Obras e serviços da Segup combatem a criminalidade no Estado
A quinta matéria da série, destaca os investimentos estaduais em segurança pública
A autônoma do bairro da Terra Firme, J. P. F., 30 anos, sofreu agressão física por parte do ex-companheiro, em março. “Ele me mordeu, furou na costa e na barriga. Fiquei com medo. Já estávamos há sete anos. Separamos e ele tinha a vida dele e eu a minha. Ele passou dos limites, nós brigávamos muito”, contou. As informações constam no Sistema de Segurança e os dados auxiliam nas análises do Grupamento de Prevenção Ativa, do 2º Batalhão da Polícia Militar, que realiza visitas técnicas de segurança.
A guarnição visitou a vítima, nesta segunda-feira (28), para acompanhar os desdobramentos do crime e verificar se a medida protetiva, vem sendo cumprida pelo agressor. “Geralmente é o formulário com perguntas pré-requisitadas, mais detalhes do que ocorre, sobre a situação socioeconômica, se recebe algum auxílio. Verificamos a motivação, geralmente a vítima já está separada”, explicou o cabo Nentes, à frente da Guarnição.
Para a vítima, receber esse atendimento, meses depois da ocorrência, é um alívio. “Me sinto protegida, está tudo tranquilo nesses quatro meses. Ele tem respeitado a medida protetiva. Eu saio, me divirto, passo o dia todo trabalhando”, disse a autônoma.
O trabalho analisa qualitativamente o comportamento criminal. “Antes de chegar a informação no Judiciário, para a afastar o agressor, atuamos antes de ocorrer novamente a agressão, para mostrar para o acusado, que a polícia está presente lá”, informou o tenente Wallace, do GPA.
A ação também apura outros crimes, como roubos e assaltos. Na última semana, uma farmácia do bairro do Guamá foi arrombada durante a madrugada, primeira vez que uma situação de criminalidade ocorreu no estabelecimento, em quase quatro anos de funcionamento. “Foi a primeira vez que ocorreu invasão, assalto, tudo. Fornecemos as imagens para que seja feita a investigação da melhor forma possível. Não esperava a visita deles. Achei interessante, pois ficamos com receio de trabalhar e, tendo esse acompanhamento, sabemos que a polícia está atuando. Nos sentimos mais seguros”, aponta a gerente do estabelecimento, que preferiu não se identificar.
“Quando acontece um fato desses, coletamos as informações para ficar nos nossos registros visando a não ocorrência mais, na nossa área. Esse é o nosso trabalho qualificado, policiamento direcionado à prevenção”, acrescentou o tenente Wallace.
Assim como nas ruas, o policiamento também é reforçado em comunidades ribeirinhas. Camila Pereira Siqueira, 28 anos, é empregada doméstica e mora junto com a família em uma das casas, no Furo da Paciência, na ilha do Combu, região das ilhas de Belém. Ela e as outras cinco pessoas que moram na mesma casa, têm na rotina, a travessia de ida e volta para Belém porque trabalham na capital.
Nessas ocasiões, ficava sempre uma tensão, devido ao fato de a casa estar fechada e ser alvo de assaltantes que pudessem levar os itens domésticos que a família adquiriu, como televisão, máquina de lavar roupa, bomba d’água, entre outros objetos. "Antes, eu e meu marido morávamos em Belém, porque morar aqui na parte dos furos, no nosso, da Paciência, do Maracujá, do Benedito, era mais complicado. A gente ficava com medo porque quando acontecia assalto, invasão das casas, roubo de rabeta, a gente não tinha pra quem pedir ajuda, era muito difícil se deslocar para registrar ocorrência”, lembra Camila.
O Grupamento Fluvial (GFlu), realiza ações de prevenção e ostensividade nas áreas e, somente em 2020, foram realizadas mais de 50 operações. “Depois que a polícia passou a vir de lancha, entrar em cada braço desse de rio, perguntar na nossa porta se está tudo bem, se a gente percebeu algumas pessoas estranhas circulando por lá, até mesmo porque todo mundo se conhece, mesmo com esse movimento maior por causa dos restaurantes. A gente se sente mais seguro com certeza. Antes, a sensação que dava é que a gente estava abandonado aqui, nessa situação. Agora a gente fica mais em paz, mais feliz, com a tranquilidade que a gente sempre buscou, quando decidiu se mudar para cá", acredita a doméstica.
Ações do dia a dia da polícia, que se refletem no reforço da segurança, são os resultados de decisões estratégicas tomadas desde o início da gestão. De acordo com o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Ualame Machado, o investimento em infraestrutura permite que, nas pontas, as equipes consigam desenvolver um trabalho ainda mais qualificado.
"Continuamos com os investimentos na segurança pública, além do que, já foram entregues várias unidades policiais totalmente novas, frota trocada em todo o estado, veículos adequados para toda a população e também para o policiamento chegar em qualquer lugar do Pará. Aquisição de equipamentos modernos, tecnologias. Nós já realizamos, na segurança pública, a aquisição de 58 embarcações novas, que estão sendo entregues em vários municípios, para que a gente possa manter um policiamento adequado "nas ruas", que são os nossos rios”, pontuou o secretário.
Está em construção, prevista para ser entregue, ainda nesse semestre, a primeira base integrada flutuante da segurança pública, "Antônio Lemos”. A base ficará localizada na margem direita do rio Tajapuru, no distrito de Antônio Lemos, município de Breves, controlando grande parte do fluxo oriundo dos estados do Pará, Amapá e Amazonas.
Com investimento de R$ 4,5 milhões de recursos estaduais, a obra ampliará a fiscalização dos órgãos públicos na malha fluvial do Pará, especialmente em uma área considerada estratégica para a segurança pública, por estar localizada em um corredor histórico de transporte de drogas, contrabando, pirataria e crimes ambientais. Além das forças de segurança, setores de fiscalização da Fazenda, Meio Ambiente, Receita e Justiça Federal, atuarão de forma integrada na base.
Ainda em 2021, deve ser entregue um novo Centro Integrado de Comando e Controle da Região Metropolitana. “Além disso, as novas câmeras da Segup, terão uma inteligência artificial, com reconhecimento facial, leitura de placa de veículo roubado ou furtado, tudo isso dinamizando as nossas ações e também podendo melhorar a prestação de serviço. Reforma do nosso Instituto de Ensino na Segurança Pública, com quadra coberta, dojô, banheiros, vestiários. Tudo isso preparado para recepcionar os novos agentes, que estarão ingressando, através dos concursos, tanto da Seap, quanto do Detran, já autorizados, como também das Polícias Civil e Militar, que estão em andamento. Além de registrar aqui, o concurso do CPC Renato Chaves e do Detran, que já ocorreram, com posse de grande parte dos concursados aprovados”, acrescentou Ualame.
SÉRIE DE OBRAS ESTADUAIS:
Confira as outras matérias da série que traz os investimentos da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop); Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa); da Secretaria de Estado de Cultura (Secult); da Companhia de Portos e Hidrovias (CPH).
