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Adepará trabalha para erradicação da mosca da carambola na fronteira com o Amapá

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
31/05/2021 21h26

Ações conjuntas de erradicação da mosca da carambola (Bactrocera carambolae) foram colocadas em pauta em reunião entre a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e a Superintendência Federal de Agricultura do Amapá (SFA/AP), realizada nesta segunda-feira (31), em Macapá.

O encontro entre representantes também foi uma oportunidade para a troca de experiências quanto à execução dos programas de erradicação da mosca da carambola no Pará e Amapá. Participaram o superintendente da SFA/AP, Victor Torres; a diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará, Lucionila Pimentel; o gerente de Defesa Vegetal da Adepará, Rafael Haber; e o gerente do Programa de Erradicação da Mosca das Frutas, Adalberto Tavares.

Segundo Adalberto, a reunião marcou o compromisso de esforços dos órgãos de defesa vegetal, que são imprescindíveis na região do Vale do Jari, onde há uma grande circulação de embarcações que podem transportar frutos hospedeiros. A incidência da praga levaria todo o mercado nacional de exportação de frutos in natura se tornar alvo de restrições.

“Esse encontro reflete o desafio que é trabalhar no Vale do Jari, visto que essa região compreende a fronteira dos dois estados, do Pará e Amapá. Essa ação demanda envolvimento de todos os órgãos na temática da mosca da carambola, como a Adepará, SFA/AP e a Agência de Defesa do Amapá. Vamos nos alinhar nas ações de campo, buscando resultados nessa região”, ressaltou.

Programa de erradicação - Ações de monitoramento, captura e educação sanitária em terminais hidroviários são algumas das atividades desenvolvidas pela Adepará para cumprir com a missão de erradicação da mosca da carambola.

Para constatar o foco da praga, são instalados dois tipos de armadilhas - a Jackson que captura machos e a McPhail, destinada a machos e fêmeas. As armadilhas são inseridas em áreas georreferenciadas para possibilitar o monitoramento e averiguar o possível foco.

Apesar do nome, a mosca da carambola também pode ser hospedeira em frutos como a laranja, manga, tangerina, goiaba e jambo vermelho. Essa praga, se não for combatida, causará prejuízos na cadeia de outros 37 frutos.

O distrito de Monte Dourado, localizado no município de Almeirim, no Pará, faz fronteira com o município de Laranjal do Jari, no Amapá. Na divisa dos estados, há um grande fluxo de cargas e passageiros pelo Rio Jari, o que representa um risco, com a possibilidade haver transporte de frutos hospedeiros de uma área com foco da mosca da carambola para uma área livre.

Por isso, há um importante trabalho da Defesa Vegetal da Adepará que orienta os passageiros a não transportarem frutas nas viagens, devido aos altos riscos para a sanidade vegetal. “A educação sanitária promove uma mudança de comportamento e de atitude nas pessoas, pois esclarece a população sobre os aspectos legais, trânsito de frutos, danos econômicos e os problemas sociais gerados pelas pragas”, disse Rafael Haber, gerente de Defesa Vegetal da Adepará.

Mercado - O ano de 2021 foi denominado pela Assembleia Geral da ONU como o Ano Internacional das Frutas, Legumes e Verduras (AIFLV).  No Brasil, a produção de frutas e legumes foi de 50,5 milhões de toneladas em 2018, e espera-se registrar uma taxa de crescimento anual (CAGR) de 3,2% durante o período de previsão, entre 2020-2025. O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, ficando atrás apenas da China e da Índia.

“Dentro deste cenário, o AIFLV é uma excelente oportunidade para falarmos mais sobre o papel das frutas e hortaliças na nutrição humana, segurança alimentar e saúde, bem como para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. E o Pará tem dois importantes polos de citricultura do nosso país. Daí a importância deste nosso trabalho em parceria, e por isso, reunimos com a SFA Amapá e com a Diagro, com o objetivo de intensificamos as ações de combate no Vale do Jari, tanto em Monte Dourado  como no Laranjal do Jari”, destaca a diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará, Lucionila Pimentel.

A diretora explica ainda que a mosca da carambola é uma praga quarentenária, cuja presença impõe restrições no trânsito e no comércio de frutas hospedeiras. Há ocorrências no distrito de Monte Dourado, em Almeirim, e a eliminação do foco é meta da Adepará, que trabalha para mudança de status sanitário da região para uma área erradicada.

“O que nos possibilitará a ampliação do mercado paraense e a proteção da fruticultura brasileira. Consequentemente, a abertura de novos mercados, significa movimentação da cadeia produtiva, novos empregos, desenvolvimento do agronegócio e ao nosso Pará”, avalia Lucionila.