Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
COMBATE À PANDEMIA

Estado mantém rede de cuidados com a saúde mental durante a pandemia

Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, referência em atendimento psiquiátrico, já registrou de janeiro a maio mais de 4 mil atendimento na emergência

Por Carol Menezes (SECOM)
28/06/2021 18h02

Tão importante quanto cuidar da saúde física e se proteger ao máximo de uma possível contaminação pelo novo coronavírus, é seguir recomendações que ajudem a aliviar as pressões psicológicas durante a pandemia. No Pará, a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC) é referência no atendimento de pacientes com sofrimento mental. Só entre janeiro e maio deste ano, o HC registrou 4.162 entradas na emergência psiquiátrica - 44% dos atendimentos emergenciais da unidade, que atende ainda doenças cardíacas, renais crônicos e gravidez de alto risco.  

Em 2020, no mesmo período, foram registradas 3.437 entradas no setor psiquiátrico. Na comparação com 2021 é possível associar esse registro crescente à pandemia de Covid-19, que deixa um rastro de desemprego, isolamento social obrigatório, insegurança quanto ao futuro, perda de familiares e amigos, e outros fatores extremamente prejudiciais à saúde mental.

Isso não significa que era baixa a procura antes da crise provocada pela Covid-19. Em 2019, por exemplo, quando não havia pandemia, foram 8.321 entradas na emergência em função de transtornos mentais e/ou comportamentais, o que representou 28% do total de registros no setor.  

Serviço gratuito - "É importante estarmos atentos aos efeitos da Covid-19 não somente na saúde física, mas também no bem-estar psicológico. Mesmo quem não foi diagnosticado com a doença pode apresentar transtornos na saúde mental devido às implicações da pandemia, do isolamento social, ao medo de ver alguém querido ser internado. O Estado oferece serviços para quem está passando por essa dificuldade, em unidades de referência, como o Hospital de Clínicas, ou em projetos localizados, como o ‘Sala de Espera’, no Hospital de Campanha, no Hangar", orienta Rômulo Rodovalho, titular da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Para a médica Daniela Pujadas, psiquiatra no Hospital de Clínicas, matematicamente não é possível atribuir esse aumento de casos somente à pandemia, mas também às questões correlacionadas, como dificuldade no acesso a serviços de saúde, seja na rede pública ou privada. "O isolamento aumentou a percepção das pessoas sobre suas próprias ansiedades. O que antes era algo funcional, ou presente no dia a dia, foi se transformando em uma carga elevada para as pessoas, levando ao adoecimento e à aceitação para a necessidade de buscar profissionais especializados para um tratamento adequado”, explica a especialista.

Na semana passada, um grupo de representantes da Comissão de Direitos Humanos e do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), que realiza um trabalho para o fortalecimento da rede de saúde mental no Estado, esteve no HC. “O grupo vai ajudar a emitir pareceres, recomendações, cuidar de orçamentos públicos, dotações orçamentárias para aprimorar as políticas públicas nessa área”, informa o deputado Carlos Bordalo, que preside a Comissão. O parlamentar confirmou que o Hospital de Clínicas será o ponto de partida para as estratégias de continuidade dos trabalhos da Comissão.

Público-alvo - A emergência do HC atende pessoas com doenças mentais em estado de “surto agudo”, geralmente com risco de suicídio, homicídio, desacerbados sexualmente, e ainda quando há risco à integridade de familiares ou às suas próprias vidas. Os pacientes são atendidos, medicados e ficam em observação, sendo dispensados após a superação da fase aguda. A família é orientada a dar continuidade ao tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) mais próximo da residência do paciente. A assistência também contempla situações relacionadas ao abuso de drogas ou álcool.

O HC atende ainda casos de sofrimentos mentais, como ansiedade, crise de pânico e depressão. "São pacientes que não têm transtornos mentais, mas estão sentindo algum mal-estar. Os que desenvolveram alguma síndrome devido ao estado de isolamento ou preocupações decorrentes ao desemprego, neste período de pandemia, nós atendemos e orientamos os familiares que conversem sobre o assunto, e desde aquele momento inicie um tratamento para que a doença não avance”, explica a enfermeira Selma Frota, que chefia o setor de Enfermagem do Hospital de Clínicas.

Como buscar ajuda - A pessoa em sofrimento mental pode ir diretamente às Unidades Básicas de Saúde (UBS), como os CAPSs (Centros de Atenção Psicossocial), onde a primeira etapa é o acolhimento.

Porém, se for uma situação de crise, pode ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 h) ou levada a um serviço de emergência psiquiátrica, como o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna.

Leia mais:

http://www.saude.pa.gov.br/sespa-informa-com-o-funciona-a-rede-de-atencao/