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INCLUSÃO SOCIAL E ECONÔMICA

Parceria entre a Fasepa e o Senar promove a profissionalização de socioeducandos

Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) concluiu novo curso de Panificação em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)

Por Governo do Pará (SECOM)
05/07/2021 14h57

Momento da oficina de Panificação promovida pela Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) e o Senar  "Minha cabeça está pensando em mudar de vida, fazer outras coisas para tentar ganhar dinheiro, em vez de querer tomar as coisas dos outros". Essa reflexão é de Lucas*, um dos socioeducandos certificado no dia 2, deste mês, no Centro de Internação de Adolescente Masculino (Ciam) Sideral. Ele se capacitou em um curso de Panificação, resultado da parceria entre a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que visa à profissionalização dos socioeducandos e amplia qualificação profissional de servidores.

O Ciam Sideral fica na Região Metropolitana de Belém e é uma das unidades de internação provisória da Fasepa que recebe os adolescentes que cometem algum ato infracional, onde eles podem permanecer até 45 dias, aguardando a decisão judicial. De acordo com as restrições devido à pandemia da Covid-19, os jovens que chegam à unidade precisam cumprir uma quarentena de 14 dias de isolamento, porém, mesmo com o pouco tempo que os socioeducandos passam na centro, a Fasepa tem garantido a participação desses adolescentes nos cursos profissionalizantes. O curso de panificação já foi realizado em outras unidades da Fasepa, por meio do Senar e também pelo Polo Produtivo na Socioeducação, e está com novas turmas já previstas para o segundo semestre.

De acordo com a professora de Panificação do Senar, Jéssica Gomes, o curso teve 2 turmas, sendo uma de manhã e outra de tarde, com 2 socioeducandos em cada, completando 40 horas. "Eles aprenderam a fazer massa fina, pão de sal, salgados, também a parte de massas como biscoitos e bolos. Vejo a diferença de quem antes não tinha experiência, e desenvolveu bem. Todos estão me surpreendendo", ressaltou a professora. 

Salgados e pãezinhos são alguns dos produtos trabalhados na oficina de Panificação, com o propósito de profissionalizar os adolescentes Com um mês e 25 dias de internação, Lucas disse que aprendeu a fazer pão, pizza, esfiha, recheio, lanchão, enroladinho de salsicha e pastel, e está agradecido pela oportunidade. "Estou pensando muito em sair daqui, continuar nessa mesma profissão, ir em uma padaria, colocar meu currículo, começar a aprender com outras pessoas lá fora também, a como ganhar dinheiro sem estar fazendo mal a ninguém", afirmou. 

RECONHECIMENTO

"Eu estava passando um tempo morando só, porque eu briguei com a minha família, mas agora eu vou voltar, já está tudo tranquilo. Eu amo minha mãe, minha avó e minha irmãzinha mais nova. Ela já está sabendo que eu estou fazendo o curso aqui e ficou muito feliz, ela até trouxe uma receita de um pastel para eu fazer aqui dentro", completou o socioeducando. 

"Estou muito feliz, muito alegre por essa benção concedida para o meu filho, estou muito satisfeita e eu só tenho a agradecer ao Senhor Jesus, por ele está passando por esse momento tão bom na vida dele. Eu espero que ele vença, que ele tenha uma nova vida, que tudo que ele sempre sonhou, ele consiga conquistar", disse a mãe do socioeducando, que, curiosamente, deu para o filho uma receita do pastel, e na avaliação para a conclusão do curso de Panificação, o adolescente fez justamente a receita do pastel da mãe, e conseguiu agradar a professora e os servidores da Unidade. 

DANDO CONTINUIDADE

Com o intuito de continuar o trabalho com outros adolescentes que entrarem na unidade, os servidores também participam do curso, para assim serem agentes multiplicadores. Como é o caso do servidor, Lucivaldo Alves, que participou deste e de outros cursos de panificação e falou como é repassado esse conhecimento adquirido para os socioeducandos após o término da formação, "a própria instituição está conseguindo manter em forma, todo tempo está mandando material, e como tem um fluxo grande, a gente fica se renovando. A cada duas semanas, trazemos uma equipe de socioeducandos para pegar um aprendizado mínimo que seja, mas que seja favorável", enfatizou Lucivaldo. 

O conhecimento também é repassado no Centro Socioeducativo Masculino (CSEM) onde já foi realizado o curso de Panificação e, hoje, a unidade "colhe os frutos" da ação. Em um dia na semana, o lanche do CSEM é feito por dois socioeducandos e um instrutor. Eles também têm a oportunidade de colocar em prática o que aprenderam produzindo a alimentação para os eventos realizados pela Fundação. Além disso, a equipe da unidade também teve outra iniciativa de produzir um kit com os produtos trabalhados na Panificação, como bolo, biscoitos, pães e salgados.

*Utilizamos o nome fictício (Lucas) para preservar a identidade dos socioeducandos de acordo com o artigo 247 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Texto de Eduardo Quemel (Ascom / Fasepa).