IDEFLOR-Bio visita Oeiras do Pará para reconhecimento de áreas para a conservação
Atividade realizada em parceria com Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Prefeitura pode dar início à criação de uma Unidade de Conservação
O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), por meio de sua Diretoria de Gestão de Biodiversidade - DGBio, realizou em parceria com a Prefeitura e Secretaria Municipal de Meio Ambiente do município de Oeiras do Pará, atividades para o reconhecimento de áreas importantes para conservação da biodiversidade e cultural, como o objetivo de iniciarem um processo de criação de Unidade de Conservação da Natureza (UC).
Como parte do trabalho, realizado na primeira quinzena de de julho, os representantes das instituições se reuniram para compartilhar as várias etapas inerentes a um processo de criação de UC, os pontos essenciais a serem observados durante o levantamento exploratório dos locais com grande potenciais e a expedição de campo propriamente dita.
Em Oeiras do Pará, o açaí e o camarão são a grande atração culinária, tendo uma população com raízes ribeirinha e quilombola vivendo da extração do açaí, camarão, peixe e a produção de farinha. O município foi avaliado como dotado de grande beleza cênica, diversidade de ecossistemas, como várzea, igapó, floresta de terra firme, campos e lagos. Espécie como o maior boto de água doce o boto-rosa Inia geoffrensis, considerado ameaçado de extinção na categoria “Em perigo”.
Espécies
A bióloga Nívia Pereira conta que foram observados diretamente animais como tucano (Ramphatos sp) , arara vermelha (Ara macao), garça grande (Andre alba) , socó-boi (Tigrisoma sp.), tucunaré (Cichlidae), traíra (Hoplias malabaricus), boto-rosa (Inia geoffrensis), quatipuru ou esquilo cinzento (Sciuridae), morcegos (Desmodus sp), andorinhas (Hirundinidae) , martim-pescador (Alcedinidae), ariramba (Galbulidae) e jabuti (Chelonoidis carbonaria). Por meio de vestígios também foram visualizados toca de paca, de tutu e couro de veado vermelho.
Nívia ainda declarou que, em conversa com moradores das áreas do entorno dos locais analisados, foi constatada ocorrência nessas áreas de ararajuba, preguiça-bentinha, preguiça-real, cutia, paca, veado branco, veado vermelho, peixe-boi-amazônico, macaco-branco, macaco-de-cheiro, macaco-pretinho, macaco-prego, jacaré-coroa, camarão regional, entre outros.
A engenheira Agrônoma Rosigrêde Silva explica que a preservação das áreas levantadas é importante para manutenção dos habitats naturais, da biodiversidade, dos serviços ambientais e ecossistêmicos, assim como a utilização em bases sustentáveis dos produtos oriundos do extrativismo vegetal ou pesqueiro, preferencialmente no entorno, garantindo a manutenção de áreas de refúgios para a reprodução dos estoques naturais e principalmente na garantia do direito de permanência de populações, comunidades tradicionais na região.
A especialista ressalta ainda, o interesse pela proteção das florestas, flora e da fauna endêmica, migratória e ameaçada de extinção, o uso adequado dos recursos naturais e do solo contribuem para disciplinar as ações humanas nesse município.
