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Mastologista do Ophir Loyola publica pesquisa sobre condição de tumores de câncer de mama

Estudo aponta que os tumores de mama não bloqueados pela hormonioterapia têm mau prognóstico quando também têm um alto nível do fator de crescimento tipo 1

Por Governo do Pará (SECOM)
21/07/2021 12h16

Uma pesquisa publicada na revista científica Breast Cancer pela mastologista, Francianne Rocha, do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), do Hospital Ophir Loyola, constatou que os tumores de pacientes que não respondem ao bloqueio hormonal pela hormonioterapia têm um mau prognóstico quando também demonstram um alto nível do fator de crescimento tipo 1.  A pesquisa, sob orientação do Dr. Rommel Burbano, foi realizada com 124 pacientes com câncer de mama em tratamento no hospital durante o período de 24 meses.Ophir Loyola tem Centro de Alta Complexidade em Oncologia

O câncer de mama é caracterizado pelo crescimento desordenado das células do tecido mamário e desta forma surgem as células anormais que se multiplicam, formando um tumor. De acordo com o Observatório Global do Câncer (GCO), o câncer de mama tornou-se  o tipo da doença mais diagnosticada no mundo, é uma neoplasia de rápida proliferação.

Para este ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta aproximadamente 66 mil novos casos no país, 780 devem acometer as mulheres paraenses. Um dos fatores de risco mais importantes é a idade. A cada cinco casos, quatro ocorrem após os 50 anos.

A obesidade, o sobrepeso, a menopausa tardia, o sedentarismo, o  consumo de bebida alcoólica, menstruação antes dos 12 anos, primeira gravidez após os 30 anos, uso de contraceptivos hormonais e a história familiar de câncer de mama também contribuem para o aparecimento da doença.

O estudo teve como objetivo correlacionar o fator de crescimento epidérmico tipo 1 (EGFR) e o fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1R) com os diferentes perfis biológicos e epidemiológicos do câncer de mama e a evolução clínica do mesmo.

"Os receptores do fator de crescimento epidérmico tipo 1 (EGFR) e (IGF-1R) são componentes importantes na avaliação do câncer de mama, a sinalização celular alterada, devido ao alto nível desses fatores de crescimento, desempenha um papel relevante na origem e progressão da neoplasia maligna, mantendo a constante estimulação da proliferação e o bloqueio da apoptose (morte celular)", explica a mastologista.

Foram coletadas informações clínicas e patológicas e amostras de biópsia de tecidos de 124 pacientes com câncer de mama, entre 28 e 89 anos de idade, em tratamento contra o câncer de mama no Hospital Ophir Loyola, referência em oncologia na região norte. Cada mulher foi acompanhada por, em média, dois anos, e monitorada  a  sobrevida geral (OS), a sobrevivência livre de doenças (SLD) e eventos livres de doenças.

"Nossa proposta durante a pesquisa era avaliar o aumento da expressão de dois fatores de crescimento, o EGFR e IGF-1R.  Avaliando o perfil tumoral  e o perfil socioeconômico, concluímos que as pacientes pesquisadas cujo os tumores não respondem ao bloqueio hormonal e que tem um alto nível do receptor do fator de crescimento epidérmico tipo 1, apresentam mais chances de ter recidiva, evoluir com metástase ou a óbito", ressalta Rocha.

Segundo a especialista, os cânceres podem ser divididos em receptores hormonais positivos e receptores hormonais negativos, que não respondem ao bloqueio. Essa informação é fornecida pelo exame de  imunohistoquímica, muito útil na avaliação confirmatória de um determinado diagnóstico, podendo ser utilizado também na avaliação prognóstica de pacientes, especialmente na rotina oncológica." O tratamento para esses dois grupos já está bem estabelecido, a pesquisa vem colaborar com informações a respeito do comportamento dos tumores receptores hormonais negativos". 

*Texto de Lívia Soares (Ascom / HOL).