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Adepará avança o monitoramento de doenças virais em aves de descarte

Nesta semana a ação foi realizada em granjas situadas nos municípios de Santo Antônio do Tauá e Santa Izabel do Pará

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
02/07/2021 20h45

O primeiro monitoramento para pesquisa de Influenza Aviária (IA) e Doença de Newcastle (DNC) em aves de descarte foi realizado pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) na quinta-feira (1°), nos municípios de Santo Antônio do Tauá, na região Nordeste, e Santa Izabel do Pará, na Região Metropolitana de Belém. A ação integra o Programa Estadual de Sanidade Avícola (Pesa), em atenção às diretrizes de sanidade normatizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), descritas na Instrução Normativa n° 10, de 11 de abril de 2013, atualizada pelas Instruções Normativas nº 20, de 21 de outubro de 2016, e nº 8, de 17 de fevereiro de 2017.

Durante o monitoramento, iniciado em 21 de junho e com encerramento neste sábado (3), o Programa Estadual também promove o treinamento de médicos veterinários do Serviço Veterinário Oficial (SVO) do Pará e médicos veterinários responsáveis por granjas de postura, cuja finalidade é a produção de ovos para consumo.Coleta de amostras de suabe de traqueia, uma das etapas do monitoramento

Neste período, os profissionais estão sendo treinados para executar coleta, identificação e conservação de amostras biológicas (suabes de traqueia e cloaca), para pesquisa dos vírus da Influenza Aviária e Doença de Newcastle, e também a preencher o Termo de Colheita das amostras. Em todo o período de monitoramento serão coletadas 720 amostras, sendo 360 de suabe de traqueia e 360 de suabe de cloaca, de 360 aves em 24 granjas, que têm aves de postura em condição de descarte.

“Hoje, estamos realizando a primeira etapa de execução da IN 10/2013 - Mapa. Junto ao monitoramento estamos fazendo a capacitação de médicos veterinários, tanto da Adepará quanto da cadeia produtiva privada. É o primeiro monitoramento realizado pela gerência do Programa Estadual de Sanidade Avícola no Pará. A partir de agora, será realizado de forma contínua e periódica, com intervalos, conforme a legislação vigente”, informou a gerente de Defesa Animal, Melanie Castro, que acompanha o monitoramento.

Legislação - A normatização federal define o programa de gestão de risco diferenciado, baseado em vigilância epidemiológica (monitoramento de Doença de Newcastle, Influenza Aviária e Salmonelose) e adoção de vacinas para os estabelecimentos avícolas considerados de maior suscetibilidade à introdução e disseminação de agentes causadores de doenças no plantel avícola nacional, e ainda para estabelecimentos avícolas com atividades que necessitam de maior rigor sanitário.

A fiscal estadual agropecuária da Adepará Letierre Lima, que integra a equipe do Pesa, informou que “no Pará a gestão de risco diferenciada para os estabelecimentos será realizada em duas etapas. Primeiramente, o Monitoramento para Pesquisa de Influenza Aviária e Doença de Newcastle, e posteriormente o Monitoramento para Pesquisa de Salmonella spp”.Uma das propriedades monitoradas para controle de doenças

Letierre Lima destacou que vacinas já estão sendo adotadas pelas granjas de postura, em uma ação conjunta com o setor privado, por meio da Associação Paraense de Avicultura (Apav), presidida pelo veterinário Cláudio Afonso Martins. Segundo a fiscal, o perfil sanitário das granjas monitoradas é o seguinte: estabelecimentos avícolas de postura comercial não adequados aos procedimentos de registro, de acordo com a legislação vigente, e estabelecimentos avícolas de postura comercial com galpões do tipo californiano, clássico ou modificado, sem telas.

Capacitação - Do treinamento realizado na quinta-feira participaram a gerente regional da Adepará de Castanhal, Melina Nobre; a fiscal estadual agropecuária de Castanhal, Sandra Costa; a fiscal agropecuária de Santo Antônio do Tauá, Dráucia Gouvêa; o agente fiscal agropecuário Paulo da Silva, e os responsáveis técnicos pelas granjas de postura.

“Essas ações representam um marco nas atividades realizadas pelo Programa Estadual de Sanidade Avícola, o qual tem por objetivo salvaguardar o plantel avícola paraense, garantindo a produção de alimentos inócuos e a manutenção da saúde pública”, explicou o gerente do Programa de Sanidade Avícola, Alexandre Moura Chagas.

Influenza Aviária – Segundo o Ministério da Agricultura, a Influenza Aviária é uma doença viral muito contagiosa, que afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres, e ocasionalmente mamíferos, como ratos, gatos, cães, cavalos e suínos, além do homem.

Mesmo ainda não detectada no Brasil, a Influenza Aviária tem distribuição mundial, e pode gerar graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas. Os vírus influenza tipo A apresentam alta capacidade de mutação, e consequentemente de adaptação a novos hospedeiros. A adaptação dos vírus de Influenza Aviária ao homem já foi responsável por  alta taxa de letalidade. A possibilidade de transmissão desses vírus entre seres humanos representa um alto risco para a população no planeta.

Doença de Newcastle – Também muito contagiosa e transmitida por vírus, a doença afeta várias espécies de aves, assim como répteis e mamíferos, incluindo o homem. A principal forma de propagação do vírus é por meio de aerossóis de aves infectadas ou de produtos contaminados. Vetores, como roedores, insetos e artrópodes, também contribuem para a disseminação do vírus.

Aplicar medidas de biosseguridade nos estabelecimentos avícolas, limitando a exposição de aves domésticas a outras aves, é a principal medida de mitigação do risco de introdução da Doença de Newcastle no plantel avícola nacional.

“Todo monitoramento tem o objetivo de atestar a sanidade dos animais. Essa ação específica é pra atestar a sanidade do plantel avícola paraense, que se reflete nos produtos e subprodutos que essas aves vão produzir, longe de Influenza Aviária e Newcastle”, disse o diretor de Defesa e Inspeção Agropecuária, Jefferson Pinto, também presente ao monitoramento. (Com informações do Mapa).