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MEIO AMBIENTE

Semas leva campanha 'Julho sem Plástico' aos principais balneários do Estado durante as férias

Biólogos informam que a fauna fluvial e marítima confunde esse material com alimento e isso provoca, além de poluição, mortes massivas de espécimes

Por Bruna Brabo (SEMAS)
07/07/2021 15h59

O "Julho Sem Plástico" é uma campanha que começou no Reino Unido, em 2011, e que se espalhou pelo mundo. No Brasil, a tag #julhosemplastico tem sido usada como um apelo à população para evitar a utilização desse material poluente e não descartá-lo de forma inadequada no meio ambiente.

No Pará, a orientação aos veranistas para o descarte adequado será realizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), em parceria com a entidade que comanda as ações da Remada Tenda Verde nos balneários do nordeste do Pará. A coleta seletiva vai ser enfatizada entre os turistas, comerciantes e moradores.

Segundo a gerente de Programas e Projetos de Educação Ambiental da Semas, Edira Vidal, a preocupação é manter a beleza cênica dos espaços de lazer e a segurança dos usuários e dos animais que circulam ou habitam esses ecossistemas. De acordo com a gerente, os resíduos deixados nesses ambientes descaracterizam e desequilibram os biomas, atraem vetores de doenças e sujam os ambientes. Há ainda os resíduos perfuro-cortantes como latas, vidros e os de longa durabilidade, como os sacos plásticos, pets e outros. 

“Há parceria com prefeituras, instituições governamentais e não governamentais (ONGs), cooperativas e comunidades, para o reaproveitamento desses resíduos. A grande preocupação com a complexidade dos problemas ambientais é latente. Portanto, o trabalho de sensibilização da população através da Educação Ambiental é e será o referencial para a redução do descarte inadequado desses resíduos, incluindo o plástico”, afirma Edira.

MORTE

O engenheiro de pesca da secretaria, Luciano Gomes, explica que camarões ingerem microplástico e ficam com a sensação de estarem saciados e a consequência é a morte por falta de alimentação. “É comum encontrar plástico nos estômagos das tartarugas e dos peixes, que confundem a alimentação água-viva, com o material poluente e engolem o produto, que não apenas polui as águas, mas prejudica toda a vida aquática”, resume.

A bióloga da Semas, Mary Anne Gama, avalia que o problema dos resíduos sólidos se intensificou com o uso indiscriminado de objetos descartáveis de diferentes tipos de materiais, como sacolas, copos e canudos plásticos, garrafas pet, latinhas, garrafas de vidro e outros materiais. “O consumo desenfreado desses materiais e o descarte inapropriado geram poluição do solo, água e ar. Essa poluição contribui com a morte de diversas espécies de plantas e animais, além de prejudicar a saúde e a qualidade de vida das pessoas. A solução para essa situação é a implementação de aterros sanitários, coleta seletiva regular e reciclagem. A diminuição do consumo de produtos descartáveis e a promoção da educação ambiental contribuirão para a sensibilização da população”, indica a bióloga.

LEI

O uso de canudos de plástico está proibido no Pará desde 24 de março deste ano, com a publicação da Lei n° 9.229, pelo governo do Estado, que obriga o uso e fornecimento de canudos de papel biodegradável e reciclável por restaurantes, bares e lanchonetes. O canudinho ecológico também será obrigatório em outros estabelecimentos que vendem bebidas, como barracas que funcionam em praias, praças e feiras, assim como por vendedores ambulantes. Os estabelecimentos têm prazo de 180 dias, a partir da entrada em vigência da lei, para se adequar às novas normas.