Governo investe em mutirões de saúde para reduzir casos de câncer de mama no Pará
O combate ao câncer de mama no Pará tem nos mutirões de saúde um de seus mais importantes aliados. Os mutirões, que beneficiam mulheres de vários municípios, integram as estratégias desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Núcleo de Apoio à Gestão na Atenção à Mulher no Controle do Câncer de Colo de Útero e Mama (Nagam), destinadas a reduzir os casos da doença em território paraense e, consequentemente, o índice de mortes.
A iniciativa, que envolve mastologistas, patologista, anestesista, enfermeiros e técnicos de enfermagem, permitiu a realização, em 2016, de 10 mutirões de exérese de nódulo (remoção), beneficiando 195 mulheres. As ações mobilizaram profissionais da Unidade de Referência Especializada Materno-Infantil (Uremia) e da Fundação Santa Casa do Pará, que também promoveu cinco mutirões de biópsia de mama, atendendo 31 pacientes.
Um dos objetivos dos mutirões é reduzir o tempo de espera de mulheres diagnosticadas com câncer de mama que aguardam por cirurgia, explicou Nazaré Falcão, coordenadora do Nagam.
Redução da mortalidade - O maior impacto das estratégias de enfrentamento da doença implementadas por órgãos de saúde estaduais está na redução da mortalidade de mulheres por câncer de mama atendidas no Hospital Ophir Loyola, em Belém, que já realizou cinco mutirões de mastectomia (retirada da mama), atendendo 60 mulheres. Iniciados em 2013, os mutirões já contabilizam 632 cirurgias em mulheres oriundas de vários municípios paraenses, e cerca de 800 procedimentos.
Em 2017, a Sespa, por meio do Nagam, continuará fortalecendo as ações de controle do câncer de mama, e intensificará a prevenção do câncer de colo do útero, garantindo tratamento de lesões precursoras. O combate à doença será discutido e trabalhado como Política de Atenção à Saúde da Mulher no Controle do Câncer de Colo do Útero, com uma programação especial, que será desenvolvida ao longo do ano visando mais resultados positivos.
Diagnóstico precoce - O controle dos dois tipos de câncer que mais vitimam as mulheres – mama e colo do útero - também motivam o trabalho de sensibilização realizado pela Sespa com gestores e profissionais de saúde. Em 2016, as ações priorizaram o diagnóstico precoce do câncer de mama, com o aumento do número de mamografias, de rastreamento (em mulheres de 50 a 69 anos) e de diagnóstico (sintomáticas), além dos demais procedimentos importantes na detecção precoce da doença.
“Em outubro de 2016 houve uma sensibilização da sociedade em geral com o Movimento Outubro Rosa. O número de mamografias realizadas no mês deu um salto importante. Assim como os dados relacionados à prevenção do câncer de colo do útero e tratamento de lesões precursoras, que revelaram uma queda importante nos últimos anos desde a realização do preventivo (PCCU), considerado o exame de rastreamento do câncer de colo, quanto nos demais procedimentos que dependem dos resultados do preventivo para serem realizados”, informou Nazaré Falcão.
O câncer de mama é uma das maiores ameaças à saúde da mulher em todo o planeta, e vem exigindo a superação de problemas regionais no Brasil, como o acesso ao diagnóstico precoce no sistema de saúde pública.
No Pará, a doença já causou a morte de 2,8 mil mulheres, entre 1996 e 2014, segundos dados do Departamento de Informática do Ministério da Saúde (Datasus). Apenas no Hospital Ophir Loyola, que é referência para o tratamento da doença no Estado, 1.437 novos casos da doença passaram a ser tratados entre 2013 e 2015.