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Em fase inicial, câncer do endométrio tem cerca de 90% de chances de cura, alerta Ophir Loyola

Por Governo do Pará (SECOM)
17/05/2021 15h50

O endométrio é a membrana que envolve o útero por dentro, nesse local ocorre a implantação do óvulo fecundado, mas para que isso ocorra precisa ter a espessura ideal e não apresentar doenças. O câncer nessa região é altamente curável, sendo o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres brasileiras. É um dos tumores ginecológicos mais incidentes, sendo mais prevalente após a menopausa e acima dos 60 anos.

O Instituto Nacional do Câncer estima que, neste ano, o país vai registrar cerca de 6.540 casos novos de câncer do endométrio. Em Belém, o Hospital Ophir Loyola, referência estadual em oncologia, assiste 38 mulheres a nível ambulatorial e, em média, três pacientes são internadas mensalmente, com a doença.

Um dos principais desafios no tratamento é a obtenção do diagnóstico precoce. Ao contrário do câncer de colo de útero, que pode ser prevenido por meio da vacinação contra o vírus HPV e rastreado por meio do exame Papanicolau, o mesmo não ocorre com o câncer do endométrio. Exames específicos como a histeroscopia (endoscopia da cavidade do útero) com biópsia dirigida são realizados, em qualquer fase da doença, assim como a ressonância nuclear de pelve, em casos moderados e avançados. Caso diagnosticado na fase inicial, a chance de cura pode chegar a até 90%, dependendo do caso.

Segundo o chefe do Serviço de Ginecologia Oncológica do HOL, Breno Serique, os casos começam a aumentar a partir dos 45 anos. "Os maiores riscos são em mulheres que estão na menopausa ou pós-menopausa, também aquelas que tem predisposição genética, excesso de gordura corporal, diabetes mellitus, dietas com elevada carga glicêmica, hiperplasia endometrial, falta de ovulação crônica, uso de radiação anterior para tratamento de tumores de ovário e até mesmo mulheres que nunca engravidaram", declarou. 

Bruno Serique, médico do Ophir LoyolaO tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia, isoladas ou agrupadas, a depender do estadiamento do câncer no momento do diagnóstico. "A decisão pela melhor forma de tratar cada caso considera o tipo histológico, tamanho do tumor, e se invadiu o miométrio (camada intermediária da parede uterina) e se há comprometimento dos linfonodos, fator que aumentaria o porte do procedimento, com necessidade da retirada dos linfonodos pélvicos e, em algumas situações, em torno dos grandes vasos abdominais (aorta e veia cava)", concluiu Serique.

Os principais sintomas da doença são sangramento entre os ciclos menstruais, sangramento vaginal mais intenso que o habitual, sangramento após a menopausa e dores pélvicas. “Quando a doença está avançada, as pacientes podem apresentar ascite (acúmulo anormal de líquidos dentro da cavidade abdominal, icterícia (amarelecimento da pele e olhos devido à obstrução biliar), obstrução intestinal por metástases abdominais e desconforto respiratório de metástases pulmonares", alertou o especialista em ginecologia oncológica.

De acordo com o especialista, alguns fatores são considerados de proteção para o câncer endometrial, como práticas de atividade física regular, pelo menos  cinco vezes na semana, e manter o peso corporal saudável, uma alimentação balanceada e a qualidade do sono. “Além de buscar a prevenção, a  mulher deve ficar atenta aos sinais, não ignorar sangramentos e buscar acompanhamento com o ginecologista que, mesmo depois da menopausa, deve ser regular.”

Por: Viviane Nogueira - (Ascom/ HOL)