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Em Belém, Santa Casa oferta novo exame rápido que diagnostica risco em gravidez

Procedimento evita internações desnecessárias das gestantes

Por Governo do Pará (SECOM)
28/06/2021 11h27

A Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), maior maternidade pública do norte do Brasil, iniciou agora em junho um novo tipo de abordagem de uma emergência corriqueira no serviço obstétrico: a suspeita de rompimento das membranas amnióticas antes do trabalho de parto, a partir de 20 semanas de gestação.

O incidente de ruptura prematura de membrana amniótica (ruprema), rotura prematura das membranas (RPM), amniorrexe ou “bolsa rota” provoca pequenas saídas irregulares de líquido amniótico, com grande risco de sofrimento fetal, aborto e infecção para a gestante e para o feto.

Especialistas indicam que o fenômeno está associado a em torno de 40% dos nascimentos prematuros e a 18% das mortes de bebês antes de completarem um mês de vida. Em Belém, o Hospital atende cerca de 10 casos por semana, em média.

Como a olho nu a umidade vaginal pode ser confundida com diversos outros fluidos, muitos deles inofensivos à gravidez, até então, em alguns casos nos quais exames físico e de imagem não eram conclusivos, as pacientes precisavam ser internadas para investigação, estendendo-se ao momento do parto em si, período que poderia durar meses. 

Dados da Santa Casa estimam que, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o custo diário de internação de uma gestante por intercorrências clínicas aproxima-se atualmente dos R$ 200 reais.

Exame

O exame, chamado “teste de cristalização da secreção cercovicovaginal”, é de baixo custo e com operação simples. Consiste na coleta por swab, uma espécie de cotonete, da umidade vaginal e a observação imediata, via microscópio, da resposta da amostra ante secagem em temperatura ambiente. Em poucos minutos, o obstetra é capaz de afirmar se o líquido em questão é ou não amniótico, confirmando ou descartando a hipótese de “bolsa rota”.

“Quando observamos que a paciente realmente perdeu líquido, na coleta do exame, a gente verifica e aí se confirma ou não a bolsa rota. Com isso se busca diminuir o tempo de internação no hospital e melhorar o tempo de permanência dessa paciente na enfermaria da maternidade”, explica a ginecologista-obstetra Flora Balbi.

Para Aurenice Araujo, 20 anos, de Marituba, na região metropolitana de Belém, internada na enfermaria da Santa Casa no dia 11 de junho, o diagnóstico instantâneo de “bolsa rota” foi salvador para a gravidez, por ora, de seis meses. “Afinal, é a vida de um bebê que está em jogo: tudo quanto mais rápido, melhor”, acredita.

Ela estava em viagem, no município de Capitão-Poço, na região do Guamá, quando sentiu perda espontânea de líquido, como se estivesse urinando. “Não estava sentindo nada de dor, dor alguma. Falei com a minha mãe e ela me disse que a bolsa tinha rompido, aí procuramos atendimento e foi quando fui transferida pra cá pra Santa Casa. Chegando aqui, fui super bem atendida: eu estava tossindo e fizeram logo o exame de Covid-19, me colocaram no soro, deram um remedinho pro pulmão do bebê”, narra.

Recursos

De acordo com a diretora técnico-assistencial da Fundação Santa Casa, Norma Assunção, o novo método impacta no fluxo de leitos e, consequentemente, na economia de recursos públicos.

“É importante porque as pacientes que chegam à Santa Casa, e não é um volume pequeno, acabam ficando internadas, tendo um tempo de internação prolongado, por conta de suspeita de rupreme. Com o exame, evitamos internações desnecessárias, o que libera leito e diminui custos”, aponta.

No dia 16 de junho, por exemplo, a dona de casa Milena Silva, 23 anos, chegou emergência da Santa Casa de ambulância, encaminhada pela Prefeitura de Mocajuba, no nordeste paraense.

Grávida de 29 semanas do segundo filho, Warlley, e acompanhada da sogra, a também dona de casa Benilce Miranda, 39 anos, fez o teste de cristalização, que descartou a hipótese de bolsa rota, e sinalizou um quadro infeccioso.

“Saí lá de Mocajuba assustada e o diagnóstico aqui, a orientação que recebi me tranquilizou. Agora é tratar e acompanhar o resto da gestação”, diz.

Texto: Márcio (Ascom/Santa Casa)