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Hospital Galileu alerta para os riscos de sequelas permanentes causadas por acidentes de trânsito

Em 2020, a unidade localizada em Belém realizou mais de 4 mil atendimentos ortopédicos

Por Governo do Pará (SECOM)
18/05/2021 10h54

Unidade de retaguarda especializada no atendimento de traumas ortopédicos em Belém, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG) realizou, em 2020, 4.373 atendimentos do tipo. Com base em estimativas do próprio hospital, cerca de 80% dos casos estavam relacionados a acidentes de trânsito.

De acordo com o levantamento realizado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), organização voltada ao desenvolvimento de ações que contribuam para redução dos índices de acidentes no trânsito no Brasil, o número de internações por esse tipo de acidente gera um custo anual de R$ 52 bilhões ao sistema público de saúde.

Além dos impactos assistenciais e econômicos para a saúde, os acidentes de trânsito causam óbitos e podem trazer sequelas permanentes para toda uma vida. No HPEG, por exemplo, foram registrados 30.425 atendimentos de fisioterapia no ano passado, sendo o tratamento necessário principalmente para as vítimas de traumas ortopédicos.

Segundo Everton Barbosa, ortopedista do Hospital Galileu, os pacientes vítimas de acidentes de trânsito costumam apresentar diversas lesões devido à alta velocidade e energia causada pelo impacto. “Por isso, independentemente do tipo de trauma ortopédico e de sua causa, é necessário ter o acompanhamento especializado para aumentar as chances de recuperação”, explica.

No entanto, o profissional ressalta que o processo de recuperação pode ser lento e, às vezes, bastante doloroso. “Em muitos casos, a vítima consegue se recuperar. Porém, alguns traumas podem ser permanentes como uma perna amputada ou membros paralisados. São sequelas irreversíveis e que mudam a vida de quem sofreu o acidente”, alerta.

Fabrício Nascimentos é um dos pacientes do HPEG vítima de um acidente de trânsito. Há dois meses, ele perdeu o controle de sua moto ao ser fechado na via por um carro. O forte impacto causou uma fratura grave em seu braço esquerdo, passou por uma cirurgia e se recupera na unidade. “Tive escoriações por todo o corpo. Quando acordei já estava em um hospital. Graças a Deus não aconteceu nada mais grave comigo”, disse.

Assim como Fabrício, o paciente Airton Corrêa também se acidentou e teve fraturas pelo corpo todo. “Pensei que o sinal estava aberto e segui com a moto. Acabei batendo em outro veículo. Se não estivesse de capacete, teria sido ainda pior”. Airton sofreu uma fratura exposta na perna esquerda.

Ainda segundo o ortopedista do Galileu, as lesões cutâneas como cortes, escoriações e ferimentos são as mais recorrentes, além das fraturas em membros inferiores como no fêmur, tíbia e pés. O profissional acrescenta que o tratamento desses casos pode combinar medidas como o uso de medicamentos, fisioterapia, imobilização dos membros afetados e cirurgias.

Assistência Psicológica

Os acidentes de trânsito não trazem apenas sequelas físicas, mas também psicológicas. O medo das consequências do trauma, dor e limitações físicas impactam o emocional das vítimas.

Para a psicóloga Lohana de Paula, os diversos fatores envolvidos na recuperação de um paciente incluem a necessidade de apoio psicológico e emocional. “As limitações físicas e o tratamento prolongado afetam as relações sociais do paciente no que se refere ao trabalho, vínculos sociais e autoestima”, explica.

“Quando identificamos essa necessidade, iniciamos um tratamento psicológico do paciente até o momento de sua alta médica. Caso haja a necessidade de continuidade desse acompanhamento, nós o encaminhamos para unidades de atendimento específico”, acrescenta.

Maio Amarelo

Dados divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde registraram mais de 30 mil mortes em acidentes de trânsito no Brasil em 2019. O país segue com uma média anual de 30 mil óbitos, o que representa cerca de 80 mortes por dia em decorrência desse tipo de acidente.

A campanha Maio Amarelo é uma inciativa mundial com o objetivo de alertar e discutir assuntos relacionados à segurança viária e redução de acidentes e mortes no trânsito. A escolha do mês ocorreu pela Organização das Nações Unidas (ONU), com a cor amarela simbolizando a sinalização e alerta no trânsito.

Anualmente, o Hospital Galileu, unidade do Governo do Pará, disponibiliza aos seus pacientes e acompanhantes momentos com ações educativas sobre leis de trânsito. Neste ano, colaboradores percorrerão as enfermarias da unidade com placas simulando sinais de trânsito e um folder com orientações gerais sobre o tema. A ação alusiva acontecerá em todo o mês de maio.

Por: Rafaela Abreu Palmieri (Ascom / Hospital Público Estadual Galileu)