Emater integra Grupo Técnico de boas práticas e produção sustentável, para a cadeia produtiva da Pimenta-do-Reino, no Pará
Atualmente, o estado é o segundo maior produtor do vegetal no Brasil, envolvendo mais de 70 mil pessoas em sua cadeia produtiva.
As boas práticas que vem sendo ressaltadas nas ações do Grupo Técnico (GT), junto aos produtores, vão desde o plantio, passando pela adubação, colheita, secagem, armazenamento e transporte do produto, no sentindo de evitar a contaminação por Salmonella. O engenheiro agrônomo da Emater, Ricardo Dohara, tem ampla experiência de campo no acompanhamento a produtores de pimenta-do-reino da região nordeste do Pará e foi um dos palestrantes do evento. Ele falou sobre a importância desse controle, tanto para se atender às exigências sanitárias, quanto para valorizar ainda mais o produto, no mercado internacional.
“A cada momento precisamos melhorar a qualidade da nossa pimenta, porque o mercado consumidor está cada dia mais exigente em relação às qualidades físicas e químicas desse produto. Esse evento é para que a gente possa aprimorar as nossas técnicas e possa oferecer para a sociedade, um produto de melhor qualidade, o que é benéfico para os produtores, para a sociedade e para o governo como um todo.”, afirmou o engenheiro.
Atualmente, o Pará é o segundo maior produtor de Pimenta-do-Reino do Brasil, envolvendo mais de 70 mil pessoas em sua cadeia produtiva. Um dos diferenciais do artigo paraense é a secagem ao sol, que segundo os especialistas, garante melhor sabor e contribui com a sustentabilidade da produção, explicou o engenheiro agrônomo, Oriel Lemos, pesquisador da Embrapa.
“A nossa pimenta é de muita qualidade. Nós usamos energia solar, pois secamos a pimenta ao sol, que garante as propriedades organolépticas dela, que são o aroma, o sabor e a pungência, e é uma forma sustentável de secar, que evita o uso de lenha e a derrubada de árvores. O mercado europeu gosta de comprar a pimenta brasileira, principalmente do Pará, pelo sabor e pelo contexto sustentável”, destacou Oriel.
A Embrapa também vem incentivando os produtores de pimenta-do-reino a utilizarem a gliricídia, como tutor vivo no plantio, que evita o uso de estacas e contribui para a sustentabilidade da produção, além de outras vantagens para o produtor.
“Usando gliricídia, em vez de estacas, nós evitamos que o produtor derrube árvores. Para cada hectare, estima-se que 20 árvores precisariam ser cortadas. E hoje, com a gliricídia, além de evitar os cortes, há o sequestro de carbono, a fixação de nitrogênio do ar, se reduzindo a necessidade de adubo”, explica
Na última terça (22), cerca de 70 participantes, entre produtores, exportadores de pimenta-do-reino de 16 municípios do Nordeste Paraense, atendidos pelo escritório Regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), em Castanhal, além de técnicos da Empresa, da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e da Embrapa Amazônia Oriental, participaram em Castanhal de uma série de palestras sobre as “Boas Práticas para a Pimenta-do-Reino, com Foco no Controle da Salmonella”. O evento foi promovido pelo Grupo de Trabalho (GT), da Cadeia Produtiva da Pimenta-do-Reino do Estado, coordenado pela Sedap e que tem como integrantes, instituições públicas estaduais e federais; e de representações dos produtores e exportadores no Estado.
A engenheira agrônoma, Márcia Tagore, coordenadora do GT, ressaltou que nesse momento, o foco é para o controle da Salmonella, visando resultados ainda para este ano.
“São 18 atividades, entre elas, as palestras que estão acontecendo em algumas regiões do Estado, especialmente nos municípios que agregam a maior produção. Além da promoção dessas ações, nós estamos fazendo todo o acompanhamento e monitoramento para ver se as práticas que estamos orientando serão adotadas e se, até o final do ano, já tenhamos resultados positivos”, explicou Tagore.
O GT da Cadeia Produtiva da Pimenta-do-Reino no Estado, é composto por várias instituições públicas e privadas, entre elas, a Sedap, Adepará, Emater, Sedeme, Embrapa, Mapa, Cooperativa Agrícola Mista de Tomé Açu (Camta) e Associação Brasileira dos Exportadores e Produtores de Pimenta-do-Reino (ABEPI). O GT já realizou palestras em Tomé Açu e Castanhal e está organizando novos eventos para o Baixo Tocantins e Região do Xingu.
Texto: Etiene Andrade ( Ascom/Emater)