oral, proteger-se contra o sol e evitar exposição solar excessiva e prolongada, praticar sexo seguro, não fumar, não consumir bebidas alcoólicas e fazer a vacinação de meninas entre 9 e 14 anos, e meninos entre 11 e 14 anos, contra o HPV, além de realizar autoexame para identificar qualquer anormalidade e procurar auxílio”, disse a cirurgiã.

A definição do tratamento depende da localização do tumor, idade do paciente e presença de comorbidades (outras doenças), incluem intervenções cirúrgicas, sessões de radioterapia e quimioterapia, além da utilização de medicamentos imunoterápicos, em alguns casos.

Serviço:

Para dar início ao tratamento no Hospital Ophir Loyola, os pacientes devem ser encaminhados com a biópsia comprovando câncer pela Unidade Básica de Saúde ou Secretaria Municipal de Saúde do Município de origem via sistema de regulação. Durante a primeira consulta no hospital, o especialista vai definir a conduta terapêutica conforme o tipo e extensão do tumor.

A Divisão de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HOL, considerada um dos melhores serviços do país, conta com especialistas e equipe de apoio, formada por cirurgião plástico para fazer as reconstruções pós-operatórias, endocrinologista para a assistência de pacientes acometidos por câncer de tireoide, além da equipe de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial, enfermagem, fonoaudiologia, nutrição, terapia ocupacional, psicologia e serviço social.